quarta-feira, 10 de novembro de 2010

E ESCOLA FINGE QUE EDUCA E A CRIANÇA FINGE QUE APRENDE

Você já parou e observou que a educação no Brasil avançou muito nos últimos 8 anos, mas muito ainda precisa ser feito. Somente a educação será capaz de criar pensadores e não meros repetidores de informações. É urgente interferir humanamente no íntimo das comunidades humanas, questionar convicções e, fraternalmente, incomodar os acomodados. A escola precisa ser revolucionária, libertária e solidária O atual modelo apenas escolariza. Uma coisa é falar em educação, outra é falar em escolarização. A maioria das pessoas que estão cometendo grandes crimes são pessoas escolarizadas. Então, que escola é essa? Para que ela serviu? Não ajudou nada, mas escolarizou. A escola atual não permite inovação e serve ao modelo consumista que apregoa o individualismo. Ela é reprodutora da mesmice. O conteúdo da escola está pronto e acabado. Os meninos e meninas que vão entrar na escola no ano que vem, independentemente de quem sejam, aprenderão as mesmas coisas, do mesmo jeito. Aprendem o que alguém determinou que tem que ser aprendido. Um projeto de vida, não de formação para o mercado. A lógica da vida não é ter um emprego. Será que é possível construir um processo de uma escola que incorpore valores dignos, que passe a perceber que a ciência precisa estar condicionada a esses valores, que a tecnologia precisa estar condicionada a esses valores, que elas não podem ser determinantes dos valores humanos? Muito se tem reclamado da ausência de pais nas reuniões das escolas e sabe por quê? Porque a escola não mudou, pare e pense: os prédios de escolas e de presídios são tão iguais arquitetônicamente, ou seja, a semelhança é gritante. A escola não é algo atraente e prazeroso. A escola ideal deve ser tão boa que educadores e alunos desejem aulas aos domingos e feriados. Hoje, temos exatamente o contrário, ninguém tem prazer em estar na escola. As crianças estão no século 21 e a escola está Idade Média. A escola é a única instituição contemporânea que tem servos, tem serventes, pessoas que estão lá para nos servir. Nem em banco tem isso, lá são "auxiliares de serviços gerais". È imperioso romper com esta escola que está pronta há 500 anos, na qual os professores fingem que ensinam e as crianças fingem que aprendem. Tenho uma filha que se forma em magistério este ano e logo ali estará no mercado de trabalho. Sempre que possível a instigo e questiono: você será uma professora ou educadora? O professor é aquele cidadão que está apenas preocupado com o contra-cheque no final do mês. Não está aí para as crianças e muito menos tem comprometimento com a construção de uma educação libertária. O professor é aquele que ensina, o educador é aquele que aprende, porque ele só consegue ensinar o que aprendeu. Para o professor basta citar os pés de páginas, fornecer uma boa bibliografia, ele pode falar entre aspas. Não precisa falar daquilo como uma vivência, já o educador é um sonhador, um semeador. O educador tem a consciência de que multiplicamos o conhecimento, mas não os homens que pensam. Educar não é repetir conteúdos e sim criar idéias e pontos de interrogação entre seus alunos. O educador e filosofo Rubem Alves nos convida a refletir neste pensamento: “Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo." O Dr. Augusto Cury uma das maiores autoridades em psiquiatria em seu livro Professores Brilhantes, Alunos Fascinantes (editora Sextante) afirma: Professores fascinantes usam a memória como suporte da arte de pensar, o que contribui para desenvolver nos alunos: o pensar antes de agir, expor e não impor idéias, consciência crítica, a capacidade de debater, de questionar, de trabalhar em equipe. A memória humana é um canteiro de informações e experiências para que cada um de nós produza um fantástico mundo das idéias” Por último cabe cobrarmos dos governos (em todas as esfera), a democratização da escola com eleição direta dos diretores, a valorização do professor com salários justos e cabe analisar o seguinte: Se metade do orçamento dos gastos militares e guerras no mundo fosse investido em educação , os generais poderiam ser transformados em jardineiros, os policiais em poetas e os psiquiatras em músicos. A violência, a fome, o medo, o terrorismo, os problemas emocionais estariam somente nas páginas dos dicionários e não nas páginas de nossas vidas. Não sei se disse, mas tentei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário