quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA

A conversa  é motivo de discussões nas escolas, nas empresas, no futebol, nas famílias e gira em torno do nosso agonizante Rio dos Sinos, outrora  conhecido como Rio dos Ratões do Banhado.  Pois não é que o nosso Sinos se encontra na UTI  e respira com ajuda de aparelhos. O pulso ainda pulsa. As cidades colonizadas por imigrantes alemães forjaram sua riqueza e o nosso Vale se tornou pujante em desenvolvimento humano e econômico, porém aos poucos fomos virando as costas para o nosso Rio dos Sinos e numa tétrica romaria passamos a jogar toda ordem de detritos junto ao rio, numa tratamento madrasto e tacanho. O ciclo hoje é este: pagamos a Corsan para “limpar” ( até que ponto limpa mesmo?) a água que bebemos, depois fizemos  as necessidades fisiológicas e jogamos direto no Sinos e novamente, a água como xixi, côcô, agentes químicos é “limpada” e pagamos por isto e assim segue o ciclo, mas até quando?  Desde 1988 quando começamos nosso trabalho na imprensa como repórter vínhamos alertando para o perigo e de forma quase que profética afirmávamos que logo ali a natureza daria o troco. Até bem pouco tempo alguns arautos da ignorância sentenciavam: “ Meio Ambiente não dá voto”. Hoje vivemos o drama do racionamento de água em função da falta de chuvas e do consumo desordenado e sem fiscalização para lavoura de arroz. A fiscalização do Estado precisa chegar junto nas lavouras de arroz, pois aí está um dos pontos altos do nível do Sinos. O problema não é a falta de chuva, o que ninguém fala é que nos locais onde havia banhados que são os filtros naturais do Rio dos Sinos estão implantados loteamentos, ou seja,  os banhados foram drenados e o “progresso” avançou.  As chuvas que acontecem atualmente enchem o rio, porém dias depois o nível das águas já está baixo novamente, por que?  Os banhados são filtros naturais, espécies de esponjas que acumulam a água e quando o rio começa a diminuir a função dos mesmos é recolocara água acumulada para dentro do rio num ciclo perfeito da natureza, isto sem contar a fauna e a flora que circundam de forma magistral, ou circundavam os banhados. A falta de tratamento de esgotos é a principal causa de poluição do Sinos, mas voltando aos banhados, pare e pense:  bairros como a Vila Rica em Campo Bom, Kipling e Presidente Vargas em Canudos; Novo Hamburgo tomaram conta  do banhado e assim segue para São Leopoldo, Sapucaia e outras cidades que recebem as água dos Sinos. Sem contar que estes bairros foram aterrados com couro e outros  agentes nocivos. O couro é altamente cancerígeno e contém metais pesados que vão para o Sinos e ainda poluem o lençol freático.  Em 2012 teremos eleições e acredito que o tema meio ambiente e em especial o nosso Rio dos Sinos precisa ser parte da agenda de debates entre os candidatos a Prefeito e os postulantes a uma vaga nas Câmaras de Vereadores . Preste atenção se o seu candidato tem propostas e compromissos com o meio ambiente e com a defesa do  nosso rio, se não tem , lamento em informar, mas ele não merece o teu voto, porque agora a defesa do Sinos é questão de vida ou morte e como afirmou  o Cacique Seatle: “Quando o homem branco cortar a última árvore, matar o último pássaro, poluir o último rio ele vai descobrir que não é possível comer dinheiro. “ Rio dos Sinos:  o pulso ainda pulsa, mas até quando?  Não esqueça: tudo o que acontecer com a mãe natureza, logo ali vai acontecer com os filhos da mãe natureza; o homem! É preciso deixar de brincar com o Sinos e ter um projeto de saia do papel e recupere o nosso rio urgentemente.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

OS 5 PRINCIPAIS ARREPENDIMENTOS DE PACIENTES TERMINAIS

O texto desta crônica da semana foi enviado gentilmente pela leitora deste Blog, a amiga Nara Staier de Campo Bom. É um texto muito  bonito e que nos convida a uma reflexão profunda... Obrigado Nara pela excelente contribuição.
Bronnie Ware trabalha com pacientes perto do fim da sua vida – pacientes terminais. Neste post, ela escreve sobre os principais arrependimentos que vieram à tona aos seus pacientes em seu leito de morte. Os cincos principais seguem abaixo:
1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para mim, e não a vida que os outros esperavam de mim.Este foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que sua vida está quase no fim e olham para trás, é fácil ver como muitos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não tinham honrado a metade dos seus sonhos e morreram sabendo que era devido às escolhas que fizeram, ou deixaram de fazer.É muito importante tentar realizar pelo menos alguns de seus sonhos ao longo do caminho. A partir do momento que você perde a sua saúde, é tarde demais. Saúde traz uma liberdade que poucos percebem, até que já a não têm mais.
2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto.Isto veio de todos os pacientes do sexo masculino que eu acompanhei. Eles perderam o crescimento de seus filhos e o companheirismo do parceiro. As mulheres também citaram este arrependimento, mas como a maioria era de uma geração menos recente, muitos dos pacientes do sexo feminino não tinham sido chefes de família. Todos os homens que eu acompanhei se arrependeram profundamente de passar tanto tempo da sua vida com foco excessivo no trabalho.Ao simplificar o seu estilo de vida e fazer escolhas conscientes ao longo do caminho, é possível não ter que precisar de um salário tão alto quanto você acha. E criando mais espaço em sua vida, você se torna mais feliz e mais aberto a novas oportunidades, mais adequado ao seu novo estilo de vida.
3. Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.Muitas pessoas resguardaram seus sentimentos para manter a paz com os outros. Como resultado, tiveram uma existência medíocre e nunca se tornaram quem eram realmente capazes de ser. Muitas desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ao ressentimento que carregavam, como resultado.Nós não podemos controlar as reações dos outros. No entanto, embora as pessoas possam reagir quando você muda a maneira de falar com honestidade, no final a relação fica mais elevada e saudável. Se não ficar, é um relacionamento que não vale a pena guardar sentimentos ruins. Você ganha de qualquer maneira.
4. Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos. Muitas vezes os pacientes terminais não percebiam os benefícios de ter por perto antigos e verdadeiros amigos até a semana da sua morte, e nem sempre foi possível encontrá-los. Muitos haviam se tornado tão centrados em suas próprias vidas que tinham deixado amizades de ouro se diluirem ao longo dos anos. Havia muitos arrependimentos por não dar atenção a estas amizades da forma como mereciam. Todos sentem falta de seus amigos quando estão morrendo.É comum que qualquer um, em um estilo de vida agitado, deixe escapar amizades. Mas quando você se depara com a morte se aproximando, os detalhes caem por terra. Não é dinheiro, não é status, não é posse. Ao final, tudo se resume ao amor e relacionamentos. Isso é tudo o que resta nos dias finais: amor.
5. Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz.Este é surpreendente. Muitos não perceberam, até ao final da sua vida, que a felicidade é uma escolha. Eles haviam ficado presos em velhos padrões e hábitos. O chamado “conforto”. O medo da mudança os faziam se fingir aos outros e a si mesmos, enquanto lá no fundo ansiavam rir e ter coisas alegres e boas na vida novamente. Vida é escolha. A vida é SUA. Escolha com consciência, com sabedoria, com honestidade. Escolha ser feliz.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

UM CIENTISTA NO MORRO DAS PULGAS

O poeta Gonzaguinha em seus versos de “O que é o que é” sentencia que somos eternos aprendizes. Um dos grandes problemas das pessoas do estressado e doente mundo atual é que a maioria leva a vida muito a sério. Você já riu de si mesmo? Já andou de pés descalços, alías, lembra quando foi a última vez que fez isto?  Já se lambuzou como criança degustando um sorvete ou fez a maior das melequeiras comendo um cachorro quente?  Ou então após tomar um refrigerante deu um arroto daqueles que as pessoas próximas pensam até que era um terremoto de 7 pontos?  A vida não pode ser levada tão a sério, até porque ela é preciosa demais para nos preocuparmos com coisas que em 95% das vezes não aconteceram. Tem algumas coisas que são estranhas na vida, conheço um amigo que está separado da esposa, mas que mora com a sogra, ou seja, a esposa foi embora e ele ficou morando com a mãe da ex-esposa, claro que é uma relação de afetividade e respeito, pois a sogra ou ex-sogra sei lá  tem quase 80 anos e meu amigo tem 40 anos e nutre pela sogra, ou ex-sogra um amor filial. Sempre suspeitei de algumas coisas que quase me levaram a terapia com o Dr. Paulo Bobsin, mas resisto como um bastião. Não faço... Não faço e não faço!!! Fico pensando em algumas teses como, por exemplo: por que dizer meia passagem, se as pessoas não tem meia bunda. Quando pequeno desenvolvi uma tese que não foi aproveitada no mundo cientifico. Você já parou para pensar se o médico que ajeitou teu umbigo quando nenê  fez o negócio certo? Já pensou se ele não atarraxou direito e o negócio arrebenta? Tu ali na parada de ônibus  aguardando o buzão e num momento  o umbigo desparafusa e cai as tripas para fora, que loucura! Ainda quando pequeno no Rio Branco em nome dos avanços da ciência convenci o Chico Louco, olha o nome do cara, a entrar na geladeira da minha mãe. Lembra da Steigleder com trinco de metal, toda branca? A geladeira era tão grande e pesada que quando estragava um caminhão tinha que vir buscar. Após prometer comprar cinco chicletes Ping Pong com figurinhas do campeonato brasileiro de 1975  e ainda usar da psicologia e aguçar o espírito aguerrido do Chico com a seguinte frase “Bah Chico, o Carlinhos do Baiano disse que tu não tem coragem de entrar na geladeira. O Carlinhos e o Ni disseram que tu não tem potência” Pronto, o velho Chico rilhou os dentes e abriu a porta branca da Steigleder da dona Eloina Nunes Wingert e se atracou. Depois de dois minutos abrimos e aí fiz a pergunta que encafifava esta mente quase de cátedra  da ciência: “E aí Chico a luz da lâmpada da porta da geladeira fica ligada quando fecha a porta ou não?” E a resposta da nossa cobaia colocou um ponto final nos estudos, logo conclui em 1975 que a lâmpada da porta da geladeira desliga quando a mesma é fechada.
Cresci e ainda bem que não enveredei para a medicina, segui o caminho mais próximo da loucura, me tornei jornalista.  E hoje tenho algumas teses, por exemplo, as máquinas que vendem refrigerantes, aquelas que a gente via nos filmes americanos, já estão aqui por toda parte. Acreditava quando menino e comprovei depois de adulto que nestas máquinas trabalham anões, é anões mesmo. Ninguém vê, mas eles se revezam em turnos de 6 horas e cada um adentra discretamente pelos fundos das máquinas. Comprovei esta tese recentemente em Porto Alegre num hospital onde observei um senhor colocar duas moedas na máquina, porém o homenzinho que estava lá dentro não alcançou a lata de refri, nem devolveu as moedas de um real. O cidadão bravo deu murros na máquina e dizia: Anão, anão, anão!” Realmente são anões...
E para encerrar vejo que na entrada de Porto Alegre, o clube da Azenha, tradicional adversário do Internacional esta construindo um estádio e já avisei ao meu amigo Cirano de Carli Cardozo que nós (Inter) gostaríamos muito de inaugurar o estádio do nosso tradicional adversário como inauguramos o Olímpico em 1954 numa prova inequívoca da boa relação com o tradicional adversário, mas uma dúvida freudiana me dilacera a alma e epidermicamente, ou melhor, visceralmente fico pensando: para manter viva a tradição de disputa se o campo deles vai se chamar Arena, não seria o caso do Beira Rio pronto e sediando os jogos da Copa do Mundo se chamar MDB? Tudo para manter rivalidade não achas? Ser ou não ser eis a questão.  *_Jair Wingert; jornalista.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

MORUNGAVA AINDA EM DOSES...

“Quer saber mais que o médico?”
 Zé Guilherme que no passado fora meia-direita do Morungava e jogou ao lado do tio Dino, agora já idoso se dedicava ao seu sitio. O provecto cidadão se tornara um excelente domador de cavalos, agora  já com a idade apertando, Zé Guilherme está meio por casa. Casado com dona Helena uma polaca mais brava que marimbondo, mas exímia cozinheira e sua especialidade é doce de ambrosia ou broas de milho. Sabe, homem não pode ficar muito tempo em casa que vira briga com a mulher. Os dois andavam em pé de guerra e não é que um dia sinhá Helena não me vai inventar de ter um ataque cardíaco. Deu um piripaque na velha e levaram a mesma  “malita no más” para o hospital. Chegando no nosocômio. Hoje eu, a gente está se superando: nosocômio e provecto cidadão é mole ou quer mais? O que o estudo faz, bahhh. Este Blog indiada macanuda também é cultural. Saiba que nosocômio: é um substantivo masculino. Nosocômios seus inimigos do Mobral é o mesmo que Hospital chê. Mas deixamos de trololó como diz a tia Dilma, no Hospital os médicos fizeram tudo o que podia, choque, injeção e tudo mais, mas o médico chamou Zé Guilherme e disse: “Olha, fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, mas infelizmente perdemos dona Helena”. Disse o médico que foi deixando a sala cabisbaixo até parecia centro-avante quando  erra a penalidade máxima. Zé Guilherme já pegando o telefone para avisar o pessoal do sítio, eis que acontece algo inesperado, dona Helena volta a si e grita: “Zé eu não morri, estou viva, vem cá”, fala já sentando na cama. Seu Zé Guilherme olhando para a esposa avisa a mesma: “Deita aí velha tu tá morta sim, o tá querendo saber mais que os médicos”

Tio Dino e a carta

 Seu Arcedino Vieira Nunes; codinome do tio Dino sempre levava verduras e frutas para a CEASA em Porto Alegre ou num supermercado em Taquara. Durante 14 anos num ritual de pontualidade, tio Dino passava pelo Eleutério; guarda da Polícia Rodoviária e deixava para o mesmo uma caixa com bergamotas, alface e moranguinhos. Duas vezes por semana Eleutério recebia presentes do tio Dino. Um dia tio Dino passou pelo guarda a mais 80 por hora e não parou, o que causou estranheza no policial que na volta atacou a caminhonete e perguntou: “Não esqueceu de nada seu Dino?”. O velho Dino de guerra respondeu “Que eu saiba não”. O guarda cutucou: “ E a minha caixa de frutas, tu esqueceu dela?”. Tio Dino com olhar tipo Dick Vigarista devolveu na laje: “Não vou mais te dar as frutas “Lautério”, porque agora eu tirei a carteira de motorista e seu tu quiser vai ter que pagar. Não matei meu pai a soco”.

As gurias de Porto Alegre e os jacarés
 Uma turma de gurias estudantes de Porto Alegre apareceram lá pelo sitio do Tio Dino para acampar e resolveram tomar banho num açude. Verão forte e como só havia gurias resolveram tomar banho peladas. Não demorou muito tempo Zequinha das Candongas ajudante no sítio chegou com um balde e ficou ali a observar a cena. As jovens estudantes da capital revoltadas gritaram impropérios ao ajudante do tio Dino e nadaram mais para o meio do açude,  uma delas, bem atrevida disse:  “Nós não vamos sair daqui enquanto o senhor não ir embora. O senhor veio nos espiar, não tem vergonha?”. Como todo bom morungavense, seu Zequinha  com a experiência  e a tranqüilidade do povo da roça, disse bem calmamente: “Gurias vocês tão é enganadas, não vim aqui ver vocês coisa nenhuma, eu vim aqui trazer estes miúdos de galinha para tratar os jacarés que moram aí nesta lagoa”. Tem que ter concurso – 100% Morungava.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

VALORES

Paulão vive a rotina que desgasta e dilacera relacionamentos. É do trabalho para casa, da casa para o trabalho e nos últimos tempos ainda dá uma passada no bar do Jacaré onde no começo tomava dois martelinhos de cachaça com biter, agora são dois copos grandes.  Chega em casa todo dia tão cansado com o rosto preocupado, sem palavras tão calado. Vai direto para o quarto sem perceber que alguém em seu caminho segurando um livrinho tinha algo para mostrar. Era o retrato de um pai e seu filhinho, caminhando lado a lado de mãos dadas por um caminho florido. O tempo passou e Paulão seguia sua rotina, sem saber ganhava tudo, mas perdia muito. Não deixava faltar nada em casa, mas faltou o principal. O menino do desenho cresceu sozinho; adolescente revoltado, de viciado logo passou a traficar e Paulão a reclamar que vivia só a trabalhar para não deixar nada faltar e às vezes até exclamava: “Viu o que a Rede Globo fez com meu filho”. Hoje o desenho que tem para mostrar é o retrato do filho pendurado com a palavra procurado. E eu me pergunto: será que um pouco de amor não teria levado esta história para outro final?  A história de Paulão e de sua família é a história de muitos seres humanos que priorizaram o carro novo, a reforma da casa, a pós graduação, mas esqueceram do principal: a família. A luta pela sobrevivência, a competição maldita da sociedade que valoriza mais o ter que o ser vem gerando pessoas doentes. Uma sociedade que envelhece piorando, onde os valores elementares cairam no esquecimento. Experimente falar no seu grupo de amigos, de trabalho, de escola em três coisas: fidelidade, Bíblia e família e se sentirá como um velho dinossauro; um “animal em extinção” A família precisa ser cuidada, porque é a partir da família que vamos ter uma sociedade sadia e equilibrada, conseqüentemente um mundo melhor. As famílias não dialogam mais, são estranhos que vivem no mesmo teto. Pais e filhos que seguem sua tétrica romaria de final do dia, ou é ler o jornal do dia, ou assistir aquele programa de final de tarde onde se virar a televisão sai dois litros de sangue e quem sabe algumas vísceras e depois segue com as novelas, onde os valores são invertidos e traição e outras mazelas entram na nossa casa sem pedir licença. Ninguém senta para conversar e perguntar como foi o dia. Um conhecido meu contou que certa feita no MSN fez amizade com um jovem e o diálogo se aprofundou, a amizade foi se tornando forte, até que um dia ele perguntou: onde você mora? E o garoto informou: Em Campo Bom”  Meu amigo estupefato disse: “Talvez a gente se conheça, porque eu também sou de Campo Bom”. O dialogo foi ampliado: “Em que rua você mora?”, perguntou o guri. E resposta: “Moro na rua (.....), número (...)”. Meu amigo gelou e disse: “Ué, mas espera aí, eu também moro neste endereço. No outro lado do computador lágrimas molharam a face daquele amigo, porque na verdade ele estava dialogando com seu filho que estava no quarto ao lado, tão perto e tão longe, e com o qual não conversava fazia muito tempo em função de desavenças tolas. Famílias vivendo feito ilhas de solidão. Até quando? Até quando? Valores apenas valores....
  
Para Meditar: Muitos pais investem somente nos pés dos filhos quando deveriam investir na cabeça, ou seja, ao invés de tênis com luzinha, amortecedor, qual foi a última vez que você comprou um livro e mais do que isto, qual foi a última vez que você sentou com ele para ler? Pense nisso.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

MORUNGAVA EM DOSES HOMEOPÁTICAS...

Vocês lembram do Sarney aquele ladrão? Não fique assustado é o Sarney o gato do tio Dino. Mais lacaio e zurrapa não podia haver... Comia e passava o dia inteiro dormindo em cima do saco, do saco de milho. Sarney o ladrão que nunca teve fundação estatal com os cobres do povo, aliás, esta história de Fundação do Sarney aquele santo homem dos Marimbondos de Fogo patrocinada com o dinheiro do povo do Maranhão é a legitima parceria Cara Cú, ou seja, a família Sarney entra com a cara e o povo maranhense entra com o resto. Mas voltando ao Sarney, o gato ladrão, fazia tempo que ele andava espreitando um ratinho que transitava pela cozinha da tia Miúda, prejudicando a reputação do velho Sarney.  O ratinho estava escondido na toca, e do lado de fora o Sarney: MIAU, MIAU, MIAU... O tempo passava e ele ouvia:-MIAU, MIAU, MIAU... Depois de várias horas e já com muita fome o rato ouviu: AU! AU! AU! Então ele deduziu: 'Se tem cachorro lá fora é o Surtão que odeia aquele gato amarelo e isto leva a deduzir que  o gato foi embora'. Saiu disparado em busca de comida. Nem bem saiu da toca o gato Sarney CRAU!... Inconformado, já na boca do gato perguntou:  - Pô gato Sarney!!! Que palhaçada é essa, você latindo??? E o gato Sarney de bigode branco com ar de alguém que senta em Academia respondeu:  - Meu filho, hoje nesse mundo 'globalizado' quem não falar pelo menos dois idiomas MORRE DE FOME.

Amigo que é amigo...
No Morungava havia dois amigos inseparáveis,  Pedrão e Caroço andavam sempre juntos como unha e carne. Mas os dois  tinham sérios problemas com a bebida, viviam embriagados. Os dois fizeram um trato quem morresse primeiro atenderia o pedido do outro. Pois não é que o Caroço resolveu bater a caçuleta, partir desta para uma melhor, morar na cidade dos pés juntos, em Campo Bom diríamos “ Comprou terreno na Metzler” O Caroço teve um ataque cardíaco fulminante. Desesperado Pedrão tomou todas e se tocou para o velório do amigo. Ao chegar no velório foi direto até o caixão e chorou copiosamente. E num momento abriu a mochila e retirou uma lata, os parentes  se revoltaram mais que marimbondo estucados com taquara na “bichiguana” e deram um tundão no Pedrão que caiu na rua todo estropiado. Tio Dino chegando no velório se deparou com a cena e diplomata que era, tipo José Carlos Breda, buscou a unidade e a pacificação e perguntou ao Pedrão porque apanhou daquela forma. Pedrão respondeu: “Este povo do Morungava é ingrato, só porque abri uma lata de creme de leite espalhei sobre o Caroço no caixão ficaram bravos” Tio Dino perguntou, mas por que  largar creme de leite sobre o morto. Entre lágrimas e revolta, Pedrão disse: “ Apenas atendi o último pedido do meu amigo Caroço que disse que se morresse primeiro que eu gostaria de ser cremado.

Cinzas do vulcão que nada!
Teve uns dias aí que o céu estava cinza, nublado e mais feio que facada na bunda, pois não é que a imprensa disse se tratar das cinzas de um tal vulcãozinho vindo parece que das bandas do Chile. Tudo que é cidade  aqui da região perto de Porto Alegre sofreu e se eu contar vocês nem vão acreditar, será que conto? Conto ou não conto? Vou contar. Tio Dino líder do Instituto de Pesquisas de Morungava já sabia com cinco anos de antecedência que tudo aconteceria e aí numa parceria com os cientistas do Monjolo, fez uma cooperação bi lateral de tecnologia avançada e montaram um ventilador, não muito grande. Construíram alguns ventiladores  pequenos até para manter as regras da sustentabilidade. Os aparelhos com 95 metros de altura foram colocados no sitio de Tio Dino onde também funciona o Laboratório de Pesquisas Espaciais de Morungava.  Os ventiladores são movidos por um combustível a base de cachaça de Santo Antônio, palha de arroz e restos de mandioca de Morungava. Os “cientistas”, coordenados pelo PHD dos pampas Arcedino Vieira Nunes criaram um combustível para mover o ventilador que acionou as hélices e mandou toda fumaça para o mar. Resolvemos o problema. A gente da cidade é grossa uma barbaridade.  Em breve Tio Dino afirma que vão exportar este tipo de tecnologia, uma vez que Morungava tem  know how traduzindo para o bom morungavês “a gente tem bala na agulha” Tem que ter concurso – 100% Morungava.

Foto:  A foto comprova que Morungava está adiantadíssima em termos científicos com capacidade de exportar tecnologia. A foto tirada de satélite morungavense destaca os ventiladores no sitio do tio Dino.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A GELATINA DA ESPERANÇA E O CHEIRINHO DA MAMÃE

Algumas coisas nos marcam profundamente e enquanto viver neste planeta, até cumprir minha missão, carregarei comigo dois episódios aos quais agradeço diariamente ao Deus criador e mantenedor do universo por poder ter sido eu o escolhido para vivê-los.  Criamos em Campo Bom em 2006, enquanto dirigentes da ADRA – Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais, entidade presente em 204 países do planeta, o Natal Sem Fome, onde arrecadávamos alimentos nos bairros – 25 de Julho, Cohab Leste, Rio Branco e Paulista. Na noite de natal uma média de 140 famílias recebiam alimentos, roupas e brinquedos num emocionante e magnífico concerto de natal com música e mensagem. Fornecíamos o alimento físico e espiritual, além de encaminhamento de muitos para um emprego, bem como, palestra de orientações e cursos. Lembro que dom Helder Câmara dizia: “Quando dou alimentos para os pobres, a direita diz que sou comunista e a esquerda diz que sou demagogo, mas como vou falar de Jesus para alguém com a barriga roncando de fome? Distribuo o alimento e depois deixem que falem”, afirmava o grande Dom Helder; arcebispo de Olinda. Numa noite quando entregávamos as cestas básicas na sala da ADRA, notei que um menininho de um bairro pobre de Campo Bom estava chorando, questionei sua mãe se ele não havia recebido a bola ou o carrinho que estava destinado para os meninos, as meninas recebiam bonecas. A jovem senhora que trazia consigo as mazelas desta vida estampadas no olhar quase sem esperança, me afirmou: “Não é nada. Ele ganhou o carrinho sim. Ele está se bobeando”. Como o menino continuava o choro abafado e olha a pior coisa é a gente ter que chorar escondido ou esconder o choro. Novamente indaguei a jovem senhora do por que do choro do rebento. Ela com um nenê de colo e mais uma menina na mão, na verdade uma menina segurando outra,  olhou dentro dos meus olhos e disse: “Vou contar, mas o senhor não vai rir de mim?”Respondi que não e que ela podia confiar. Ai aquela mãe com os olhos marejados me contou:” É que o..... perguntou o que era aquela caixinha cheirosa dentro da sacola de alimentos e eu disse que era gelatina. Sabe ele ficou emocionado e chorou por isso, por que com seis anos de idade, ele nunca comeu gelatina tio”. Ali descobri um pouquinho melhor o sentido do natal e aquela gelatina de morango deveria ter o nome de sabor: esperança! Ainda no natal sem fome um dia fazíamos uma entrevista e um cadastro com uma família pobre da Baixada, próximo a Prainha, onde a mãe havia morrido de câncer, o pai que trabalhara numa olaria estava muito doente. Agora uma menina de doze anos se tornara a mãe da casa, cuidando dos irmãos menores, fazendo almoço, janta, lavando roupas, limpando a casa, dando remédios para o pai e ainda estudando. Esta menina nos contou que sua irmãzinha de cinco anos sentia muito a morte da mãe, principalmente a tardinha quando sentava no colo da mamãe recostada contra o peito daquele corpo alquebrado pela doença e que buscava forças para manter a seiva da vida correndo nas veias. A pequena não dormia e chorava muito. A noite se dirigia até o quarto da mãe e ficava ali por horas. Um dia a irmã maior ficou cuidando e observou que a pequena se dirigiu até a penteadeira e passou a mexer nos vidros já quase vazios de perfumes. “O que você está fazendo aí? ”, perguntou a irmã mais velha. A resposta foi dura, porém comovente: “Eu venho aqui e abro os vidros de perfumes e aí lembro do cheirinho da mamãe. Mana a saudade da mamãe está doendo aqui dentro. Quando ela vai voltar? Quando? Será que é neste natal? “, disse a pequena com mãozinha apontando para o peito. Os colegas continuaram o cadastro, mas este escriba saiu até os fundos da residência, onde pode chorar sozinho.... Minhas lágrimas se misturaram com as águas do Rio dos Sinos e mais uma vez aprendi uma grande lição e outra experiência sobre o verdadeiro sentido do natal. Você já fez tudo o que podia por seu semelhante? Pense bem... –