quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A GRANDE MENTIRA

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_4mWFVqK6BJW9fEiqPOgvLb9sUcDPP-sZ3XPvGxl4gzUoUC7haVHykhnlAAjbaII2l9T0gf9A1fXuz4hYJeQecLBqHN0vyA64sRXlZl9wUPUD3LNycZxKOy2IUUiq7TCHhHOO8CjsWfY/s1600/maioridade+penal.jpg 


O tema  emergencial do debate  no Brasil é a redução da maioridade penal. Muitas opiniões  estão acirrando o debate.
A maioria da população influenciada pela  grande mídia  que está a serviço das elites conservadoras do Brasil defende a redução e faz uma verdadeira lavagem cerebral  na população sob a chancela do “Plim Plim”. 
Reduzir a maioridade penal não vai resolver o problema da violência. Primeiro: o Estado é o grande responsável pela falência do sistema prisional que  é um deposito de  pessoas; uma faculdade  com pós graduação no crime. Pergunto como vamos colocar adolescentes junto de  marginais perigosos, traficantes, estupradores, ladrões de bancos? Estes jovens  se saírem vivos da cadeia serão recrutados pelo crime organizado.
No Rio Grande do Sul, segundo o jornalista Claudio Britto (Conversas Cruzadas TV Com) em 2015 existe quase cinco mil adultos com prisão decretada que estão soltos porque não existe vaga nos presídios. O que é urgente neste tema é identificar quem deseja  a redução da maioridade penal? A elite conservadora do Brasil precisa de um  bode expiatório, alguém para colocar a culpa e infelizmente escolheu  a parte fraca, os adolescentes.
Uma pergunta é importante ser feita: será que  jovens ricos serão presos? Os  “bad boys” filhos de famílias ricas de Brasilia que queimaram o índio Galdino que dormia num banco de praça estão soltos e ai? . E o estarrecedor é que um deles disse em entrevista que não sabia que era um índio, pensaram ser um mendigo.  É de chorar. 
A lei  é como diz o escritor Gabriel Garcia Marques “é igual a uma serpente, mas que só pica os pés descalços”.  Aos pobres negros, colonos sem terra, sem teto, desempregados, os rigores da  lei, já a classe alta, bem ... Tudo como era antes nos tempos de Abrantes. A redução da maioridade penal é uma ferramenta que será posta em prática, depois vem a pena de morte. Tudo se encaminha para  em breve ter no país  escolas de educação infantil de segurança máxima. Já pensaram mamadeiras como monitoramento eletrônico para os bebês  não escapar? É cômico se não fosse trágico. 
O que ocorre no Brasil é  a incompetência do Estado. O sistema prisional é  falho, caótico e retrogrado. Os presídios precisam ressocializar e não permitir que o detento saia com curso superior do crime.  O sistema prisional deve implantar  trabalho de um turno aos presos, ensino profissionalizante em outro, bem  como, condições humanas de alojamento, médicos, psicólogos, apoio religioso, dentistas, atividades físicas e bibliotecas. Se isso tudo ocorrer e não mudar ai sim poderemos debater a redução da maioridade penal, do contrário tudo não passa de uma farsa. 
O Brasil precisa e deve radicalizar o processo democrático de participação popular. O governo deve ampliar o acesso de jovens as escolas, faculdades através de bolsas aos pobres, ampliar programas de moradia as pessoas de baixa renda, mas sobretudo é urgente (para ontem) investir pesado em educação.
Educação, educação e educação como dizia Leonel Brizola e Dary Ribeiro quando implantaram os CIEPs no Rio Janeiro no anos 80. Os “Brizolões” eram escolas de turno integral nas quais  a criança chegava pela manhã tomava café, assistia aula, lanchava, depois ao meio dia almoçava e a tarde participava de oficinas. A tarde lanche, a tardinha tomavam banho e jantavam. Havia  transporte gratuito para estas crianças e aulas de inglês e francês. Foram construídos 550  CIEPs, porém quando mudou o governo carioca aos poucos os governadores (a serviço de  quem?) foram fechando os CIEPs, transformando em escolas de apenas um turno para que? Para sobrar mais dinheiro para ser desviado para seus bolsos. Hoje dos 550 Brizolões não chega a 20 o número de escolas em turno integral, ou seja, 530 escolas de formar cidadãos  foram fechadas. Isso tudo a serviço de quem? Sociólogos, pedagogos e educadores chegaram a conclusão de que se o sistema educacional  implantado por Brizola e Darcy Ribeiro tivesse continuidade e ampliado, o Rio de Janeiro não estaria enfrentando o caos, onde existe um “estado” paralelo no qual facções criminosas comandam  favelas e morros, levando violência e morte. 
A prevenção à criminalidade esta diretamente associada à existência de políticas sociais básicas e não à repressão, pois não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas sim a certeza de sua aplicação e sua capacidade de inclusão social. A redução da maioridade penal é  semelhante a um homem que possui um tumor em um dos olhos e entra em uma relojoaria e compra um óculos escuro. Reduzir a maioridade penal é atacar o sintoma e não a causa.
O remédio é amargo, mas deve ser tomado e consiste em austeridade fiscal, enxugamento da máquina pública, combate a corrupção e punição aos corruptos, mas é vital uma sobretaxação sobre  as grandes fortunas que hoje sonegam impostos e estão financiando estas ações no Brasil, porque não querem abrir mãos dos anéis, mas se nada de concreto ocorrer e a famigerada redução acontecer, as elites constataram que a violência não diminuirá pelo contrário aumentara e ai ao invés de perder os anéis perderam os dedos e quem sabe as mãos.
Encerro lembrando o sociólogo Betinho (Herbert de Souza) “Se não vejo na criança uma criança é porque alguém a violentou antes. E o que vejo é o que sobrou de tudo que lhe foi tirado”. 
Portanto mais escolas e menos presídios.
Jair Wingert; jornalista - Reg. Prof. MTb/RS - 10.366

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

FAMÍLIA PERDEU TUDO EM INCÊNDIO E AGORA CARECE DA MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE

Neste local na Avenida Luiz Alberto Fett ao lado da Pensão do Joaquim no Rio Branco será reerguida a residência de Sarico e Vilma. Este sonho só depende de nós.
A obra de Graciliano Ramos Vidas Secas narra as lutas e agruras da família de retirantes nordestinos que buscam escapar da fome, mas a pior de todas as agruras é a da alma. A falta de esperança é um dos grandes males da humanidade.
Em Campo Bom no dia 25 de junho pela madrugada um incêndio destruiu em questão de minutos a residência de uma família de campo-bonenses. O casal Osmar Gaspar da Silveira “Sarico” (61) e Maria Vilma moradores na Avenida Luiz Alberto Fett no bairro Rio Branco (ao lado do Mini Mercado e Pensão Amaral) perderam praticamente tudo no incêndio que provavelmente teve como causa um curto circuito. A casa de madeira já estava em condições precárias segundo Sarico e queimou em poucos minutos. Ele é aposentado e a esposa Vilma é do lar e o grande sonho deste casal de moradores do Rio Branco é poder reconstruir uma casa pequena, mas de alvenaria. Sairam praticamente só com as roupas do corpo e estão morando temporariamente num espaço cedido pelo vizinho e comerciante Joaquim Amaral que não está cobrando aluguel dos amigos, num gesto de solidariedade.
Sarico é uma pessoa bastante conhecida no bairro e agora está tentando adquirir os materiais de construção, porém não tem sido fácil a empreitada. Emocionado Sarico destaca: “A gente ainda está muito abalado com o incêndio que por pouco não se alastrou queimando outras residências dos vizinhos ao lado. Graças a Deus ninguém se feriu, mas por outro lado a gente está triste porque sabe que não é fácil reconstruir a nossa casinha”, destaca Sarico com a voz embargada e ainda conclui: "Eu agradeço aos amigos em especial o Joaquim que nos cedeu um lugar para ficarmos temporariamente sem cobrar aluguel. Não é fácil iniciar do zero novamente até porque somos pobres, mas tenho fé que aos poucos as coisas vão se ajeitar, Deus é bom e sabe todas as coisas", salienta Sarico enxugando as lágrimas. Já a esposa Vilma afirma que não consegue dormir em função do trauma do incêndio. “Acordamos com o fogo destruindo tudo. Ainda hoje me dá uma vontade enorme de chorar, porque não sei como vamos fazer para reerguer nossa casinha”, enfatiza Vilma.
A mobilização e a solidariedade é o caminho para fazer esta família voltar a sorrir. Se cada um contribuir com um pouco, o pouco se torna muito. A mobilização da comunidade pode e vai fazer a diferença para que mais esta história tenha final feliz. Você pode colaborar doando materiais de construção ou até um valor em dinheiro para a mão de obra. Veja abaixo o material necessário para resolver este problema e possibilitar que o Sarico e a Vilma tenham novamente sua casa, agora de alvenaria. Sarico e Vilma perderam quase tudo do pouco que tinham, mas não perderam a esperança e a crença no ser humano e na sua solidariedade.

Final feliz?  Só depende de você!

* 5 mil tijolos de seis furos; * 500 pedras de alicerce; * 30 barras de ferro 5/16; * 30 barras de ferro 4.2;* Uma dúzia de tábuas; * 60 sacos de cimento; * Uma carga de areião; * Uma carga de brita; * Duas portas de madeira; * Uma janela basculante; * três janelas de madeira e * 48 telhas de Brasilit de 6mm. Você poderá ajudar entrando em contato com a família pelos telefones: 51.8065.2467 (Vilma) ou 51.9789.5939 ou conosco através do 9856.9252. 
Não esqueça sua doação vai fazer a diferença e você estará ajudando uma família a voltar a sorrir e ter esperança novamente. Você já fez tudo que podia por seu semelhante? Pense nisso.
Vilma e Sarico perderam praticamente tudo no incêndio de junho passado. Agora nossa solidariedade e mobilização será decisiva para que esta história tenha final feliz.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

CARLINHOS DO BAIANO

Jair Wingert  ao lado do  advogado e empreendedor Carlos Silveira formado pela Feevale.
A canção do Milton Nascimento diz que amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito; dentro do coração. Já o poeta Moacir Franco na canção “Amizade” fala: “Amizade, felicidade, ainda é tempo. Me abrace agora que amanhã pode ser tarde, amor bonito é amizade”.
Há amigos que mesmo a gente não estando sempre juntos são amigos eternos. Amigos na verdade são anjos disfarçados de pessoas que estão aqui por alguma razão. O escritor Saint Exuperry  “Pai do Pequeno Principe” afirmou que a gente se torna eternamente responsável por aquilo que cativamos. Eu dentro da minha vã filosofia vou além:  nossos amigos são os bens mais preciosos que existem. A vida sem os amigos é como o céu sem a mágica presença das estrelas. E quando um amigo vence uma etapa, quebra um paradigma a gente se alegra.
Particularmente estou exultante com a vitória do Carlos Silveira; o Carlinhos do Baiano; amigo do Vitor  Hugo “Torugo”, do Chico Louco, do Strack e de tantos outros nos bons tempos do Rio Branco; quando ainda éramos o Morro das Pulgas.
Conheci o Carlinhos em 1977 quando morou com sua família no estádio do Oriente. O velho Baiano vendia pasteis numa Variant azul clara. E nós nas tardes primaveris intercalávamos momentos de chutes a gol dentro do campo do Oriente sempre de olho no Xóxi, mas também ajudávamos o Carlinhos no cilindro, espichando a massa para os pasteis que abasteciam os armazéns de Campo Bom. Dona Amélia mãe do Carlinhos cuidava do Daniel “Béco” que na época ainda era um bebê.
Amizade pura, futebol nos campinhos do bairro, além de torcer pelo Oriente aos domingos e pelo colorado. Seguíamos sem qualquer medo da vida, Carlinhos no Ferrari “Pre Man” ou Polivalente como queiram e eu no Emilio Vetter, depois no glorioso Ildefonso Pinto. Carlinhos  habilidoso volante da Cebem campeã  da região metropolitana, treinado pelo seu Gildo Pacheco e supervisionado pela dona Juraci Reichert.
Tempos difíceis também, pobreza romântica, mas espere ai pobreza romântica você vai dizer? Sim pois éramos pobres, mas  tínhamos sonhos e o pão de cada dia mesmo sendo pouco jamais faltava na mesa. A família se reunia e havia mais diálogo menos facebook, tablet, whats e televisão. A tecnologia era o fogão a lenha com um bule de café feito no saco, ovo frito (só no girassol), salada de tomate, arroz, feijão, aipim... Um banquete... Domingo? Bah ai sim, principalmente no natal e ano novo, salada de maionese, galeto e costela assada e uma Pepsi família (garrafa de vidro) comprada no Bar do seu Moraes e a sobremesa, uma lata de doce de Pêssego (eu tomava até o caldinho).
Hoje contando isso talvez os mais jovens estarão pensando: o tio pirou, comeu bolinha de sinamão (sinamomo). Nós éramos felizes e sabíamos!
Hoje a pobreza é outra, porque um jovem senão tem um tênis da marca tal, se sente pobre. Não tendo um telefone de última geração se sente pobre e não  tendo uma roupa de marca famosa também é pobre. Na pastelaria do Baiano aprendi as primeiras lições de solidariedade e socialismo, pois no final da tarde muitas vezes nós entre vários amigos  dividíamos alguns pasteis ofertados pela dona Amelia. Retornávamos para casa alimentados e felizes. Aqueles pasteis  de carne tinham um tempero especial: esperança.
Os anos se passaram e a família Silveira seguiu seu caminho, o Baiano abriu uma Borracharia na São José em Novo  Hamburgo, depois retornou a Campo Bom e na  Avenida dos Estados esquina com Adriano Dias, onde funciona um posto de combustíveis, ali o velho Baiano de guerra iniciou uma borracharia. Os filhos cresceram e o espirito empreendedor do Baiano e a inovação e a ousadia dos guris, Carlinhos e Daniel transformou a borracharia num centro de referência na cidade com prédio próprio.
A Baiano Pneus é mais que uma loja. A empresa muito além de oferecer serviços prima pela excelência de seus serviços com preceitos de qualidade total e satisfação dos clientes que se tornam impreterivelmente em amigos.
Pois no ultimo sábado (01.08) tomado pela emoção  tive a alegria de participar de uma  conquista do meu amigo, meu irmão Carlinhos do Baiano, agora o advogado Carlos Silveira. Formado pela Feevale em Direito, o Dr. Carlos é um exemplo de que sonhar é preciso. O velho  Baiano plantou uma semente que germinou. Festa bonita, amigos celebrando a vitória. Família reunida, emoção da esposa e da filha que leu uma terna mensagem que levou o pai (Carlinhos) às lágrimas. Mas as lágrimas não tiraram dos olhos do Carlinhos a imagem estampada no olhar perdido em um momento ao recordar dos pais que não mais estão presentes, mas foram decisivos na construção do caráter desta família de empreendedores.
Para mim foi uma vitória compartilhada, sim, porque quando um amigo vence, todos nós vencemos.
Carlinhos que Deus abençoe tua nova caminhada e continues assim sonhador, ético, sério, com o espírito de  empreendedor e sobretudo sonhador.
Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.
Um beijo no teu coração meu irmão.
Jair Wingert; jornalista.
Cebem de Campo Bom - 1977 ( escola em turno oposto) do  Rio Branco. Equipe campeã da Grande Porto Alegre - Em pé da esquerda para a direita – Paulo Vargas, Paulinho Apollo, Jorge Moreira, Laone, Jair Wingert, Sidnei da Ajar, Carlinhos do Baiano, Paulinho Arteiro, Elvio André, Everaldo, Carlos Moreira e Altemir Pereira.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

EDUCAR É ABRIR JANELAS

Jorge Trevisol um dos melhores palestrantes que já esteve em Campo Bom.
A educação é a ferramenta que vai transformar o Brasil e torná-lo aquela nação preconizada por Tiradentes; aquele herói enlouquecido de esperança. È verdade que desde 2002 para os dias atuais o país avançou muito, sobretudo possibilitando acesso aos filhos dos trabalhadores a faculdades e universidades. O nosso Leonel de Moura Brizola um apaixonado pela educação e defensor de que projetos educacionais são ferramentas de inclusão e que contribuirão para o surgimento do novo homem; um ser formador de opinião e não repetidor informação; um pensador na essência da palavra “Se penso logo existo”. Brizola e Darcy Ribeiro quando implantaram os CIEPs no Rio Janeiro nos anos 80, os “Brizolões” eram escolas de turno integral nas quais  a criança chegava pela manhã tomava café, assistia aula, lanchava, depois ao meio dia almoçava e a tarde participava de oficinas em turno oposto. A tarde lanche, à tardinha tomavam banho e jantavam. Voltavam para casa com o corpo e a alma alimentado. Havia  transporte gratuito para estas crianças e aulas de inglês e francês. Foram construídos 550  CIEPs, porém quando mudou o governo carioca aos poucos os governadores (a serviço de  quem?) foram fechando os CIEPs, transformando em escolas de apenas um turno. Para que? Para sobrar mais dinheiro para ser desviado para seus bolsos. Hoje dos 550 Brizolões não chega a 20 o número de escolas em turno integral, ou seja, 530 escolas de formar cidadãos  foram fechadas. Isso tudo a serviço de quem? Sociólogos, pedagogos e educadores chegaram à conclusão de que se o sistema educacional  implantado por Brizola e Darcy Ribeiro tivesse continuidade e ampliação, o Rio de Janeiro não estaria enfrentando o caos, onde existe um “estado” paralelo no qual facções criminosas comandam  favelas e morros, levando violência e morte.  A prevenção à criminalidade esta diretamente associada à existência de políticas sociais básicas e não à repressão, pois não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas sim a certeza de sua aplicação e sua capacidade de inclusão social. Independente da ideologia ou gres partidária, até porque acredito que isso apenas separa, ou seja, não une, desagrega, fico estupefato com o projeto educacional desenvolvido em nossa cidade. Campo Bom possui desde 2008 um projeto de educação libertário e que é referencia no Brasil. O projeto sob o comando do prefeito Faisal Karam sob a chancela da secretária de Educação, Eliane dos Reis e sua equipe é reconhecido internacionalmente com ênfase na inclusão. Na semana passada, (31.07) no auditório Marlise Sauressig no CEI tive a alegria de participar do Seminário envolvendo educadores e profissionais da educação infantil. Um momento de rara beleza e encantamento. A começar pelo grupo musical da Escola Presidente Vargas da Operária coordenado pelo professor Rondinelli que com talento e maestria conduz estas crianças. Aliás, este grupo é uma oficina de cidadania, uma verdadeira “Padaria d'alma”. Os alunos participam deste grupo em turno oposto ao da escola. Olha o Brizola ai gente! Escola em turno integral tira as criança e adolescente das ruas e os transforma em cidadãos de bem. A emoção de ver aquela garotada tocando instrumentos e levando a magia da musica que transforma a alma foi algo que transcendeu minha finita compreensão. Nossa,  filhos de sapateiros tocando instrumento que maravilha! O que é aquele garoto solando “Dona” do Roupa Nova” com sax? Um momento lúdico e que nos deixou emocionados, porque educar é preciso. Já o palestrante dispensa comentários. O teólogo, compositor, filosofo e terapeuta Jorge Trevisol é uma autoridade. Sua palestra é algo magnifico que leva a pensar, a “não ficar distraído”. Fala de anjos, de amigos e de tantas reflexões “Como Zaqueu”.  Trevisol sentenciou que  o ser humano mais potente não é aquele que conquista coisas materiais mas, aquele que vai, no passar dos dias da vida dele se descobrindo nas experiências que vai fazendo. Isso na (área da)educação é fundamental pois a educação poderia ser chamada 'a arte de despertar a alma que há em cada um.  A divisão maior da sociedade não está entre pobres e ricos, mas sim entre os distraídos e os que são atentos aos sinais. Os que estão mais atentos conferem sentido as coisas que acontecem ao seu mundo, se mantém alertas, enquanto os distraídos as vezes simplesmente veem a vida passar, entregam-se demais ao acaso.”, disse, pregando que a auto avaliação é um exercício indispensável para quem busca conhecer a si mesmo. Andando pelo palco com seu sotaque no melhor estilo descendente de italianos, o psicoterapeuta orientou o público a observar melhor as pessoas de seu convívio mais próximo. “Quer saber quem você é? observe quem é que vive ao seu lado, quem está sempre com você; analise que livros você lê, que filmes você assiste; isso revela muito sobre sua alma.”  Trevisol enfatizou a importância de monitorarmos nossos pensamentos para que possamos viver com equilíbrio. Em síntese, explicou que atraímos aquilo que pensamos. “Pessoas tristes atraem pessoas tristes e duas pessoas tristes às vezes dão muito certo, até que um deixe de ser triste. Isso porque um triste não suporta a felicidade do outro, a felicidade do outro machuca”.  No final da palestra saímos com a sensação que se quiséssemos voaríamos. Mais leves, sem cargas, mais perdoadores, cheios de esperança e com a certeza de que é possível construir um novo homem a partir do maior de todos os dons: o amor. Também conclui que cada centavo aplicado em educação pelos gestores públicos retorna sempre em forma de cidadania plena. Mais investimentos hoje em escolas e seres humanos serão menos presídios amanhã. O menino e a menina que hoje toca um sax ou flauta doce no turno oposto, amanhã não vai “ tocar um cachimbo de crack” e se tiver que fumar cachimbo será o da paz.  Educar é abrir janelas e construir estradas nos átrios do  coração! Não sei se disse, mas tentei.