terça-feira, 19 de julho de 2016

TIO DINO: O BÊBADO E A BOMBACHA

Tio Dino me enviou esta foto de um churrasquinho (pequeno) que fez em seu sitio para um grupo de amigos.

O velho e bom Arcedino Vieira Nunes, também conhecido como tio Dino vivenciou os bons tempos de carreteiro vendendo melado, açúcar mascavo, ovos, galinhas, lenha e charque. A noite as carretas paravam na beira da estrada, onde os bois eram descangados e os carreteiros ao pé do fogo de chão preparavam arroz com charque, não sem antes matear ao pé do fogo. Após a janta alguns pernoitavam dentro das carretas ou embaixo da mesma, especialmente nas noite de verões. Já nos invernos os galpões das fazendas e sítios eram o local utilizado. Mas tio Dino também mascateou vendendo na região queijo, chimia, farinha e água ardente. Fazia os pedidos que depois eram entregues. Um dia tio Dino chegou em Santo Antonio da Patrulha isso lá por 1961, pouco tempo depois que Brizola levantou o Rio Grande do Sul e colocou os golpistas no lugar deles, garantindo a posse de João Goulart “Jango”. Tarde da noite tio Dino chegou no hotelzinho que o abrigava. Na verdade era uma especie de hotel pensão. Mas naquela noite de inverno os quartos estavam todos lotados,porém o proprietário compadecido com tio Dino lembrou que no quarto de número 14 havia um hospede que residia permanentemente no quarto. O velho Nicanor era um alcoólatra inveterado e dormia a noite inteira. O proprietário deu a sugestão, afirmando que no quarto de Nicanor havia duas camas e se ele não importasse poderia passar a noite ali. Tio Dino relutante, mas com o frio de renguear cusco lá fora e minuano assoviando na orelha, aceitou a sugestão. Após a janta o velho Dino ao se deslocar para o quarto sentiu aquela cólica terrível na barriga. Correu para o banheiro, mas observou que havia uma fila e que não daria tempo de esperar. Correu para o quarto na esperança de ao menos encontrar um pinico ou um balde, mas nada achou. A barriga roncando não houve tempo “cagou de toda tripa”. Bombacha marrom de favinho toda cagada! Pensou e agora? O que fazer? Um morungavense sempre tem boas ideias e não se aperta. Olhando atentamente observou que Nicanor tinha o mesmo porte físico e ai surgiu a ideia. “Vou tomar banho e depois tiro as bombachas deste bêbado e amanhã levanto cedo e me vou”. Dito e feito, tomou banho e lentamente tirou as bombachas de Nicanor e colocou as bombachas cagadas no pobre vivente. Pela manhã tomou café cedo, pagou a conta e seguiu viagem. Nicanor permaneceu dormindo como uma pedra. Três meses depois retornou a Santo Antonio e após visitar os clientes, chegou no hotelzinho, pediu um quarto e intrigado perguntou ao dono “Amigo como estão as coisas por aqui?”. Olha seu Dino tudo muito bem com exceção do seu Nicanor que tivemos que internar no São Pedro. Lembra aquela noite que o senhor dormiu no quarto dele?”, perguntou o dono do hotel. “Sim, sim, mas o que houve?”questionou Arcedino. Olha preocupado o velho hoteleiro disse: “Olha o Nicanor amanheceu com a bombacha toda cagada” disse o proprietário do hotel. “Mas o que isso tem a ver com interná-lo” perguntou tio Dino. O velho respondeu: “Ele ficou louco porque não consegue entender como alguém pode cagar as bombachas sem cagar as cuecas” - Tem que ter concurso – 100% Morungava! Jair Wingert; jornalista.

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