quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

MUNICIPALIZAR A ÁGUA É O CAMINHO



O calor insuportável que atinge o planeta nos remete a reflexões profundas. Será que dentro de dez anos vamos suportar a temperatura no planeta terra? Acredito que não. Hoje vivemos um problema gravíssimo e que as autoridades não ousam em tocar. Para onde estamos caminhando?
O planeta Campo Bom é um lugar que no verão é quase inabitável, com ondas de calorões que nos deixam atônitos. Esta semana para completar o quadro uma simples tempestade mais uma vez colocou a progressista cidade numa situação que beira o trágico e cômico. O temporal de pequenas proporções causou sérios prejuízos a comunidade com falta de luz e água.
Empresas fechadas, famílias sem luz e sem água. Pessoas acamadas que necessitam de ventilador, ar condicionado, crianças sem água, um caos mais uma vez se abateu num município rico e referência na região. A cada chuva mais forte Campo Bom é vítima da fala de luz e de água. O setor de bombas da Corsan localizado no Recanto (25 de Julho) não possui gerador e a falta de energia elétrica nesta região faz com que a cidade inteira não receba água. Pode isso em pleno século 21?
Após a tempestade de segunda-feira (25.01), por volta das 21 horas não havia luz e nem água em vários pontos de Campo Bom inclusive no centro. O péssimo atendimento do call center tanto da Corsan como da AES Sul é algo revoltante e o pior é que tudo permanece como está, não dá nada. Você liga e uma voz nojenta diz que você é o 118º a ser atendido e uma música mais nojenta é colocada para você aguardar a ser atendido por alguém que pela voz parece não ser deste planeta e ainda por cima é surdo.
É trágico. No planeta Campo Bom o problema é a falta de gerador na estação de tratamento da Corsan, porém o governo do Estado afirma que não tem recursos para a compra do gerador. Isso é cômico ou é trágico? O governo do Estado vai indenizar as empresas que dispensaram seus trabalhadores na terça-feira (26.01)? Por que a AES Sul continua prestando um serviço de péssima qualidade? Onde estão os deputados da região? Onde está a agência reguladora deste serviço? A falta de energia elétrica em Campo Bom é fruto da falta de um projeto estratégico da AES Sul que presta um serviço de quinta categoria ao município e cidades que atende. Cada vez que um urubu senta em um poste em Campo Bom falta luz, porque de cada dez postes, oito estão podres e a AES Sul não faz as trocas e ninguém pune ou fiscaliza. Já a Corsan se esconde atrás da AES Sul, pois é uma empresa incompetente. A equipe da cidade é excelente, mas o problema é de gestão pública, ou seja, o responsável é o governo do Estado e mais uma vez perguntamos: onde estão os nossos deputados eleitos para nos defender?
O caminho é simples, é lógico, a municipalização dos serviços de água e esgoto a exemplo de Novo Hamburgo e outras cidades. Não dá mais para aguentar tamanho descaso e incompetência da Corsan.
A AES Sul é fruto das privatizações do governo Britto que entregou o patrimônio dos gaúchos ao capitalismo e ao novo modelo, o neo liberalismo que veio para “salvar a humanidade” e deixar os ricos mais ricos.
Hoje não temos a quem reclamar. Em Campo Bom não existe um escritório da AES Sul. Estamos num mato sem cachorro. A Corsan por sua vez é fruto das açãoes de um governo que não tem comandante, um contador de piadas que delegou o comando a subalternos que nós aqui já conhecemos e sabemos a prática.
No meu entender urge a necessidade da administração municipal em conjunto com a sociedade organizada romper o contrato com a Corsan que é um empresa incompetente na esfera estadual e municipalizar a água. Convenhamos se não existe recurso para comprar dois ou três geradores, então devemos pedir a conta e subir para Caxias. Este filme se repetirá com as tempestades que enfrentaremos ainda neste verão de 2016. Vamos resistir pacificamente?
Ah quando voltar a água, dentro do vaso vejo a Corsan e a AES Sul boiando e dou descarga... Tchuuuummm... Tchuuuum.
E o pior é que fedeu.
(Jair Wingert; jornalista que está vereador em Campo Bom)

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