quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O PSB É VERMELHO E AMARELO

A morte de Eduardo Campos nos deixou atônitos, mas não podemos perder o foco, como disse nosso líder: não vamos desistir do Brasil. Sou um homem de partido e que defende sempre o coletivo, porém estou preocupado com a candidatura a presidencia da República por vários motivos primeiro: Marina Silva nunca foi socialista e nem será. Ela não é PSB e sim está usando a sigla e sabida e notoriamente ao passar o pleito deixa a sigla que acolheu para fundar a chamada Rede. Não entro no mérito e defendo o direito de Marina fundar o partido que desejar, assim é o processo democrático. Agora entregar a cabeça de chapa em troca de subir na pontuação para mim é duvidoso e tem nome esta postura. E o projeto de fazer do Brasil uma grande nação?  Segundo: Marina tem enorme dificuldades de relacionar-se com o setor do agronegócio e veja bem não defendo o agronegócio, defendo sim invesimentos na agricultura familiar, mas o agronegócio existe, gera emprego e renda e merece ser tratado com respeito e sobretudo com diálogo. Não podemos jogar a água suja da bacia com a criança dentro. O radicalismo tanto de esquerda como de direita são dois cães iguais, porém com coleiras diferentes. Caso Marina vença a eleição o que acho improvável porque quando começar a falar vai perder votos. Na minha concepção romariana “Marina calada é uma poeta”. Diferente de Eduardo não é aberta ao diálogo e possui um discurso evasivo e vive apenas de divagações. Dentro da hipótese de uma vitória quem garante que Marina não deixará o PSB no meio do caminho acefalando o partido do governo. Quem garante? Não entendo porque o PSB não lançou nomes como de Roberto Amaral ícone do socialismo democrático da América Latina. O próprio Beto Albuquerque poderia ter sido escolhido como candidato a presidência na minha modesta avaliação, ou quem sabe Luiza Erundina. A Marina manteríamos o cargo de vice que está de bom tamanho. Num segundo turno entre Marina e Dilma, quem Aécio vai apoiar? Como vamos administrar um palanque com os neo-liberais e sua prática tacanha de privatizações e defesa do estado mínimo? Já chega a aliança feita aqui no Rio Grande do Sul onde estamos tendo que engolir sapos sem tempero fruto das dificuldades de carregar certas candidaturas que não agregam nem decolam. Elefante só voa em história em quadrinhos. Nós socialistas devemos ser pragmáticos, mas sem abrir mão de princípios básicos que norteam o socialismo democrático e participativo, porque acreditamos que um outro mundo é possível. O Dr. Nicholas Murray Buteer; ex-presidente da Universidade de Columbia afirmou certa vez que existem três tipos de pessoas no mundo: aquelas que não sabem o que está acontecendo; aquelas que observam o que está acontecendo e aquelas que fazem as coisas acontecer. Será que PSB está sabendo fazer a avaliação correta do momento que estamos vivenciando? O tempo dirá, mas quero deixar bem claro: esperava que o Partido Socialista Brasileiro, o PSB de Miguel Arraes, de Eduardo guerreiro do povo brasileiro tivesse uma candidatura madura e não verde, porque como cantava Jorge Mautner: “A bandeira do meu partido é vermelha de um sonho antigo, cor da hora que se levanta, levanta agora, levanta aurora! ... Leva a esperança, minha bandeira tu és criança a vida inteira, toda vermelha, sem uma listra minha bandeira que é socialista! Mas a bandeira do meu Partido vem entrelaçada com outra bandeira a mais bela, a primeira verde-amarela, a bandeira brasileira. Como disse no inicio sou um homem de partido e me curvo a decisão do coletivo, não sem antes repetir o poeta Silvio Brito: “Eu aceito ser carneiro. Mas pelo amor de Deus, deixa eu mujir do meu jeito tá...” Não sei se disse mas tentei. - Escrevo e assino embaixo.
*Jair Wingert; vereador do PSB e jornalista - Campo Bom

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