segunda-feira, 18 de julho de 2011

TIO DINO: UM GAUDÉRIO NO RIO

Lá pelo final dos anos 70, inicio dos anos 80 com o inicio da Abertura Política, lenta, “segura” e gradual, o país fervilhava cultural e politicamente com ampla discussão nas escolas, associações de bairro, nos partidos políticos. No cenário nacional Brizola perdia o PTB para Ivete Vargas, mas o caudilho dos pampas, o homem que sempre defendeu a educação como base para alavancar o desenvolvimento do Brasil, criou o PDT, candidato no Rio de Janeiro venceu  ao governo do Estado mesmo com uma tentativa de golpe da famigerada rede de TV em parceria com a Proconsult. Na música Chico Buarque continuava mandado seus recados subliminares, já Paulo Ricardo do RPM (Revoluções Por Minuto) anunciava que “havia alguma coisa errada com o rei” ou então falava muito na Rádio Pirata. Em Campo Bom Fips Schneider fazia um governo onde a cidade crescia movida pela senda de progresso advindo da pujança das exportações e assim surgia a primeira Ciclovia da América Latina em nossa cidade. No Alto Paulista em 1979, Sérgio Gayger apoiado e orientado pelo professor Jairo de Andrade; fundador do Teatro de Arena nos Alto da Borges em Porto Alegre; berço de resistência política e cultural criam em Campo Bom a primeira Associação de Moradores de nossa cidade.  Já no Morungava a vida seguia seu ritual normal, as vacas dando leite, carretas carregando pasto, flores do campo enfeitavam a beira da estrada, exalando um suave perfume. A cada por de sol um cartão postal e não obstante um colono queimava uma coivara; prática hoje que  a gente sabe que é deplorável, pois as queimadas matam e roubam os nutrientes do solo. Nas tardes de inverno nada melhor que deliciar-se com uma bergamota ou então comer uma laranja do céu apanhada num sítio abandonado. Não raro ao subir na laranjeira vocês se deparava a centímetros de uma “cachopa” de marimbondos caboclos; aqueles amarelos e aí só uma saída estratégica para escapar dos ferrões. Neste período de efervescência política, Tio Dino para desespero da Tia Miúda resolveu participar de uma reunião organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais. O Congresso aconteceu no Rio de Janeiro e lá nas reuniões, Tio Dino fez amizade com um colono mineiro que veio para o encontro em sua Scânia. Numa das tardes livres, Tio Dino pediu o caminhão emprestado ao amigo mineiro e saiu para conhecer a Cidade Maravilhosa que na época bala perdida só a que caia dos bolsos das crianças ou dos velhos. O velho Arcedino estava comendo no balcão de um restaurante de estrada próximo a tal lagoa Rodrigo de Freitas, um lagozinho que não chega nem aos pés da Lagoa dos Patos, muito menos da dos Schreiber ali no Morungava. Não demorou muito entram três motoqueiros cariocas, tipo "Abutres" (aqueles caras que vestem roupas de couro preto, cheias de coisas cromadas e que gostam de mostrar sua força quando estão em bando). O primeiro, parecia que fazia parte dos filmes de Mad Max vai até o Tio Dino, apaga o cigarro em cima do bife dele e vai sentar na ponta do balcão. O segundo vai até o Tio que já estava ficando bravo cospe no copo dele e vai sentar na outra ponta do balcão. O terceiro vira o prato do Tio Dino e também vai sentar na outra ponta do balcão. Sem uma palavra de protesto, como todo bom morungavense que come o mingau pelas beiras e sabe que o pássaro madrugador come as melhores minhocas, Tio Dino levanta-se, põe o chapéu e vai embora. Depois de um tempo, um dos motoqueiros diz ao garçom: - Esse gaúcho não era homem! E o garçom meio que sorrindo retruca: - Nem bom motorista... Acabou de passar, com o SCANIA dele, em cima de três motos ali no estacionamento!!! EITA!!! TE FRESQUEIA ANIMAL !!!!! Mas bah tchê!!! Tem que ter concurso – 100% Morungava

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