terça-feira, 14 de abril de 2015

AS VEIAS DA AMÉRICA FECHARAM

As veias da America se fecharam...

Morreu Eduardo Galeano
O escritor Eduardo Galeano morreu, aos 74 anos, na manhã desta segunda-feira (14.04). De acordo com o jornal uruguaio El País, o autor de As Veias Abertas da América Latina estava em sua casa, em Montevidéu. Ele lutava contra um câncer no mediastino (região da cavidade torácica) que havia entrado em metástase. Nascido em Montevidéu em 1940, Galeano começou cedo no jornalismo e na literatura — aos 14 anos, já vendia charges para jornais uruguaios. Famoso pela multiplicidade (escreveu livros de História, ficção e ensaios), denunciou a opressão no continente latino em As Veias Abertas da América Latina, traduzido para dezenas de idiomas e referência no assunto até hoje. Em Montevidéu, foi chefe de redação do semanário Marcha e diretor do jornal Época, carreira encerrada pelo golpe militar no Uruguai. Em 1973, foi preso pela ditadura e exilou-se na Argentina para fugir da prisão. Lá, chegou a lançar livros, mas teve a vida novamente dificultada pelo golpe militar liderado pelo general Jorge Videla, em 1976. Para fugir dos esquadrões da morte, refugia-se na Espanha, de onde sai apenas em 1985, quando da redemocratização do Uruguai — e nunca mais deixa a Capital.Nascido em Montevidéu no dia 3 de setembro de 1940, Eduardo Galeano começou muito jovem no jornalismo e nos mais variados gêneros literários como o ensaio, a poesia e a narrativa. Ensaísta, historiador e ficcionista, publicou mais de 30 livros, quase todos traduzidos no Brasil. Ele é autor da obra "As veias abertas da América Latina", em que denunciou a opressão e amargura do continente e que foi traduzido para dezenas de idiomas. Em sua cidade natal, foi chefe de redação do semanário "Marcha", na década de 1960, e diretor do jornal "Época". Aos 14 anos, Galeano já vendia suas primeiras charges políticas para jornais uruguaios como El Sol, do Partido Socialista.

Um sobrevivente da ditadura
Durante o golpe militar no Uruguai, em 1973, Galeano foi preso. Para fugir da cadeia, exila-se na Argentina. No país vizinho, chegou a lançar o livro “Crisis”, mas não teve vida fácil. Em 1976, outro golpe militar, dessa vez liderado pelo general Jorge Videla, coloca novamente sua vida em risco.O nome do escritor vai parar na lista dos esquadrões da morte, que executavam opositores ao regime. Para salvar sua vida, ele se refugia na Espanha. Ele só voltaria ao Uruguai em 1985, quando ocorre a redemocratização. Após o retorno, viveu em Montividéu até morrer.Recebeu o prêmio Casa de Las Américas em 1975 e 1978, e o prêmio Aloa, promovido pelas casas editoras dinamarquesas, em 1993. A trilogia "Memória do fogo" foi premiada pelo Ministério da Cultura do Uruguai e recebeu o American Book Award (Washington University, EUA) em 1989. Ainda em solo espanhol, Galeano iniciou “Memória do fogo”, uma trilogia sobre a História das Américas. Passando pelos povos pré-colombianos até o recuo das ditaduras militares na região, Galeano leva para as páginas personagens como generais, artistas e revolucionários. A história americana é contatada por meio de pequenos textos sobre ações que mudaram o modo de encarar a vida no continente. Em 1999, Galeano foi o primeiro autor homenageado com o prêmio à Liberdade Cultural, da Lannan Foundation (Novo México). É autor de "De pernas pro ar", "Dias e noites de amor e de guerra", "Futebol ao sol e à sombra", "O livro dos abraços", "Memória do fogo" (que engloba "Os nascimentos", "As caras e as máscaras" e "O século do vento"), "Mulheres", "As palavras andantes", "Vagamundo", "As veias abertas da América Latina" e "Os filhos dos dias".

Frases marcantes do escritos e jornalista:

"Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos."

"Na luta do bem contra o mal, é sempre o povo que morre"

"Quando as palavras não são tão dignas quanto o silêncio, é melhor calar e esperar."

"A primeira condição para modificar a realidade consiste em conhece-la."

"Somos porque ganhamos. Se perdemos, deixamos de ser."

"A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo."

Não passo de um mendigo do futebol, ando pelo mundo de chapéu na mão, e nos estádios suplico:Uma linda jogada pelo amor de Deus! E quando acontece o bom futebol, agradeço o milagre sem me importar com o clube ou o país que o oferece.

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