quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Razões para não votar na Dilma (Leia e compartilhe)

O jornalista Juremir Machado um dos maiores  profissionais da imprensa brasileira é ancora de um dos programas mais  ouvidos do rádio do gaucho. Ele trabalha na Rádio Guaiba e escreve no jornal mais respeitado e conceituado do RS – Correio do Povo. Ele escreveu algo que  me deixou pensativo. Peço que antes de votar você leia este texto e tire suas conclusões, mas leia até o final e depois decida o que você quer para o Brasil. Jair Wingert; jornalista profissional.
Treze razões para não votar em Dilma
Postado por Juremir em 10 de outubro de 2014 - Uncategorized
Depois do primeiro turno, acrescentei três razões à minha lista para que não se vote em Dilma.
Vai mal o Brasil. Essa primeira razão fala por si. Temos o menor desemprego dos últimos 12 anos. Uma vergonhosa taxa de 5%. Culpa do PT. Só no Brasil mesmo. É mais uma jabuticaba brasileira. Qualquer país europeu civilizado tem o dobro disso. A taxa média de desemprego na Europa anda pelos 10,5%. A segunda razão para não se votar em Dilma é que a taxa de mortalidade infantil entre nós caiu 77% entre 1990 e 2012. Como se vê, o petismo nada tem com isso. Talvez tenha até atrapalhado.
A terceira razão para não se votar em Dilma é que, entre 2001 e 2012, a pobreza extrema no país foi reduzida em 75%, segundo a ONU, e a pobreza em 65%. Como se fez tão pouco! Por que não se reduziu a zero a pobreza extrema? É muita incompetência. A quarta razão para querer tirar Dilma do poder é o bolsa família. Esse famigerado programa assistencialista e populista mantém cerca de 16 milhões de crianças na escola, arrancou quase dois milhões de famílias da miséria e dá acesso ao mercado interno de mais 50 milhões de pessoas. É inadmissível. Os beneficiados ficam contentes e irracionalmente tendem a votar no governo que os ajuda. Um comportamento racional os levaria a recusar esse benefício ou a votar pelos que o rotulam de bolsa preguiça.
A quinta razão para se fugir de Dilma é ProUni.
O ProUni é um programa devastador. Botou, em dez anos, dois milhões de jovens pobres em instituições privadas. Está acabando com uma das mais caras noções da meritocracia branca e rica: a universidade para poucos, o curso superior como uma distinção de elite. Onde vamos parar? As universidades agora têm alunos de todas as classes e cores. A educação é um dos maiores problemas do Brasil. Está cada vez mais inclusiva e multirracial. A sexta razão vem das cotas raciais. Mais um mecanismo devastador. De repente, não tem mais só brancos nas salas de aulas de instituições antes tão homogêneas. O preservador das tradições se assusta e grita: “É um racismo às avessas”. O liberal repete seu mantra: “O importante é ter as mesmas condições no ponto de partida”. Obviamente que isso nunca existiu e, se depender de alguns, nunca existirá.
A sétima razão para não se votar em Dilma é que os governos petistas criaram 14 novas universidades públicas e centenas de extensões no interior dos país. Isso é lamentável, pois diminui a importância das grandes cidades, estimula os jovens a não migrarem mais para as metrópoles e, com o Enem, desvaloriza os vestibulares tradicionais. A oitava razão é que, apesar do crescimento baixo, a inflação, considerada altíssima,  estourou o teto da meta uma vez. A oitava razão para se votar em qualquer um, menos em Dilma, é que a taxa Selic, que chegou a 45% num dos governos de FHC, só está em 11% atualmente. A nona razão para não se votar em Dilma é que tudo isso não passa de uma estratégia para desviar a atenção da corrupção, a maior que já vimos, exceto pelo que aconteceu nos últimos 500 anos, mas não foi noticiado, salvo nos governos de Getúlio e Jango, por não ser do interesse dos donos da mídia ou dos discretos generais ditadores que detestavam escândalos e amavam o Maluf.
A décima razão é que Dilma ganha no nordeste. Tem o voto dos pobres. E pobre, como todo mundo sabe, especialmente FHC, vota por interesse, com o estômago e com o bolso. Só rico vota por racionalidade, desinteresse e idealismo como provam os lacerdinhas, os coxinhas e todos os que recebem bolsas como o bolsa moradia dos togados.
A décima primeira razão para não votar em Dilma é que ele pode continuar fazendo o que fez até agora. Por exemplo, aumentar o salário mínimo, essa irresponsabilidade que produz inflação e compromete os ganhos de empresários.
A décima segunda razão para não votar em Dilma é que ela é odiada pela mídia de Rio de Janeiro e de São Paulo, que, como todos sabem, é uma mídia imparcial, neutra, objetiva e tucana só quando não lhe sobra alternativa, ou seja, sempre.
Até dá para desconsiderar isso tudo e votar. O problema é a décima terceira razão: nunca se aparelhou tanto o Estado. Por exemplo, na educação. Eu não perdoo. Nem esqueço. Sei que isso é o mais importante. O resto é pura perfumaria.
Anularei o meu voto. Na margem de erro, acerto um ponto fora da curva.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

VEREADOR JAIR WINGERT DO PSB DE CAMPO BOM REAFIRMA SEU APOIO A DILMA ROUSSEFF NO SEGUNDO TURNO

“Votar em Aécio é trair os ideais de Miguel Arraes. A união de socialistas com neoliberais é um estupro na história”.
 Leia a Carta de Roberto Amaral um dos homens mais íntegros desta nação, sigo seus ditames, jamais um socialista poderá  aceitar uma aliança com quem quebrou o Brasil três vezes, chamou aos aposentados de vagabundos, jamais. Sou socialista e não carguistas como muitos.

Mensagem aos militantes do PSB e ao povo brasileiro.
        A luta interna no PSB, latente há algum tempo e agora aberta, tem como cerne a definição do país que queremos e, por consequência, do Partido que queremos. A querela em torno da nova Executiva e o método patriarcal de escolha de seu próximo presidente são pretextos para sombrear as questões essenciais. Tampouco estão em jogo nossas críticas, seja ao governo Dilma, seja ao PT, seja à atrasada dicotomia PT-PSDB – denunciada, na campanha, por Eduardo e Marina como do puro e exclusivo interesse das forças que de fato dominam o país e decidem o poder.
        Ao aliar-se acriticamente à candidatura Aécio Neves, o bloco que hoje controla o partido, porém,  renega compromissos programáticos e estatutários, suspende o debate sobre o futuro do Brasil, joga no lixo o legado de seus fundadores – entre os quais me incluo – e menospreza o árduo esforço de construção de uma resistência de esquerda, socialista e democrática.
        Esse caminhar tortuoso contradiz a oposição que o Partido sustentou ao longo do período de políticas neoliberais e desconhece sua própria contribuição nos últimos anos, quando, sob os governos Lula dirigiu de forma renovadora a política de ciência e tecnologia do Brasil e, na administração Dilma Rousseff, ocupou o Ministério da Integração Nacional.
        Ao aliar-se à candidatura Aécio Neves, o PSB traiu a luta de Eduardo Campos, encampada após sua morte por Marina Silva, no sentido de enriquecer o debate programático pondo em xeque a nociva e artificial polarização entre PT e PSDB. A sociedade brasileira, ampla e multifacetada, não cabe nestas duas agremiações. Por isso mesmo e, coerentemente, votei, na companhia honrosa de Luiza Erundina, Lídice da Mata, Antonio Carlos Valadares, Glauber Braga, Joilson Cardoso, Kátia Born e Bruno da Mata, a favor da liberação dos militantes. O Senador Capiberibe votou em Dilma Rousseff.
        Como honrar o legado do PSB optando pelo polo mais atrasado? Em momento crucial para o futuro do país, o debate interno do PSB restringiu-se à disputa rastaquera dos que buscam sinecuras e recompensas nos desvãos do Estado. Nas ante-salas de nossa sede em Brasília já se escolhem os ministros que o PSB ocuparia num eventual governo tucano. A tragédia do PT e de outros partidos a caminho da descaracterização ideológica não serviu de lição: nenhuma agremiação política pode prescindir da primazia do debate programático sério e aprofundado. Quem não aprende com a História condena-se a errar seguidamente.
        Estamos em face de uma das fontes da crise brasileira: a visão pobre, míope, curta, dos processos históricos, visão na qual o acessório toma a vez do principal, o episódico substitui o estrutural, as miragens tomam o lugar da realidade. Diante da floresta, o medíocre contempla uma ou outra árvore. Perde a noção do rumo histórico.
        Ao menosprezar seu próprio trajeto, ao ignorar as lições de seus fundadores – entre eles João Mangabeira, Antônio Houaiss, Jamil Haddad e Miguel Arraes –, o PSB renunciou à posição que lhe cabia na construção do socialismo do século XXI, o socialismo democrático, optando pela covarde rendição ao statu quo. Renunciou à luta pelas reformas que podem conduzir a sociedade a um patamar condizente com suas legítimas aspirações.
        Qual o papel de um partido socialista no Brasil de hoje? Não será o de promover a conciliação com o capital em detrimento do trabalho; não será o de aceitar a pobreza e a exploração do homem pelo homem como fenômeno natural e irrecorrível; não será o de desaparelhar o Estado em favor do grande capital, nem renunciar à soberania e subordinar-se ao capital financeiro que construiu a crise de 2008 e construirá tantas outras quantas sejam necessárias à expansão do seu domínio, movendo mesmo guerras odientas para atender aos insaciáveis interesses monopolísticos.
        O papel de um partido socialista no Brasil de hoje é o de impulsionar a redistribuição da riqueza, alargando as políticas sociais e promovendo a reforma agrária em larga escala; é o de proteger o patrimônio natural e cultural; é o de combater todas as formas de atentado à dignidade humana; é o de extinguir as desigualdades espaciais do desenvolvimento; é o de alargar as chances para uma juventude prenhe de aspirações; é o de garantir a segurança do cidadão, em particular aquele em situação de risco; é o de assegurar, através de tecnologias avançadas, a defesa militar contra a ganância estrangeira; é o de promover a aproximação com nossos vizinhos latino-americanos e africanos; é o de prover as possibilidades de escolher soberanamente suas parcerias internacionais. É o de aprofundar a democracia.
        Como presidente do PSB, procurei manter-me equidistante das disputas, embora minha opção fosse publicamente conhecida. Assumi a Presidência do Partido no grave momento que se sucedeu à tragédia que nos levou Eduardo Campos; conduzi o Partido durante a honrada campanha de Marina Silva. Anunciados os números do primeiro turno, ouvi, como magistrado, todas as correntes e dirigi até o final a reunião da Comissão Executiva que escolheu o suicídio político-ideológico.
        Recebi com bons modos a visita do candidato escolhido pela nova maioria. Cumprido o papel a que as circunstâncias me constrangeram, sinto-me livre para lutar pelo Brasil com o qual os brasileiros sonhamos, convencido de que o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff é, neste momento, a única alternativa para a esquerda socialista e democrática. Sem declinar das nossas diferenças, que nos colocaram em campanhas distintas no primeiro turno, o apoio a Dilma representa mais avanços e menos retrocessos, ou seja, é, nas atuais circunstâncias, a que mais contribui na direção do resgate de dívidas históricas com seu próprio povo, como também de sua inserção tão autônoma quanto possível no cenário global.
        Denunciámos a estreiteza do maniqueísmo PT-PSBD, oferecemos nossa alternativa e fomos derrotados: prevaleceu a dicotomia, e diante dela cumpre optar. E a opção é clara para quem se mantém fiel aos princípios e à trajetória do PSB.
        O Brasil não pode retroagir.
        Convido todos, dentro e fora do PSB, a atuar comigo em defesa da sociedade brasileira, para integrar esse histórico movimento em defesa de um país desenvolvido, democrático e soberano.
        Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2014.
        Roberto Amaral

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

OS TIRIRICAS DA VIDA

Nada contra os palhaços muito antes pelo contrário, acredito ser uma classe artística da mais alta relevância, mas convenhamos esta eleição aponta para tempos muito dificeis que vamos enfrentar logo ali na frente. Me orgulho de ter vindo de uma geração que lutou contra a ditadura, compartilhei com os meus amigos do “8 de outubro” de muitos e muitos sonhos, alguns literais na padaria da Cidade Baixa e outros impublicáveis. Buscava de ônibus em Porto Alegre exemplares do jornal Hora do Povo, apanhados no Mercado Público, para distribuirmos em Campo Bom. Participei do Comício das Diretas no Largo Glenio Peres. Coordenei a campanha para deputado Federal constituinte em 1986 de um dos homens mais sérios e de principios que conheci; o velho Jairo de Andrade. Votei no Brizola em 89, participei do movimento dos Caras Pintadas que derrubou o corrupto Collor de Mello. Sou do tempo que a gente colocava dinheiro numa sacola nos comícios para pagar as viagens do Lula. Vencemos em 2002 na campanha em que a Esperança venceu o medo! Porém hoje o que a gente vislumbra são tempos complicados, pare e pense:as expressivas votações de Bolsonaro, no RJ, e Luis Carlos Heinze, no RS, aquele mesmo que falou coisas terríveis contra negros, indios e quilombolas. Tais votações demonstram que a "nova política" que ganha espaço é a política da discriminação, da intolerância, da indiferença. Faço minhas as palavras do meu amigo hamburguense, uma das cabeças pensantes da região, o causidico, Vinicius Bondan que diz assim no seu texto catedrático e porque não filosófico “É a política do "anti". Mas o "anti" nunca construiu nada. Os nazistas eram antissemitas. Os fascistas, antidemocráticos. Os fanáticos islâmicos, anticristãos. E os fanáticos cristãos, vice-versa. O "anti" só faz vingar o ódio. E o ódio só faz vingar o oposto do que precisamos para mudar o mundo: a solidão, o isolamento, a divisão. O mundo precisa de mais união, de mais respeito, de mais compaixão. Infelizmente, falar disso hoje, especialmente em política, é piegas. Mas a política, já diziam os gregos antigos, é, ou deveria ser, justamente isso: a construção do bem comum. Hoje lamentavelmente tem se tornado na cruzada pela aniquilação daqueles que pensam diferente de mim. A "nova política" que eu sonho, e espero viver para não só vê-la, mas participar dela, tem inclusão, respeito às minorias e à diversidade. E muito, muito menos ódio e intolerância.Essas palavras deixo em virtude da minha profunda decepção com os resultados dessa eleição, que demonstrou que os protestos do ano passado eram, sim, por 20 centavos, ou menos que isso”. O texto do Dr. Bondan é quase profético tamanha sapiência da sua escrita contudente, mas por outro lado defendo que o Brasil precisa avançar na reforma politica urgentemente. Particularmente defendo o voto facultativo, o voto em lista ou seja, votar na ideologia, no projeto do partido, bem como, defendo o voto distrital misto, mas como, implantar voto facultativo junto a um povo o qual procura no chão um “santinho” para votar? Um pais onde o candidato ao invés de apresentar propostas ataca seu adversário. O fenômeno Tiririca que é bem diferente de Bolsonaro, de Heize e outros, aponta para o desconhecimento da população. As pessoas não sabem o que faz um deputado estadual e federal, desconhece o papel de um senador. Você que está lendo este texto sabe o papel de um senador? A escola deve ensinar o que faz um vereador, um prefeito, presidente, deputados e senadores. Se as pessoas soubessem o verdadeiro papel destes representantes, os Tiricas da vida não se elegeriam. Por outro lado vejo de forma indigesta os ataques terríveis nas redes sociais. Mentiras, calúnias tudo para denegrir a imagem de alguém que até na cadeia não desistiu do Brasil. Se em 2002 a Esperança venceu o medo, agora em 2014, a Esperança terá vencer, o ódio, a mentira e o terrorismo da direira rancorosa que até hoje não perdoou a chegada de um metalúrgico ao comando deste pais e pior, este metalúrgico, não era sociológo, não era usineiro, nem dono de jornal, pudesse transformar o Brasil numa grade nação. Que este trabalhador, sim porque durante muito tempo sofriamos da sindrome de “Vira-lata”. Só quem poderia mandar era o pessoal do andar de cima. “Quem é tu trabalhador para ser presidente?” Só que um dia nós revertemos esta ótica tacanha e vencemos e para isso não teve perdão.Até hoje a direita não aceitou aquela derrota de 2002. Esta será uma eleição histórica e o povo vai vencer novamente. Jair J. Wingert; jornalista e vereador do PSB de Campo Bom.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

UM HINO AO VAZIO

Capa do livro Um hino ao vazio da editora portuguesa Chiado. A obra será lançada no Parlamento na próxima quinta-feira 09 de outubro.
Campo-bonense lançará livro na quinta-feira (09.10) na Câmara de Vereadores. A obra deverá fazer parte da Feira do Livro de Campo Bom no final do mês.

Um país é feito por homens e livros. A sentença é velha mas essencialmente válida nestes tempos dificeis que vivenciamos. Escrever é uma arte, uma maneira de se comunicar, de fazer análise e em alguns casos de escapar da loucura, mas sobretudo escrever é um exercício transcendental, por isso, muitas vezes escrever dói.
A elaboração dos textos por parte do autor se assemelha a uma gestação, sendo que nos momentos finais e lúdicos da vinda ao mundo do rebento, as contrações aumentam e as dores por momentos sublimam a liturgia da alma.
Surge em Campo Bom e na região um novo expoente da literatura, trata-se de Matheus Martini Spier (28 anos) jovem advogado recém formado e que integra uma família de conceituados profissionais do direito na região e no Estado. O sonho deste jovem e promissor escritor saiu do papel e se concretizou na obra de 761 páginas, editado em Lisboa (Portugal) pela seleta editora Chiado, o livro extremamente bem elaborado, com projeto gráfico ousado, correção fantástica, capa belissima chega ao mercado com algo novo, inédito. A obra traz por título – Um sonho ao vazio e será lançada na próxima quinta-feira (09.10), às 19 horas nas dependências da Câmara Municipal de Vereadores de Campo Bom. O jornal O Fato do Vale de maneira exclusiva fez uma entrevista com o advogado escritor, Matheus Martini Spier que abriu seu coração...

Como surgiu a ideia do livro?

Hoje estou com 27 anos de idade. Quando comecei a ler seriamente, com cerca de 15 anos, logo decidi que também queria escrever, e fiz minhas primeiras tentativas (todas horríveis, todas um fracasso) na área da literatura. O gênero que me atraiu mais de início foi a poesia. Porém, após algum tempo eu percebi que faltava algo: eu gostava de trabalhar a linguagem, de extrair o máximo dela (isso costuma ser o objetivo principal da poesia), mas queria também criar personagens e fazê-los atuar em histórias. Ainda não sabia, no entanto, como iria reunir a linguagem poética e o contar de histórias em uma só entidade”, observa Spier que se apaixonou pela obra de Shakespeare “Isso mudou quando descobri a obra de William Shakespeare. Shakespeare era, antes de qualquer coisa, um poeta: muito provavelmente o maior poeta de todos os tempos. Mas ele não escrevia apenas pequenos poemas soltos: ele utilizava seu talento verbal em peças de teatro, emprestando seu poder linguístico a diversos personagens. Quando descobri sua obra e pude ver a poesia sendo utilizada dessa forma: para corporificar personagens, decidi que isso era o que eu queria fazer. Resolvi começar escrevendo uma comédia. Não sabia ao certo qual seria o enredo, a trama (não sou muito habilidoso em imaginar histórias; meu talento verdadeiro é com a manipulação da língua, acho eu). Lembro que na época estava interessado nas histórias das Mil e Uma Noites, e resolvi criar uma pequena obra baseada naquele universo. A obra acabou ficando muito maior do que o originalmente planejado, mas esta foi sua gênese: eu queria fazer o mesmo que Shakespeare e, lendo As Mil e Uma Noites, decidi usar essa atmosfera fantástica, pois me possibilitava uma maior liberdade e variedade de personagens”, salienta, Matheus Spier.

Por que “Um hino ao vazio”?

“Quando a obra enfim foi terminada eu ainda não sabia qual título iria usar. Relendo o material eu descobri uma frase que ocorre cerca de três vezes na obra inteira: “um hino ao vazio”, ou “esse hino ao vazio”. Não sei explicar ao certo por que essas palavras soaram bem, por que aparentaram ser um bom título. Acho que isso se deve a ideia geral que temos de desertos arábicos: imensos oceanos de areia estéril, dilúvios de vazio. Como diz uma lenda árabe (que inclui na peça): Deus (ou Alá, para os muçulmanos) teria manipulado os desertos, despindo-os de toda a vegetação, de toda a vida, de quaisquer fontes de nutrição, para que ninguém pudesse viver lá, de forma que ele pudesse passear sozinho em meio aquela gigantesca desolação. Os desertos seriam os jardins de Alá. Imaginem só encontrar a divindade vagando, solitária, a assobiar, no meio do escaldante vácuo? Seria muito interessante.Também achei irônico o fato de uma obra tão gorda (mais de 700 páginas) ter a expressão “vazio” no título”, sentencia o escritor de Campo Bom.

Que tempo de “gestação” para escrevê-lo?


“Cerca de 5 anos. Mas isso não se deve tanto a eu ser um escritor lento (embora eu o seja). O meu grande problema era conciliar trabalho, faculdade e vida social com tempo para escrever. Eu trabalhava no escritório nas manhãs e tardes, e a noite ia para a faculdade. O que fazia era escrever no escritório quando havia menos serviço. Também era comum eu abandonar as aulas de Direito (muitas delas um tédio massacrante) e ir para a biblioteca da Unisinos para sentar frente a uma das mesas de estudo e escrever. Nas férias de final de ano eu ia para a praia e escrevia o máximo que podia. Em alguns finais de semana chuvosos, em que não tinha planos, também sentava e escrevia. Por essa razão a coisa toda levou tantos anos: eu não tinha tempo.”. Observa Spier

Em síntese do que trata sua obra e qual a mensagem que pretende passar?


“A obra é uma peça de teatro, escrita em grande parte em versos brancos (ou seja, versos que não rimam, mas tem a contagem de sílabas métricas), embora contenha também bastante prosa (prosa é a escrita normal, que não é em verso, como estas respostas que estou fazendo agora: é a forma rotineira de escrever), e alguns versos rimados e pequenas canções”, destaca o escritor que segue seu raciocínio pragmático e filosófico. “Trata-se de uma comédia. A comédia, no drama clássico, não significa algo que vai fazê-lo rir o tempo todo. A comédia era diferente da tragédia pelo fato de que seus personagens principais não morrem e o resultado final da obra é agradável e feliz, e não um desastre total. Mas isso não significa que não possam ocorrer momentos de tensão em uma comédia, ou que não existam falas e discursos sérios. Nesta peça eu tentei utilizar vários estilos diferentes, então existem passagens muito sérias e outras bastante cômicas (e mesmo certas brincadeiras de cunho sexual, certo humor terrestre e cru). Não existe qualquer mensagem que eu tenha interesse de comunicar. Não me acho sábio o suficiente ou maduro o suficiente para doutrinar as pessoas (talvez nunca o seja). Meu objetivo principal foi criar beleza, beleza verbal. Eu quis fazer as palavras dançarem e faiscarem de uma forma que não costumamos encontrar em nossas leituras rotineiras”

Quais as pessoas que tiveram papel importante para que este livro se tornasse realidade?

“Meus pais, sobretudo minha mãe. Sempre me incentivou a ler e eu sempre pude contar com sua ajuda para comprar livros que seriam de grande valia para minha formação como escritor. Também minha tia Margarete, que ajudou a me criar e sempre se preocupou com minha formação mental. Tanto minha tia quanto minha mãe sempre se preocuparam com a formação mental minha e de meu irmão, fazendo-nos aprender a ler e escrever já muito jovens e nos incentivando a adquirir curiosidade por questões artística e culturais. Meu irmão também sempre foi uma boa fonte de conversas e debates. Minha família em geral tem uma visão prática das coisas, uma visão bastante sensata e pragmática, e quando eu me iludia ou formava pensamentos ingênuos eles me puxavam de volta para o mundo real. Uma pessoa que teve papel fundamental durante a gênese dessa obra foi minha antiga namorada e companheira, a minha amiga Maira. Ela foi a primeira pessoa a ler trechos da peça e me dizer que eram bons, e que eu deveria continuar escrevendo. Não sei se ela percebeu o quanto isso foi significativo. Ela me apoiava e assegurava que eu deveria continuar indo em frente, e isso foi muito importante: não foram poucas às vezes em que eu sentia um enorme desespero e vontade de abandonar a obra pela metade. Mas eu tinha o apoio dela, e isso foi inestimável. Serei eternamente grato a ela por seu apoio.”, destaca Matheus Martini Spier.

Escrever para você é uma forma de terapia? O que é escrever para o Matheus?

“Para ser sincero, escrever para mim é quase uma tortura. É em geral bastante desagradável. Você chega em casa, após o trabalho, já bastante cansado, e tem então de sentar-se na escrivaninha e encarar as folhas brancas, que parecem olhá-lo com desdém, como se você não fosse capaz de preenche-las com material significativo. Então você prepara um café, liga o computador, pega suas canetas e cadernos, suspira e senta em frente à escrivaninha, e escreve (ou tenta escrever). Depois, ao ler o que escreveu, percebe que aquilo que conseguiu moldar é infinitamente inferior ao que desejava ter criado. Começa então o trabalho de revisão, os rabiscos e o feroz rascunhar, e a busca pela expressão correta, pela metáfora mais bela e perfeita para aquela situação em particular, pelo verso mais sonoro. É horrível: é um trabalho que destrói seus nervos. Todos os dias você senta na sua escrivaninha e contempla suas próprias limitações, sua própria mediocridade. Existe um escritor chamado Philiph Roth que disse algo com o qual eu concordo absolutamente: “Escrever não é trabalho duro, é um pesadelo. Minerar carvão é trabalho duro, isto é um pesadelo. Existe uma tremenda incerteza que é construída dentro da profissão, um contínuo nível de dúvida que o suporta de alguma forma. Um bom médico não está em batalha com sua profissão. Na maior parte das profissões existe um começo, um meio e um fim. Com a escrita é sempre começo uma vez mais.”. Outro autor, um famoso poeta irlandês, Yeats, disse “Qualquer coisa que eu faça, a poesia continuará sempre sendo uma tortura”. Filosofa Matheus Spier que segue avaliando “Não acho que devemos ser românticos e ver o escrever como algo diferente de qualquer profissão. É um trabalho, como qualquer outro: você aprende uma série de técnicas, aprende os segredos do ofício, e então os coloca em prática, e com o tempo vai ganhando habilidade. Mas me aprece que atividades artísticas e científicas, em razão de sua constante exigência por criatividade, nos fazem ter consciência de nossas limitações e nossos defeitos, e isso é bastante amargo. Mas escritores não são especiais: são trabalhadores como quaisquer outros trabalhadores. A atividade de escrita começa como brincadeira: você senta e vê o que pode extrair. Quando você começa é divertido, é agradável, é lúdico: você é como uma criança desenhando – o resultado não interessa tanto, mas sim a atividade em si. Mas à medida que suas ambições aumentam e você começa a encarar a literatura de forma séria o prazer desaparece. Não digo que desapareça para todo o sempre. Quando você tem uma noite de trabalho particularmente boa, quando senta e lê as linhas que acabou de produzir e pensa que elas estão realmente belas, que são realmente significativas, então a sensação de orgulho (o prazer derivado desse orgulho) que o invade é algo indescritível. Mas esses momentos são raros e logo se dissolvem, e no dia seguinte você terá de recomeçar tudo mais uma vez.”, finaliza o escritor Matheus Martini Spier.

Telefone do autor: Matheus Spier - 3598.1117 ou 9808.3949

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

CARTA AOS AMIGOS

Eu sou Roso e sou Vicente
Olá pessoal tudo bem com vocês? Sabe domingo é um dia muito importante para o Brasil, pois vamos eleger nossos representantes e voto não tem preço, tem consequências. Votar em alguém se assemelha a dar uma procuração, ou seja, por quatro anos esta pessoa vai ter representar. A eleição é algo muito sério. Te faço uma pergunta: “tu darias a chave do teu carro para alguém que não sabe dirigir?” Analise as propostas, veja com quem seu candidato tem compromissos. Ele é ficha limpa? Gasta fortunas na campanha, mais inclusive do que vai receber em quatro anos? Abra o teu olho meu irmão e minha irmã. Quero pedir a você que me conhece e que talvez esteja no vale da indecisão, não sabendo em quem votar. Para deputado estadual vou votar no Vicente Selistre, pois conheço sua luta e sua trajetória politica sempre em defesa dos trabalhadores. Quando esteve em Brasilia durante quatro meses, Vicente fez mais que muitos deputados que estão lá  há 40 anos. Nós campo-bonenses precisamos ter na Assembléia Legislativa um representante de Campo Bom que realmente tenha chances de ganhar e com todo respeito o mais preparado e com chances de vencer é Vicente Selistre. Agora é hora de união e devemos sim ser pragmáticos. Votar para vencer. Não desperdice teu voto.Por isso peço o teu voto ao meu companheiro Vicente Selistre 40.500 para na Assembléia continuar lutando para fortalecer o setor calçadista e defender os trabalhadores como sempre fez e continuará fazendo. Vicente 40.500. 
Para deputado Federal tenho a alegria de pedir a ti  meu amigo e amiga que conhecem a nossa caminhada de ética, de seriedade, de um mandato participativo, onde o coletivo está acima do individual, quero pedir o teu voto, dos teus familiares ao meu amigo Dr. Alexandre Roso. Médico, ex-vereador de São Leopoldo, vice-prefeito da cidade vizinha por dois mandatos. Na Câmara dos Deputados o Dr. Roso se destaca na luta pela saúde com ênfase a questão da prevenção ao câncer – de mama, colo do útero e de próstata. O deputado Roso é um dos parlamentares que mais trabalha na Câmara e merece ficar lá nos representando. Este ano (2014), o deputado Roso atendendo a um pedido deste vereador trouxe para Campo Bom uma verba de 250 mil reais que o prefeito Faisal  destinou a compra de equipamentos para Postos de Saúde. Serão equipamentos a maioria que serão utilizados em exames de prevenção ao câncer.  O deputado Alexandre Roso é amigo de Campo Bom. È amigo da mulher campo-bonense e  foi parceiro de nossa cidade ao encaminhar esta emenda. Reeleito seu gabinete continuará  de portas abertas para conseguirmos mais recursos a saúde da mulher campo-bonense. Por isso peço: você votando no Dr. Roso é o mesmo que votar em mim. Domingo vote para deputado Federal -  4020 – Alexandre Roso.
Um fraternal abraço e não esqueça: o Brasil precisa de gente valente, de gente de coragem.
                             Jair Wingert; jornalista e vereador do PSB.