quarta-feira, 8 de outubro de 2014

OS TIRIRICAS DA VIDA

Nada contra os palhaços muito antes pelo contrário, acredito ser uma classe artística da mais alta relevância, mas convenhamos esta eleição aponta para tempos muito dificeis que vamos enfrentar logo ali na frente. Me orgulho de ter vindo de uma geração que lutou contra a ditadura, compartilhei com os meus amigos do “8 de outubro” de muitos e muitos sonhos, alguns literais na padaria da Cidade Baixa e outros impublicáveis. Buscava de ônibus em Porto Alegre exemplares do jornal Hora do Povo, apanhados no Mercado Público, para distribuirmos em Campo Bom. Participei do Comício das Diretas no Largo Glenio Peres. Coordenei a campanha para deputado Federal constituinte em 1986 de um dos homens mais sérios e de principios que conheci; o velho Jairo de Andrade. Votei no Brizola em 89, participei do movimento dos Caras Pintadas que derrubou o corrupto Collor de Mello. Sou do tempo que a gente colocava dinheiro numa sacola nos comícios para pagar as viagens do Lula. Vencemos em 2002 na campanha em que a Esperança venceu o medo! Porém hoje o que a gente vislumbra são tempos complicados, pare e pense:as expressivas votações de Bolsonaro, no RJ, e Luis Carlos Heinze, no RS, aquele mesmo que falou coisas terríveis contra negros, indios e quilombolas. Tais votações demonstram que a "nova política" que ganha espaço é a política da discriminação, da intolerância, da indiferença. Faço minhas as palavras do meu amigo hamburguense, uma das cabeças pensantes da região, o causidico, Vinicius Bondan que diz assim no seu texto catedrático e porque não filosófico “É a política do "anti". Mas o "anti" nunca construiu nada. Os nazistas eram antissemitas. Os fascistas, antidemocráticos. Os fanáticos islâmicos, anticristãos. E os fanáticos cristãos, vice-versa. O "anti" só faz vingar o ódio. E o ódio só faz vingar o oposto do que precisamos para mudar o mundo: a solidão, o isolamento, a divisão. O mundo precisa de mais união, de mais respeito, de mais compaixão. Infelizmente, falar disso hoje, especialmente em política, é piegas. Mas a política, já diziam os gregos antigos, é, ou deveria ser, justamente isso: a construção do bem comum. Hoje lamentavelmente tem se tornado na cruzada pela aniquilação daqueles que pensam diferente de mim. A "nova política" que eu sonho, e espero viver para não só vê-la, mas participar dela, tem inclusão, respeito às minorias e à diversidade. E muito, muito menos ódio e intolerância.Essas palavras deixo em virtude da minha profunda decepção com os resultados dessa eleição, que demonstrou que os protestos do ano passado eram, sim, por 20 centavos, ou menos que isso”. O texto do Dr. Bondan é quase profético tamanha sapiência da sua escrita contudente, mas por outro lado defendo que o Brasil precisa avançar na reforma politica urgentemente. Particularmente defendo o voto facultativo, o voto em lista ou seja, votar na ideologia, no projeto do partido, bem como, defendo o voto distrital misto, mas como, implantar voto facultativo junto a um povo o qual procura no chão um “santinho” para votar? Um pais onde o candidato ao invés de apresentar propostas ataca seu adversário. O fenômeno Tiririca que é bem diferente de Bolsonaro, de Heize e outros, aponta para o desconhecimento da população. As pessoas não sabem o que faz um deputado estadual e federal, desconhece o papel de um senador. Você que está lendo este texto sabe o papel de um senador? A escola deve ensinar o que faz um vereador, um prefeito, presidente, deputados e senadores. Se as pessoas soubessem o verdadeiro papel destes representantes, os Tiricas da vida não se elegeriam. Por outro lado vejo de forma indigesta os ataques terríveis nas redes sociais. Mentiras, calúnias tudo para denegrir a imagem de alguém que até na cadeia não desistiu do Brasil. Se em 2002 a Esperança venceu o medo, agora em 2014, a Esperança terá vencer, o ódio, a mentira e o terrorismo da direira rancorosa que até hoje não perdoou a chegada de um metalúrgico ao comando deste pais e pior, este metalúrgico, não era sociológo, não era usineiro, nem dono de jornal, pudesse transformar o Brasil numa grade nação. Que este trabalhador, sim porque durante muito tempo sofriamos da sindrome de “Vira-lata”. Só quem poderia mandar era o pessoal do andar de cima. “Quem é tu trabalhador para ser presidente?” Só que um dia nós revertemos esta ótica tacanha e vencemos e para isso não teve perdão.Até hoje a direita não aceitou aquela derrota de 2002. Esta será uma eleição histórica e o povo vai vencer novamente. Jair J. Wingert; jornalista e vereador do PSB de Campo Bom.

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