Nada
contra os palhaços muito antes pelo contrário, acredito ser uma classe
artística da mais alta relevância, mas convenhamos esta eleição aponta
para tempos muito dificeis que vamos enfrentar logo ali na frente. Me
orgulho de ter vindo de uma geração que lutou contra a ditadura,
compartilhei com os meus amigos do “8 de outubro” de muitos e muitos
sonhos, alguns literais na padaria da Cidade Baixa e outros
impublicáveis. Buscava de ônibus em Porto Alegre exemplares do jornal
Hora do Povo, apanhados no Mercado Público, para distribuirmos em Campo
Bom. Participei do Comício das Diretas no Largo Glenio Peres. Coordenei a
campanha para deputado Federal constituinte em 1986 de um dos homens
mais sérios e de principios que conheci; o velho Jairo de Andrade. Votei
no Brizola em 89, participei do movimento dos Caras Pintadas que
derrubou o corrupto Collor de Mello. Sou do tempo que a gente colocava
dinheiro numa sacola nos comícios para pagar as viagens do Lula.
Vencemos em 2002 na campanha em que a Esperança venceu o medo! Porém
hoje o que a gente vislumbra são tempos complicados, pare e pense:as
expressivas votações de Bolsonaro, no RJ, e Luis Carlos Heinze, no RS,
aquele mesmo que falou coisas terríveis contra negros, indios e
quilombolas. Tais votações demonstram que a "nova política" que ganha
espaço é a política da discriminação, da intolerância, da indiferença.
Faço minhas as palavras do meu amigo hamburguense, uma das cabeças
pensantes da região, o causidico, Vinicius Bondan que diz assim no seu
texto catedrático e porque não filosófico “É a política do "anti". Mas o
"anti" nunca construiu nada. Os nazistas eram antissemitas. Os
fascistas, antidemocráticos. Os fanáticos islâmicos, anticristãos. E os
fanáticos cristãos, vice-versa. O "anti" só faz vingar o ódio. E o ódio
só faz vingar o oposto do que precisamos para mudar o mundo: a solidão, o
isolamento, a divisão. O mundo precisa de mais união, de mais respeito,
de mais compaixão. Infelizmente, falar disso hoje, especialmente em
política, é piegas. Mas a política, já diziam os gregos antigos, é, ou
deveria ser, justamente isso: a construção do bem comum. Hoje
lamentavelmente tem se tornado na cruzada pela aniquilação daqueles que
pensam diferente de mim. A "nova política" que eu sonho, e espero viver
para não só vê-la, mas participar dela, tem inclusão, respeito às
minorias e à diversidade. E muito, muito menos ódio e intolerância.Essas
palavras deixo em virtude da minha profunda decepção com os resultados
dessa eleição, que demonstrou que os protestos do ano passado eram, sim,
por 20 centavos, ou menos que isso”. O texto do Dr. Bondan é quase
profético tamanha sapiência da sua escrita contudente, mas por outro
lado defendo que o Brasil precisa avançar na reforma politica
urgentemente. Particularmente defendo o voto facultativo, o voto em
lista ou seja, votar na ideologia, no projeto do partido, bem como,
defendo o voto distrital misto, mas como, implantar voto facultativo
junto a um povo o qual procura no chão um “santinho” para votar? Um pais
onde o candidato ao invés de apresentar propostas ataca seu adversário.
O fenômeno Tiririca que é bem diferente de Bolsonaro, de Heize e
outros, aponta para o desconhecimento da população. As pessoas não sabem
o que faz um deputado estadual e federal, desconhece o papel de um
senador. Você que está lendo este texto sabe o papel de um senador? A
escola deve ensinar o que faz um vereador, um prefeito, presidente,
deputados e senadores. Se as pessoas soubessem o verdadeiro papel destes
representantes, os Tiricas da vida não se elegeriam. Por outro lado
vejo de forma indigesta os ataques terríveis nas redes sociais.
Mentiras, calúnias tudo para denegrir a imagem de alguém que até na
cadeia não desistiu do Brasil. Se em 2002 a Esperança venceu o medo,
agora em 2014, a Esperança terá vencer, o ódio, a mentira e o terrorismo
da direira rancorosa que até hoje não perdoou a chegada de um
metalúrgico ao comando deste pais e pior, este metalúrgico, não era
sociológo, não era usineiro, nem dono de jornal, pudesse transformar o
Brasil numa grade nação. Que este trabalhador, sim porque durante muito
tempo sofriamos da sindrome de “Vira-lata”. Só quem poderia mandar era o
pessoal do andar de cima. “Quem é tu trabalhador para ser presidente?”
Só que um dia nós revertemos esta ótica tacanha e vencemos e para isso
não teve perdão.Até hoje a direita não aceitou aquela derrota de 2002.
Esta será uma eleição histórica e o povo vai vencer novamente. Jair J.
Wingert; jornalista e vereador do PSB de Campo Bom.
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