domingo, 11 de maio de 2014

A VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA

Hoje se fala muito na questão violência, pois ela assusta, dilacera e nos faz perder o sono. Pagamos impostos altos e a Constituição diz que segurança é dever do Estado, certo? Mas chegamos a tal ponto de pânico que a noite ao chegarmos em casa ficamos assustados a qualquer movimento estranho. Descer do carro para abrir o portão a noite quem se arrisca? Grades, cerca elétrica, câmeras de vídeo, cães, cacos de vidros em cima do muro, segurança privada. Estamos vivendo atrás das grades, pela ausência do Estado. Em Campo Bom e no Rio Grande do Sul como um todo sentimos a ausência de brigadianos em duplas principalmente pelo centro da cidade. O que está acontecendo? Falta efetivo? O salário baixo, a periculosidade inerente a profissão afasta candidatos ao cargo de policial militar? Sabemos que em Campo Bom, o capitão Luciano Veríssimo é um excelente policial, um homem aberto ao diálogo, profissional dedicado e um apaixonado pelo que faz, que vibra com as vitórias dos seus comandados e ao mesmo tempo sofre quando a bandidagem vence alguma batalha. Mas então por que a violência? Por que dos assaltos? Dos arrombamentos? E outros delitos. Numa análise do contexto contemporâneo avançamos numa tese, ou melhor, uma análise. O grande problema é que nos debruçamos sobre a consequência da violência e esquecemos o foco central que é a causa. Os por quês da violência? O sistema prisional é falho, caótico e ultrapassado. As cadeias são faculdades de formação e pós graduação do crime organizado. As prisões não recuperam, pelo contrário criam seres revoltados que na rua se voltam com mais violência contra a sociedade. Enquanto não mudarmos a questão prisional a coisa continuará de mal a pior. O sistema prisional brasileiro deveria obrigar cada detento a trabalhar seis horas por dia dentro da prisão e o valor do salário seria repassado para a família ou depositado numa conta que seria usado após o cumprimento da pena. Outro aspecto, os presos deveriam estudar cinco horas, concluindo o ensino fundamental, ensino médio, bem como, cursos técnicos. A prisão não pode ser ociosa, pois a ociosidade é o laboratório do crime. Se efetuarmos uma pesquisa de cada dez presos, nove são advindos de lares desfeitos, vitimas de violência, de abusos, passaram fome, moraram de forma indigna e não tiveram escolaridade, mas sobretudo, não professaram um religião. Muitos nunca receberam um abraço, não receberam um elogio, um carinho e uma palavra de afeto. O ponto nevrálgico deste debate consiste no por que da violência. Onde pretendo chegar, na minha modesta avaliação existe um trinômio para uma sociedade feliz – Família forte e alicerçada, igreja e não importa qual, o fundamental é ter uma fé; um suporte para enfrentar as vicissitudes desta caminhada. A medicina afirma que pessoas que professam a fé, frequentam uma igreja são mais felizes, se recuperam melhor de doenças, de problemas e contratempos e por último a educação. Um projeto educacional forte e que oportunize a formação de pensadores, e não meros repetidores de informação. Família + Igreja + Escola = Sociedade estruturada e equilibrada. Se nada fizermos algo é imperioso a ser dito: não existe polícia no mundo que dará conta de substituir a ausência de família, ausência de educação (escolaridade no que tem de melhor o conceito), de espiritualidade (fé, valores éticos e morais). Portanto não há estado capaz de suprir tudo isso, sem a participação consciente e cidadã. Não sei se disse, mas tentei. - Jair J. Wingert; jornalista.

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