A
morte de Eduardo Campos nos deixou atônitos, mas não podemos perder o
foco, como disse nosso líder: não vamos desistir do Brasil. Sou um homem
de partido e que defende sempre o coletivo, porém estou preocupado com a
candidatura a presidencia da República por vários motivos primeiro:
Marina Silva nunca foi socialista e nem será. Ela não é PSB e sim está
usando a sigla e sabida e notoriamente ao passar o pleito deixa a sigla
que acolheu para fundar a chamada Rede. Não entro no mérito e defendo o
direito de Marina fundar o partido que desejar, assim é o processo
democrático. Agora entregar a cabeça de chapa em troca de subir na
pontuação para mim é duvidoso e tem nome esta postura. E o projeto de
fazer do Brasil uma grande nação? Segundo: Marina tem enorme
dificuldades de relacionar-se com o setor do agronegócio e veja bem não
defendo o agronegócio, defendo sim invesimentos na agricultura familiar,
mas o agronegócio existe, gera emprego e renda e merece ser tratado com
respeito e sobretudo com diálogo. Não podemos jogar a água suja da
bacia com a criança dentro. O radicalismo tanto de esquerda como de
direita são dois cães iguais, porém com coleiras diferentes. Caso Marina
vença a eleição o que acho improvável porque quando começar a falar vai
perder votos. Na minha concepção romariana “Marina calada é uma poeta”.
Diferente de Eduardo não é aberta ao diálogo e possui um discurso
evasivo e vive apenas de divagações. Dentro da hipótese de uma vitória
quem garante que Marina não deixará o PSB no meio do caminho acefalando o
partido do governo. Quem garante? Não entendo porque o PSB não lançou
nomes como de Roberto Amaral ícone do socialismo democrático da América
Latina. O próprio Beto Albuquerque poderia ter sido escolhido como
candidato a presidência na minha modesta avaliação, ou quem sabe Luiza
Erundina. A Marina manteríamos o cargo de vice que está de bom tamanho.
Num segundo turno entre Marina e Dilma, quem Aécio vai apoiar? Como
vamos administrar um palanque com os neo-liberais e sua prática tacanha
de privatizações e defesa do estado mínimo? Já chega a aliança feita
aqui no Rio Grande do Sul onde estamos tendo que engolir sapos sem
tempero fruto das dificuldades de carregar certas candidaturas que não
agregam nem decolam. Elefante só voa em história em quadrinhos. Nós
socialistas devemos ser pragmáticos, mas sem abrir mão de princípios
básicos que norteam o socialismo democrático e participativo, porque
acreditamos que um outro mundo é possível. O Dr. Nicholas Murray Buteer;
ex-presidente da Universidade de Columbia afirmou certa vez que existem
três tipos de pessoas no mundo: aquelas que não sabem o que está
acontecendo; aquelas que observam o que está acontecendo e aquelas que
fazem as coisas acontecer. Será que PSB está sabendo fazer a avaliação
correta do momento que estamos vivenciando? O tempo dirá, mas quero
deixar bem claro: esperava que o Partido Socialista Brasileiro, o PSB de
Miguel Arraes, de Eduardo guerreiro do povo brasileiro tivesse uma
candidatura madura e não verde, porque como cantava Jorge Mautner: “A
bandeira do meu partido é vermelha de um sonho antigo, cor da hora que
se levanta, levanta agora, levanta aurora! ... Leva a esperança, minha bandeira tu és criança a vida inteira, toda vermelha, sem uma listra minha bandeira que é socialista! Mas a bandeira do meu Partido vem
entrelaçada com outra bandeira a mais bela, a primeira verde-amarela, a
bandeira brasileira. Como disse no inicio sou um homem de partido e me
curvo a decisão do coletivo, não sem antes repetir o poeta Silvio Brito:
“Eu aceito ser carneiro. Mas pelo amor de Deus, deixa eu mujir do meu
jeito tá...” Não sei se disse mas tentei. - Escrevo e assino embaixo.
*Jair Wingert; vereador do PSB e jornalista - Campo Bom
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