A notícia chocou e a ficha
custou a cair, mas fez refletir. O que é a vida? Sua brevidade e a
curvas acentuadas que muitas vezes nos deparamos. A morte de Eduardo
Campos é uma das muitas perdas deste ano 2014. Ariano Suassuna, Robin
Williams entre tantas, mas o trágico acidente não apenas ceifou a vida de
um homem, pai de família, repleto de vida e de esperança. O sentimento
do mundo movia este jovem político. È muito cedo para se morrer aos 49
anos e apenas três dias depois de receber uma das mais lindas
homenagens dos filhos. A morte de Eduardo ceifou parte de um sonho. A
esperança de um Brasil mais justo e igualitário de certa forma morreu um
pouquinho com este nordestino que era o que de melhor havia na política
nacional. Numa confraternização na residência do meu amigo Juliano
Polidoro no 25 de Julho há duas semanas disse ao grupo que ali estava
degustando as famosas pizzas do “chef” Polidoro de que quando os
programas do Eduardo iniciasse com certeza ele aumentaria muito seu
índice nas pesquisas. Melhor governador do Brasil, Eduardo transformou
Pernambuco num estado desenvolvido e com justiça social. O nosso líder
fazia política com P maiúsculo. Era um gestor que trouxe para sua equipe
pessoas de outros partidos, mas competentes. Sanou as contas públicas
com austeridade fiscal e choque de gestão, criou programas sociais que
erradicaram a fome no sertão, incentivou a micro, pequena e média empresa
e enfrentou com coragem e determinação o latifúndio improdutivo,
concedendo terra a quem produz. Eduardo tinha um projeto para o Brasil.
Diferente do atual projeto capitaneado por Dilma, Eduardo pretendia
avançar ainda mais. O que está bom continuaria e avançaria e que está
ruim como juros altos, desindustrialização, carga excessiva de
impostos, saúde precária, problemas estruturais tudo isso fazia parte
dos quesitos aos quais Eduardo dizia com um sorriso nos lábios e o olhar
cheio de esperança; “Isso vai ter que mudar imediatamente”. Confesso
que a tardinha sem a adrenalina e o golpe que a noticia trouxe, no
silêncio da minha existência e no frio invernal deste agosto que tomara
passe logo cheguei a conclusão: morreu Eduardo Campos, mas seu sonho de
construir uma nação fraterna, justa e igualitária continua a embalar os
corações e a mente dos socialistas. Eduardo dizia que no PSB todos são
titulares e que tem lugar neste time sempre, ninguém é reserva no PSB.
Neste momento de dor, de nó na garganta de estar temporariamente sem
rumo, lembro da frase de Miguel Arraes, avô de Eduardo na qual ele
afirmava que todo socialista deve ser como o cactus do sertão
nordestino. No calor do verão, nas agruras da seca, ele se alimenta com
as gotículas do orvalho da manhã e resiste. Na estação das chuvas
suportava a água sem apodrecer. Morreu Eduardo Campos no dia que fazia
nove anos da morte de seu avô Miguel Arraes, arauto da democracia no
Brasil. Perdemos Eduardo Campos quando mais o Brasil precisava de seu
patriotismo, seu despreeendimento, seu destemor e sua competência. Não é
só Pernambuco e sua gente que perdem seu líder; não é só o PSB que
perde seu líder. É o Brasil que perde um jovem e promissor estadista.
Não vamos desistir do Brasil, mas contristado faço minha prece Jó.
*Jair Wingert; jornalista e vereador do PSB de Campo Bom.
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