As
veias da America se fecharam...
Morreu
Eduardo Galeano
O
escritor Eduardo Galeano morreu, aos 74 anos, na manhã desta
segunda-feira (14.04). De acordo com o jornal uruguaio El País, o autor
de As Veias Abertas da América Latina estava em sua
casa, em Montevidéu. Ele lutava contra um câncer no mediastino
(região da cavidade torácica) que havia entrado em metástase.
Nascido em Montevidéu em 1940, Galeano começou cedo no jornalismo e
na literatura — aos 14 anos, já vendia charges para jornais
uruguaios. Famoso pela multiplicidade (escreveu livros de História,
ficção e ensaios), denunciou a opressão no continente latino em As
Veias Abertas da América Latina, traduzido para dezenas de
idiomas e referência no assunto até hoje. Em Montevidéu, foi chefe
de redação do semanário Marcha e diretor do jornal Época,
carreira encerrada pelo golpe militar no Uruguai. Em 1973, foi preso
pela ditadura e exilou-se na Argentina para fugir da prisão. Lá,
chegou a lançar livros, mas teve a vida novamente dificultada pelo
golpe militar liderado pelo general Jorge Videla, em 1976. Para fugir
dos esquadrões da morte, refugia-se na Espanha, de onde sai apenas
em 1985, quando da redemocratização do Uruguai — e nunca mais
deixa a Capital.Nascido em Montevidéu no dia 3 de setembro de 1940,
Eduardo Galeano começou muito jovem no jornalismo e nos mais
variados gêneros literários como o ensaio, a poesia e a narrativa.
Ensaísta, historiador e ficcionista, publicou mais de 30 livros,
quase todos traduzidos no Brasil. Ele é autor da obra "As veias
abertas da América Latina", em que denunciou a opressão e
amargura do continente e que foi traduzido para dezenas de idiomas.
Em sua cidade natal, foi chefe de redação do semanário "Marcha",
na década de 1960, e diretor do jornal "Época". Aos 14
anos, Galeano já vendia suas primeiras charges políticas para
jornais uruguaios como El Sol, do Partido Socialista.
Um
sobrevivente da ditadura
Durante o golpe militar no Uruguai,
em 1973, Galeano foi preso. Para fugir da cadeia, exila-se na
Argentina. No país vizinho, chegou a lançar o livro “Crisis”,
mas não teve vida fácil. Em 1976, outro golpe militar, dessa vez
liderado pelo general Jorge Videla, coloca novamente sua vida em
risco.O nome do escritor vai parar na lista dos esquadrões da morte,
que executavam opositores ao regime. Para salvar sua vida, ele se
refugia na Espanha. Ele só voltaria ao Uruguai em 1985, quando
ocorre a redemocratização. Após o retorno, viveu em Montividéu
até morrer.Recebeu o prêmio Casa de Las Américas em 1975 e 1978, e
o prêmio Aloa, promovido pelas casas editoras dinamarquesas, em
1993. A trilogia "Memória do fogo" foi premiada pelo
Ministério da Cultura do Uruguai e recebeu o American Book Award
(Washington University, EUA) em 1989. Ainda em solo espanhol, Galeano
iniciou “Memória do fogo”, uma trilogia sobre a História das
Américas. Passando pelos povos pré-colombianos até o recuo das
ditaduras militares na região, Galeano leva para as páginas
personagens como generais, artistas e revolucionários. A história
americana é contatada por meio de pequenos textos sobre ações que
mudaram o modo de encarar a vida no continente. Em 1999, Galeano foi
o primeiro autor homenageado com o prêmio à Liberdade Cultural, da
Lannan Foundation (Novo México). É autor de "De pernas pro
ar", "Dias e noites de amor e de guerra", "Futebol
ao sol e à sombra", "O livro dos abraços", "Memória
do fogo" (que engloba "Os nascimentos", "As caras
e as máscaras" e "O século do vento"), "Mulheres",
"As palavras andantes", "Vagamundo", "As
veias abertas da América Latina" e "Os filhos dos dias".
Frases
marcantes do escritos e jornalista:
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