Morungava
foi abalada
com um caso que parou nas páginas nos periódicos nacionais. O ano de
1975 foi marcado em termos futebolístico
com o primeiro título brasileiro do Internacional na decisão no Beira
Rio
(estádio da Copa 2014), na tarde de 14 de dezembro com o gol iluminado
“Capitão
Brander, Elias Figueroa, o três do Beira Rio estufa os cordéis da
cidadela de
Raul e agora tchê as bandeiras estão tremulando, tremulando...” Narração
do
Magrão Haroldo de Souza, hoje na super
Rádio Grenal, contra o Cruzeiro de
Dirceu Lopes, Raul, Piazza, Palhinha, Roberto Batata e Nelinho, já o
técnico
era Zézé Moreira. O Inter de Rubens
Minelli havia eliminado a máquina tricolor “Fluminense” em pleno
Maracanã por 2 a 0 com gols de Lula e
Carpegiani, um dos gols mais lindos do futebol brasileiro. A Academia do
Povo tinha
um dos melhores times do mundo com Manga, Claudio, Figueroa, Vacaria,
Falcão,
Caçapava, Paulo Cesar, Valdomiro Flávio e Lula. Se o Brasil ficou
vermelho em
75, depois 76 e em 79 de forma invicta, no Brasil da ditadura militar
patrocinada pelos Estados Unidos a coisa estava preta com muitos de
nossos irmãos
nossos sendo presos, torturados ou mortos nos porões do DOI-CODI sob a
chancela
do famigerado Paranhos Fleury. O sargento Raymundo um brasileiro que não
concordava com o regime apareceu morto, boiando no Guaíba morto por
agentes do
Dops. Em São Paulo os facínoras golpistas e torturadores mataram
Wladimir
Herzog, o Wlado jornalista numa sessão de torturas e depois aplicaram
que ele
se enforcou. Na musica, Chico Buarque canta a Augusto Boal “a coisa aqui
está
preta” e a Elis Regina sonhava com a volta do irmão do Henfil e tanta
gente que
sumiu num rabo de foguete. Em Porto
Alegre, os Almôndegas faziam sucesso, bem como, o Hermes Aquino cantava
nuvem
passageira. Os manos Kleiton e Kledir iniciavam uma trajetória de
sucesso e nos
altos da Borges, o velho Jairo de Andrade e seu Teatro de Arena era um
dos
berços da resistência ao tirano regime aqui no Rio Grande do Sul. A
operação Condor que na verdade era um
intercâmbio entre as ditaduras da America Latina vigiava Jango e quem
sabe
preparava aquela pilulazinha mágica para resolver um problema que teriam
resolvido em 1976 e quanto a JK também
teria uma solução caseira, um “acidente” também em 1976 (que
coincidência) até
hoje não explicado tiraria a vida do
ex-presidente Juscelino. Mas em Morungava muitos sonhavam com a volta do
Brizola e com a democracia plena. A vida na bucólica Morungava corria
tranqüila
com o comércio vendendo, as vacas dando leite na hora de sempre, o
Morungava
jogando aos domingos e vencendo a maioria das vezes com os gols do maior
atacante de todos os tempos, o grande Sula. Nesta época o único taxista que
havia na cidade era ele, quem? Quem poderia ser? Tio Dino com seu opala
bordô,
quatro portas. Naquele mês a comunidade morungavense estava atônita, pois
havia
um caso ocorrido no Passo do Hilário, onde supostamente uma Kombi havia
capturado duas crianças e retirado o sangue das mesmas. Verdade ou
mentira
ninguém sabia, naquela época a comunicação era rudimentar. Os vampiros
das Kombi
eram noticia em todas as cidades do Rio Grande do Sul. Tempos depois em
Estância Velha de forma “mágica” um urubu extirpou os dois olhos de um
colono
que voltava para casa numa estrada vicinal. O Pronto Socorro de Porto
Alegre
tentou descobrir o urubu para contratá-lo tamanha eficiência cirúrgica
do
mesmo. O caso não evoluiu e nada foi apurado, mistérios da magia e das
forças
ocultas? À tardinha as mães precavidas de Morungava recolhiam as
crianças cedo.
Havia um pânico velado com relação aos vampiros. E não tem nada a ver
com o
Serra. Uma sexta-feira pela manhã tio
Dino atendeu uma passageira que solicitou que o mesmo a levasse até a
Rodoviária de Gravataí. O velho Dino que é mais ladino que apostador de
carreira ou lagarto espreitando caixa de abelhas, desconfiou da cliente,
pois
mesmo com calor de quase 30 graus a
referida passageira estava de casaco, chapéu e óculos escuro. Mulher
estranha e de poucas palavras. A
passageira falando baixo, quase inaudível, apenas indicou o destino e
pediu que tio Dino colocasse uma sacola no porta-malas
do Opala. A viagem até Gravataí foi marcada pelo silêncio. O velho Dino
escutava o Repórter Esso, diminuiu o volume do rádio e puxou uma
conversa sobre um assunto
trivial, porém a senhora não deu saída e a viagem seguiu em silêncio. Na
frente
da Rodoviária de Gravataí a passageira pagou a corrida e solicitou que
tio Dino
esperasse uns minutos, pois iria ao banheiro e voltaria para pegar a
sacola.
Passado uns 15 minutos, tio Dino ficou apreensivo, pois a senhora não
retornava. O velho Dino a principio pensou que a mulher pudesse ter um
passado
mal no banheiro. Aguardou 30 minutos e como à senhora não apareceu foi
até o
banheiro das mulheres e questionou sobre a mesma, para sua surpresa uma
mulher
que cuidava da limpeza e manutenção do mesmo, confirmou que a passageira
descrita esteve no banheiro e foi embora, mostrando a direção. Tio Dino
ficou preocupadíssimo,
retornou ao Táxi, abriu o porta- malas e observou que ao lado da sacola
havia
uma enorme mancha vermelha, o que seria? Sangue? Bateu um pavor no
velho Dino que decidiu não abrir
a sacola. Precavido como barata que não atravessa galinheiro foi até a
Delegacia de Polícia e contou o episódio ao Duarte; inspetor de plantão
naquela fatídica sexta-feira. O policial
com olhar desconfiado, remexeu as
gavetas, coçou o queixo e efetuou várias perguntas. Logo após decidiu ir
até o
opala bordô e solicitou que tio Dino abrisse o porta-malas do táxi. A
sacola branca estava ali com uma enorme mancha vermelha ao
lado e dentro um grande volume. O policial solicitou que tio Dino se
afastasse
um pouco e encarnando um dos policias da dupla “Starcks e Hutch” avançou
em
direção a sacola e ao abrir a mesma de forma assustada não escondeu a
emoção e
a surpresa: “Minha nossa, uma cabeça”, vociferou o policial com os olhos
assustados.
Tio Dino também preocupado se aproximou passos lentos e comprovou o que o
policial havia dito: Uma cabeça!!! E agora? Uma cabeça dentro do carro
do velho
Dino.... Como a crônica esta ficando muito grande acho que vamos
continuar
somente em 2014, o que vocês acham? Não vale dizer isso que você esta
pensando,
minha mãe era uma pessoa boa! O que vocês acham daquele suspense tipo
“Quem
matou Odete Roytmann?” Quem matou Salomão Ayala? Mas como aqui é a vida
real
vamos lá: Estava ali na frente do policial e do taxista aquela cabeça e
agora?
Você está se perguntando seria uma cabeça de homem ou de mulher? Calma
como
diria Jack um famoso açougueiro de Londres “Vamos por parte”. O caso da
cabeça
como ficou famoso na região tinha como protagonistas uma passageira
estranha, um taxista, um
policial e uma sacola com uma cabeça e uma mancha vermelha, seria
sangue?
Estava ali tio Dino e o inspetor Duarte pasmos com a tétrica visão de
uma
sacola semi-aberta e uma cabeça exposta: O cheiro não era dos melhores e
moscas
começavam a sobrevoar cabeça. Cabeça de gente? De homem ou mulher? Não
apenas
uma cabeça de repolho! Pode xingar, pode
mandar e-mail, mas não vale enviar palavrão.Nem dizer que não vai mais
acessar
o Blog. Não esqueçam eu amo vocês meus leitores. Graças a vocês
atingimos em
2013 quase 50 mil acessos neste Blog.
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