Caiu na área é pênalti
Visão do novo "WC", ou banheiro do estádio do Morungava. |
Em
Morungava nos anos 70 havia na cidade um prefeito chamado Jacob que se
tornou muito conhecido na região por suas gafes históricas, mais
homéricas do que aquelas do prefeito de uma cidade bem pertinho de Campo
Bom. O Jacob certo dia estava assistindo a final entre Morungava e a
equipe da Vila São Jacó, localidade próximo a Torres e que num passado
não muito distante pertenceu a Morungava no tempo que nossa área
territorial se estendia até a Praia dos Ingleses, isto para cima, porque
para baixo o território se estendia até Mostardas. Depois os municípios
foram se emancipando. Na decisão desta competição intermunicipal, a
Vila São Jacó veio completa, inclusive com o craque da equipe, o
habilidoso Eri. De Vila São Jacó vieram para a decisão cinco caminhões
de carga lotados. Este confronto teve como árbitro Arcedino Vieira Nunes
“Tio Dino” sério e isento árbitro da FMA – Federação Morungavense de
Árbitros. No final o Morungava venceu pelo placar de 2 a 0. A partida em
função da rivalidade forçou tio Dino a apitar com dois revólveres
trinta e oito na cintura e os bolsos repletos de balas para munição. Uma
falta apitada tio Dino dava um tiro para o alto. E cada cartão amarelo
também um tiro era desferido para o alto. O velho Dino deu tantos tiros
que só conseguiu tirar os revolveres das mãos na segunda-feira quando
desinchou os dedos. Naquele tempo não havia telefones celulares e na
arquibancada bem envolvido com a partida, roendo as unhas, o prefeito
Jacob é avisado por um de seus assessores, seu Artidor que veio da Copa
(barzinho de campo de futebol), onde um telefonema informava que a
esposa do prefeito, dona Waltraud sofrera um desmaio em função de uma
queda de pressão. Seu Artidor olha para o alto da arquibancada e grita:
“Prefeito Jacob, ligaram avisando que a dona Waltraud caiu na área”. E o
prefeito empolgado com a partida decisiva diz de bate pronto: “Se caiu
na área é pênalti”
O homem da mala preta
Jacob
de bobo só tinha o jeito de caminhar e a cara, porque era ladino e
trocava pneu de avião no ar. Um dia daqueles de super ego, isto é algo
que dificilmente acontece com os políticos, Jacob achando-se a bolacha
mais recheada do pacote, chamou dona Noquinha secretária da Prefeitura e
pergunta: “Tem alguém aí para atender?”. Dona Noquinha disse: “Tem um
homem com uma mala preta, bem vestido, parece ser gente importante. Ele
disse que precisa falar com o senhor”. Cheio da pose mais parecendo um
pavão, Jacob ordenou: “Tu espera uns dez minutos e manda-o entrar”. Dito
e feito, o homem de roupa elegante, com uma mala preta parecendo alguém
vindo de Brasília, sentou e ficou ouvindo Jacob no telefone. O prefeito
dizia: “Olha presidente Figueiredo, agradeço o convite para seu
aniversário, mas não vai dar para ir até aí. Sei que o senhor insiste
com a minha presença e da Waltraud, mas fica para a próxima”, destacou
Jacob que fez um silêncio e reafirmou: “Não Presidente Figueiredo, não
vai dar para ir. Ah, Presidente aquele cavalo que o senhor me mandou de
presente levei para o meu sitio. Tudo bem, um bom dia Presidente”,
salientou o prefeito de Morungava que colocou o fone no gancho e
perguntou ao homem da mala preta: “E para ti o que é? No que posso te
ajudar?”, questiona Jacob todo pomposo. O sujeito
calmamente com um sorriso maroto responde: “È que eu sou da CRT e vim
aqui consertar o telefone do seu gabinete que não está funcionando”
O binóculo
Jacob
seguiu de Morungava até Porto Alegre numa missão junto ao DAER
verificar o andamento de uma obra na RS no acesso a Morungava. O enorme
prédio do Daer ali em Porto Alegre e o atendimento do diretor era no
último andar. Ao chegar ao estacionamento Jacob pediu que o seu
motorista seu Lealdino aguardasse junto ao Opala Diplomata, carro
oficial de Morungava. O mandatário maior subiu até o último andar do
Daer chegando até a repartição a secretária informou que ele deveria
aguardar, pois o diretor estava numa reunião. Jacob bastante agitado,
impaciente começou a caminhar e a jovem secretária percebendo perguntou:
“O senhor aceita um cafezinho?” “É de graça?” questionou Jacob. A jovem
educadamente disse que sim. E Jacob novamente pergunta: “E o Lealdino
pode tomar também?”. A moça indaga: “Quem é o Lealdino?” “O Lealdino é o
meu motorista que está lá no estacionamento”. A secretária solicita
observa: “Pode sim, o senhor pode chamá-lo”. Mal a moça terminou de
falar e Jacob abriu a janela do último anda do Daer e desandou a gritar
“Lealdino sobe aqui para tomar um café”. Imagina
só a altura do prédio, o movimento dos carros não tinha como o pobre
motorista ouvir os gritos do prefeito? A jovem secretária tentando
ajudar abriu a gaveta e tirou um binóculo e na janela começou a olhar perguntando
“Quem é o seu motorista?” De imediato Jacob informa: “É um cabeça
branca que está perto de um Opalão Diplomata que nós compramos para a
Prefeitura”, observa o prefeito. A jovem enfatiza: “Agora estou vendo é
um senhor grisalho, ele está sentado dentro do carro e parece que está
escutando musica, pois está cantarolando e batendo na direção”, destaca.
“Ah é uma fita da banda dos Futuristas que a gente comprou, só música
boa de bailão” fala Jacob. A moça entregou o binóculo para Jacob para
parar aquela gritaria de chamar o motorista, porém quando o prefeito
pegou o binóculo, como ele não conhecia o tal “aparelho” e olhando para
baixo viu o Lealdino bem na sua frente e lá do décimo segundo andar do
prédio do Daer, o prefeito falou bem baixinho “Psiu, psiu, Lealdino eu tava aqui gritando e tu não ouvia, vem aqui em cima tomar cafezinho que é de graça!” - 100% Morungava - Tem que ter concurso
Em Morungava estacionamento não é problema e a saúde é o que interessa |
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