Antonieta, Antonia ou simplesmente Tonha em vários momentos. |
O
responsável pelo padrão de jogo da seleção de 1970, João
Saldanha foi derrubado pelo ditador Medici que queria escalar Dário
no lugar de Tostão, era uma das grandes cabeças pensantes da
América Latina, pois o gaúcho João Saldanha amava os gatos e
afirmava “Não confio em uma pessoa que não gosta de gatos”.
Os
animais nos encantam e neste mundo conturbado de inversão de valores
eles nos oportunizam lições de amor, respeito e fidelidade. Os
Wingert sempre tiveram uma excelente relação com os gatos. Os
felinos são independentes, leais e carinhosos e esta história de
que gato não gosta do dono e sim da casa foi escrita por algum
idiota que não entendia nada de gatos.
De férias da labuta e
recarregando as baterias para este ano de 2016 que promete em todos
os sentidos, dentre as muitas tarefas outorgada a este escriba que
está vereador surge a missão de cuidar por 16 dias da pequena
Antonieta (que nós já batizamos de Antonia e já estamos chamando
até de Tonha). A Antonieta é conterrânea do ex-governador Tarso
Genro, vinda de Santa Maria da Boca do Monte foi um presente da
família do Jander, os Martins à Vitória. Espera que eu explico: O
Jander é meu genro, casado com minha filha Vitória.
Muito bem, a
Antonieta é uma fofura, toda branquinha, mas extremamente
hiperativa, sempre correndo, pulando e procurando algo para morder e
brincar. (Será que esta gata não tem que tomar gardenal? Oh, telefone
da Manéli “Cala esta boca!) A pequena gatinha tem seis meses de
vida mas é um encanto. A cada descoberta é uma festa para desespero
de nosso velho gato Koda que com seus 12 anos tem que enfrentar com
muita paciência as ações intempestivas da pequena “Tonha” que
apenas quer brincar. A vinda da Antonieta para nosso lar serviu para
que o Koda pudesse exercitar a paciência e a calma, porque muitas
vezes ele sai em retirada estratégica para não bater na pequena
arteira. Não sem antes bufar e mostar os dentes afiados ( mas galo
velho, quer dizer gato velho).
Ela
vive no centro da cidade (Planeta
Campo Bom) com a Vitória e o Jander mas ao chegar no bairro já
passamos a chama-la de Antonia ou Tonha pois fica mais proletário,
Antonieta é nome de gato de apartamento; de centro, agora a Tonha é
vileira pelo menos por 16 dias. Um pássaro voando, uma flor tudo é
novidade. Provocar no muro a Chica e o Fred, os cachorros da nossa
vizinha é um prato cheio. Ou quando foge pulando a janela da sala e
invade a casa da Vera, do Evandro e da Grazi nossos vizinhos. A
folgada entra sorrateiramente pela garagem e quando os vizinhos
descobrem ela já esta assistindo televisão sentada no sofá. Não
raro ao cheirar uma formiga recebe uma mordida na boca e segue em
disparada com as orelhas murchas e o rabo enorme em direção ao
sofá. A noite tudo pronto, cama da Tonha na sala, luz apagada,
portas dos quartos fechadas e quem diz que a branquela se aquieta.
Entre miados altíssimos e arranhões na porta, somos obrigados a
deixá-la adentrar ao quarto e após algumas investigações,
mordidas nos dedões que nós classificamos de “Hora da Sofrência”, o
pequeno floquinho de neve se acomoda entre eu e a Lidia e segue a
noite ronronando e ao amanhecer, acorda como todo ser humano deveria
acordar, feliz, alegre, de bem com a vida.
Na Inglaterra temos um
exemplo clássico da relação de amizade e amor entre um gato e um
humano, inclusive até livro virou. Usando um vistoso lenço
Union Jack em volta do pescoço e cercado por uma multidão de 30
espectadores de boca aberta, Bob, o gatinho cor de laranja, sorri —
é, sorri — timidamente. Próximo a ele, está seu dono James
Bowen, com seu violão surrado, cantando músicas do Oasis. Então,
ele para de tocar e se abaixa para Bob: “Vamos, Bob, cumprimente!”,
diz. Bob mexe os bigodes, levanta uma pata e a estende para James. A
multidão assobia. Não é todo dia que se vê um gato sentado,
calmamente, no centro de Londres, aparentemente sem se abalar com o
barulho das sirenes, os carros passando e todo aquele movimento —
mas Bob não é um gato comum... O livro é da editora Saraiva – Um
gato de rua chamado Bob. No Brasil também temos o exemplo do Chico
que faz o maior sucesso, com blog e agora livro – (Cansei de ser
gato- http://www.canseidesergato.com.br)
O Chico foi encontrado no interior de São Paulo quando tinha
aproximadamente 2 meses. Cheio de pulgas, vermes, um pouco machucado
e cansado de ser renegado foi adotado, amado e cresceu. Hoje
trabalha, dorme e come. Come muito, podem reparar na pancinha. Adora
as fotos, por um carinho no queixo e faz tudo numa boa. Mas voltando
a Antonieta, Antonia ou Tonha a presença dela encheu a casa de uma
certa magia e encantamento. Andar por cima dos sofás, balcão, mesa
do computador e atacar o mouse (realmente gato e rato não se
toleram), uma das coisas que a floquinho de neve mais gosta de fazer
é morder. Não sei se é inerente a idade gostar de estripulias, ou
tem a ver com a dentição que é nova. Os dentinhos são umas agulhas.
Em alguns momentos travamos uma luta em estilo samurai. Antonia de
quimono branco, patinhas cor de rosa, baixa as orelhas fica em duas
patas e ataca como um ninja minha mão. O objetivo sempre é morder.
Minha mão vive lanhada dos arranhões e mordidas. Ao conseguir
prender a minha mão com as patas dianteiras, ela com as patinhas
traseiras faz um movimento como se estivesse pedalando e ai é o que
classificamos de momento de sofrência.
Tudo isso termina neste
domingo (24.01), um dia após este escriba e aprendiz da vida ter
completado 5.2 (putz já são 52 janeiros!), pois no domingo Jander e
Vitória retornam da viagem pelo Mercosul (Argentina, Chile, Peru) e
a floquinho de neve vai ser novamente a Antonieta, uma gata de
apartamento, mas tenho convicção que ela viveu momentos grandiosos
em nosso lar e fez descobertas fantásticas. Por outro lado, a gente
aprendeu muito com este animalzinho que com suas lições nos deixou
mais humanos e esperançosos, na certeza de que “um outro mundo é
possível e necessário”. Um mundo onde as pessoas sejam leais
como os animais, sejam de alma branquinha como a Antonieta, o nosso
floquinho de neve, um amor de gatinha que nos deu uma grande lição
de vida. (Jair Wingert; jornalista.)O velho Koda exercitou a paciência com a Tonha. A maquina de lavar foi um dos refúgios para fugir da “pentelhação” da branquela agitada. |
E tb o Koda deve estar estressado c os dois vizinhos rabugentos heheh
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