“Votar
em Aécio é trair os ideais de Miguel Arraes. A união de socialistas com
neoliberais é um estupro na história”.
Leia a Carta de Roberto Amaral um dos homens mais íntegros desta nação, sigo seus ditames, jamais um socialista poderá aceitar uma aliança com quem quebrou o Brasil três vezes, chamou aos aposentados de vagabundos, jamais. Sou socialista e não carguistas como muitos.
Qual o papel de um partido socialista no Brasil de hoje? Não será o de promover a conciliação com o capital em detrimento do trabalho; não será o de aceitar a pobreza e a exploração do homem pelo homem como fenômeno natural e irrecorrível; não será o de desaparelhar o Estado em favor do grande capital, nem renunciar à soberania e subordinar-se ao capital financeiro que construiu a crise de 2008 e construirá tantas outras quantas sejam necessárias à expansão do seu domínio, movendo mesmo guerras odientas para atender aos insaciáveis interesses monopolísticos.
O papel de um partido socialista no Brasil de hoje é o de impulsionar a redistribuição da riqueza, alargando as políticas sociais e promovendo a reforma agrária em larga escala; é o de proteger o patrimônio natural e cultural; é o de combater todas as formas de atentado à dignidade humana; é o de extinguir as desigualdades espaciais do desenvolvimento; é o de alargar as chances para uma juventude prenhe de aspirações; é o de garantir a segurança do cidadão, em particular aquele em situação de risco; é o de assegurar, através de tecnologias avançadas, a defesa militar contra a ganância estrangeira; é o de promover a aproximação com nossos vizinhos latino-americanos e africanos; é o de prover as possibilidades de escolher soberanamente suas parcerias internacionais. É o de aprofundar a democracia.
Leia a Carta de Roberto Amaral um dos homens mais íntegros desta nação, sigo seus ditames, jamais um socialista poderá aceitar uma aliança com quem quebrou o Brasil três vezes, chamou aos aposentados de vagabundos, jamais. Sou socialista e não carguistas como muitos.
Mensagem aos militantes do PSB e ao povo brasileiro.
A luta interna no PSB,
latente há algum tempo e agora aberta, tem como cerne a definição do
país que queremos e, por consequência, do Partido que queremos. A
querela em torno da nova Executiva e o método patriarcal de escolha de
seu próximo presidente são pretextos para sombrear as questões
essenciais. Tampouco estão em jogo nossas críticas, seja ao governo
Dilma, seja ao PT, seja à atrasada dicotomia PT-PSDB – denunciada, na
campanha, por Eduardo e Marina como do puro e exclusivo interesse das
forças que de fato dominam o país e decidem o poder.
Ao aliar-se
acriticamente à candidatura Aécio Neves, o bloco que hoje controla o
partido, porém, renega compromissos programáticos e estatutários,
suspende o debate sobre o futuro do Brasil, joga no lixo o legado de
seus fundadores – entre os quais me incluo – e menospreza o árduo
esforço de construção de uma resistência de esquerda, socialista e
democrática.
Esse caminhar tortuoso
contradiz a oposição que o Partido sustentou ao longo do período de
políticas neoliberais e desconhece sua própria contribuição nos últimos
anos, quando, sob os governos Lula dirigiu de forma renovadora a
política de ciência e tecnologia do Brasil e, na administração Dilma
Rousseff, ocupou o Ministério da Integração Nacional.
Ao aliar-se à
candidatura Aécio Neves, o PSB traiu a luta de Eduardo Campos, encampada
após sua morte por Marina Silva, no sentido de enriquecer o debate
programático pondo em xeque a nociva e artificial polarização entre PT e
PSDB. A sociedade brasileira, ampla e multifacetada, não cabe nestas
duas agremiações. Por isso mesmo e, coerentemente, votei, na companhia
honrosa de Luiza Erundina, Lídice da Mata, Antonio Carlos Valadares,
Glauber Braga, Joilson Cardoso, Kátia Born e Bruno da Mata, a favor da
liberação dos militantes. O Senador Capiberibe votou em Dilma Rousseff.
Como honrar o legado do
PSB optando pelo polo mais atrasado? Em momento crucial para o futuro do
país, o debate interno do PSB restringiu-se à disputa rastaquera dos
que buscam sinecuras e recompensas nos desvãos do Estado. Nas ante-salas
de nossa sede em Brasília já se escolhem os ministros que o PSB
ocuparia num eventual governo tucano. A tragédia do PT e de outros
partidos a caminho da descaracterização ideológica não serviu de lição:
nenhuma agremiação política pode prescindir da primazia do debate
programático sério e aprofundado. Quem não aprende com a História
condena-se a errar seguidamente.
Estamos em face de uma
das fontes da crise brasileira: a visão pobre, míope, curta, dos
processos históricos, visão na qual o acessório toma a vez do principal,
o episódico substitui o estrutural, as miragens tomam o lugar da
realidade. Diante da floresta, o medíocre contempla uma ou outra árvore.
Perde a noção do rumo histórico.
Ao menosprezar seu próprio trajeto, ao ignorar as lições de
seus fundadores – entre eles João Mangabeira, Antônio Houaiss, Jamil
Haddad e Miguel Arraes –, o PSB renunciou à posição que lhe cabia na
construção do socialismo do século XXI, o socialismo democrático,
optando pela covarde rendição ao statu quo. Renunciou à luta pelas reformas que podem conduzir a sociedade a um patamar condizente com suas legítimas aspirações.Qual o papel de um partido socialista no Brasil de hoje? Não será o de promover a conciliação com o capital em detrimento do trabalho; não será o de aceitar a pobreza e a exploração do homem pelo homem como fenômeno natural e irrecorrível; não será o de desaparelhar o Estado em favor do grande capital, nem renunciar à soberania e subordinar-se ao capital financeiro que construiu a crise de 2008 e construirá tantas outras quantas sejam necessárias à expansão do seu domínio, movendo mesmo guerras odientas para atender aos insaciáveis interesses monopolísticos.
O papel de um partido socialista no Brasil de hoje é o de impulsionar a redistribuição da riqueza, alargando as políticas sociais e promovendo a reforma agrária em larga escala; é o de proteger o patrimônio natural e cultural; é o de combater todas as formas de atentado à dignidade humana; é o de extinguir as desigualdades espaciais do desenvolvimento; é o de alargar as chances para uma juventude prenhe de aspirações; é o de garantir a segurança do cidadão, em particular aquele em situação de risco; é o de assegurar, através de tecnologias avançadas, a defesa militar contra a ganância estrangeira; é o de promover a aproximação com nossos vizinhos latino-americanos e africanos; é o de prover as possibilidades de escolher soberanamente suas parcerias internacionais. É o de aprofundar a democracia.
Como presidente do PSB,
procurei manter-me equidistante das disputas, embora minha opção fosse
publicamente conhecida. Assumi a Presidência do Partido no grave momento
que se sucedeu à tragédia que nos levou Eduardo Campos; conduzi o
Partido durante a honrada campanha de Marina Silva. Anunciados os
números do primeiro turno, ouvi, como magistrado, todas as correntes e
dirigi até o final a reunião da Comissão Executiva que escolheu o
suicídio político-ideológico.
Recebi com bons modos a
visita do candidato escolhido pela nova maioria. Cumprido o papel a que
as circunstâncias me constrangeram, sinto-me livre para lutar pelo
Brasil com o qual os brasileiros sonhamos, convencido de que o apoio à
reeleição da presidente Dilma Rousseff é, neste momento, a única
alternativa para a esquerda socialista e democrática. Sem declinar das
nossas diferenças, que nos colocaram em campanhas distintas no primeiro
turno, o apoio a Dilma representa mais avanços e menos retrocessos, ou
seja, é, nas atuais circunstâncias, a que mais contribui na direção do
resgate de dívidas históricas com seu próprio povo, como também de sua
inserção tão autônoma quanto possível no cenário global.
Denunciámos a estreiteza
do maniqueísmo PT-PSBD, oferecemos nossa alternativa e fomos
derrotados: prevaleceu a dicotomia, e diante dela cumpre optar. E a
opção é clara para quem se mantém fiel aos princípios e à trajetória do
PSB.
O Brasil não pode retroagir.
Convido todos, dentro e
fora do PSB, a atuar comigo em defesa da sociedade brasileira, para
integrar esse histórico movimento em defesa de um país desenvolvido,
democrático e soberano.
Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2014.
Roberto Amaral
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