O
que está acontecendo com os pais de hoje? Onde eles estão? Posso
afirmar onde não estão. Eles não estão nas reuniões das escolas,
não estão na consulta ao pediatra, eles não estão nas
apresentações de filhos nas escolas. Nestes locais você vê apenas
a presenças das mães, mas onde estão os pais? A família está
doente e em consequência geramos uma sociedade doente e os refelxos
estão ai com alarmante índice de violência. Precisa-se de pais que
compartilhem amor, sabedoria e tempo. Os pais precisam dedicar tempo ao
serviço doméstico, ao banho, compras em supermercado ou até um
passeio no Shopping ali em Novo Hamburgo, mesmo que seja apenas para
*“vitriniar”.
Nós
pais precisamos dedicar tempo para estudar a palavra de Deus e orar
com nossos filhos. Necessitamos torcer por eles em suas partidas de
futebol ou até mesmo fazer um piquenique no Parcão Arno Kunz, com
bolachas, limonada tudo disposto em cima de uma toalha embaixo de uma
frondosa árvore “Mamica de cadela”. Como diz uma propaganda
antiga, não basta ser pai tem que participar. Hoje existe muita
solidão dentro dos lares. Familias inteiras que não dialogam, não
se tocam, não se abraçam. A internet, a televisão são
responsáveis pelos danos irreparáveis no seio da família. Há
filhos no século 21 que são órfãos de pais vivos. Pais que
esquecem que o maior tesouro são os filhos. Passam a vida inteira
buscando riquezas e deixam a família de lado. Não participam das
pequenas coisas do dia a dia, como: passear de bicicleta pela
ciclovia, ou buscar o boletim na escola. Há filhos que para ver o
pai precisam marcar hora. Muitas vezes um abraço, um riso, um chute
numa bola, a compra de uma revista ou um guaraná mudam vidas, mudam
histórias e ajudam a construir o caráter dos cidadãos de amanhã.
Um erro dos pais é acreditar que a escola via educar seus filhos. A
escola é uma ajudadora, facilitadora, mas a escola e a igreja
começam dentro dos lares.
O
que seu filho vai lembrar de você quando crescer?
Quais
as lembranças seus filhos terão de você? Eu sei que algum dia quando as
meninas partirem haverá bastante sorvete na geladeira para mim e
para a Lídia. O carro (Bat Móvel) vai estar sempre limpo. Não
precisarei ficar pela casa toda apagando as luzes. Nao vou tropeçar
em brinquedos espalhados pelo chão. As meias estarão
milagrosamente em pares certos e as chaves da casa estarão no lugar
certo.... Quando a Vi e Lari se forem não terei mais noite tendo que
administrar Awamis ou Mitocortem 20 mg para as crise de rinite, ou
quem sabe ainda tendo que acordar o Dr. Luiz Möeller às 3 da
madrugada para solicitar auxilio em função das dores inerentes aos
recém nascido. Quando as meninas partirem não mais vamos ouvir o
barulho do toc toc dos pezinhos pelo corredor em disparada rumo a
nossa cama nas manhã frias de domingo e se aconchegando no meio do
papai e da mamãe. Não mais beijos molhados, misturados com mingau
de aveia. Não mais joelhos a serem curados com mertiolate
(aiiiiii.... assopra pai). Nunca mais haverá toalhas molhadas em
cima da cama. Não haverá mais reclamações para lavar a louça,
nem para secar o banheiro. Depois que elas partirem não mais terei
que jogar botão (preparada? Chute..... Golaço de Alex matador....).
Nunca mais terei que montar castelinhos de madeira ou jogar dominó.
Quando elas partirem não haverá mais os cartões feitos com lápis
de cera e com um coração dizendo”Eu te amo, feliz dia dos pais”.
A porta da geladeira estará limpa de desenhos e frase bíblicas. E
eu estarei só, tristemente só. E só de pensar neste momento me
arrepia e como pai busco no âmago do meu ser forças para ser um pai
melhor e presente na vida das minhas meninas. Os pais são
referência para os filhos e cumprem o papel de Deus neste planeta
com relação aos cuidados da família. A família brasileira precisa de
atenção, de projetos e amparo. O sábio Confúcio disse: educa a
criança de hoje para não ter que punir o adulto de amanhã. Não
sei se disse, mas tentei.
* Vitriniar vem do morungavês e quer dizer: olhar, namorar, observar, cubar as vitrines da lojas.
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