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Jair Wingert junto a um dos carros antigos na exposição comemorativa aos 84 anos do IACS. |
Um
dos maiores brasileiros, Rui Barbosa “A águia da Haia”, certa feita
sentenciou: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a
desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se
os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a
rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto” O mundo vive uma crise
ética, moral e uma inversão de valores sem
precedentes. Vivemos numa sociedade que valoriza mais o ter que o ser e
não obstante os valores basilares como família ficam em plano
secundário. Somos diariamente bombardeados com conceitos e filosofias
questionáveis. A inversão de valores impera, por exemplo, na TV com os
chamados “realitys” e os “BBs”, as novelas “altamente didáticas”, entram
nas casas e doutrinam as famílias, passando um conceito de que não é
preciso trabalhar, que fidelidade é coisa do Jurassic Park, sexo antes
do casamento é normal e que a maldade sempre vence, sem contar que hoje
estamos vivendo uma geração que se caracterizou por ser apenas
repetidores de informações. Mas por outro lado vejo que nem tudo está perdido, ainda existe valores e pessoas que acreditam nestes preceitos. Ainda existe esperança. No
último domingo 11 de novembro nos deslocamos pela manhã pela RS 239
rumo ao Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (IACS) em Taquara onde
aconteceu à Casa Aberta, evento com venda de livros, palestras na área
da saúde e apresentações musicais, exposição entre outros. A Casa Aberta
aconteceu em comemoração aos 84º anos de fundação do IACS uma das
melhores instituições educacionais do sul do Brasil. Chegamos ao IACS,
estacionamos o “Bat Móvel” e nos deslocamos pelo pátio, seguindo até a
tenda onde havia a apresentação da turma do Nosso Amiguinho e logo em
seguida o pastor Daniel Lüdtke que lançou seu CD/DVD – Filhos de Israel.
Ao nos acomodar minha esposa constatou que havia perdido seu celular e o
detalhe comprado ainda na sexta-feira. Imediatamente
liguei para o celular na expectativa de que alguém pudesse atender, mas
confesso sem muita esperança, pois já passei por algo semelhante. Mas
para surpresa do outro lado uma voz disse alô e mais do que isso se
identificou e informou que havia achado o celular no pátio do
estacionamento, que o mesmo poderia ser resgatado em
frente ao prédio central do IACS. Me belisquei questionando se o que
ouvira era real. Chegamos até o local e lá estava um jovem de camiseta
preta trabalhando no estacionamento e com telefone na mão.
Identificamos-nos e o jovem com sorriso no rosto prontamente devolveu o
celular. Seu nome é Cássio Moraes, funcionário do IACS. Agradecido
parabenizei o jovem pelo feito, porque mesmo sendo um evento cristão,
nem sempre as pessoas seguem as orientações e os princípios e ainda
brinquei com o Cássio afirmando: “Tu és um jovem de valor, porque
poderias muito bem ter ficado com o celular e nem mesmo atender minha
ligação”. Ainda sorrindo ele me disse: “As pessoas poderiam não ver, mas
Deus lá do céu vê todas as coisas. Pude exercitar os princípios eternos
nos quais eu acredito e procuro vivê-los. Para mim foi uma alegria
poder devolver o telefone de vocês”, conclui Cássio que seguiu
orientando um veiculo que adentrava no estacionamento “Segue para a
esquerda e coloca de frente contra a cerca”. Nós
seguimos em direção a exposição de veículos antigos e nos misturamos com
a multidão, porém ao longe continuei a observar o jovem Cássio que
caminhava a passos largos trabalhando e emocionado pensei: ali vai a
minha igreja que hoje ainda é militante, mas logo ali em frente será
triunfante. Nem tudo está perdido. Enquanto existir jovens como Cássio
do IACS, ainda existe esperança. Abro um parêntese: que alegria para o
IACS ter em seus quadros de colaboradores um jovem da envergadura moral
de um Cássio Moraes. O mundo precisa desesperadamente de meninos como
Cássio que procura viver o que prega. O mundo
carece de jovens que como a escritora americana Ellen G. White afirmou
“A maior necessidade do mundo é a de homens - homens que não se compram
nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e
honestos; homens que não temam chamar o erro pelo seu nome; homens, cuja
consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens
que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que aconteça tudo errado”. Retornamos a Campo Bom pela RS 239, contemplando o belíssimo morro Ferrabraz, na certeza de que ainda existe esperança.
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Esta é a Igreja do IACS em Taquara. A arquitetura arrojada lembra a arca de Noé. |
Muito bom Jair, é sempre salutar destacar os fatos e experiencias belas nessa vida.
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