Corinthians um time politicamente correto: em plena ditadura a fiel mostrava engajamento político. |
Nasci
num lar epidermicamente futebolístico, filho menor de uma família de
pessoas felizes todos colorado; Judeus/alemães. Anos 70 e uma pilha de
títulos e um dos melhores times do mundo com Figueroa, Falcão, Manga,
Lula, Carpegiani e Cia. ltda. A primeira palavra que disse foi “gol do
Colorado”. Ou seja desde tenra idade me tornei colorado. Na verdade torço para o Inter, Oriente (Campo Bom), Brasil de Pelotas (Xavante) e Corinthians. Mas
explicar esta paixão pelo Corinthians? Sei que muitos gaúchos não
gostam do timão por várias circunstâncias as quais respeito. Aprendi a
gostar do “Corintia” a partir de 13
de outubro de 1977 com a quebra do jejum com o gol histórico do Basílio
contra a Ponte Preta. Depois veio o grande time com: Sócrates, Zenon,
Vladimir, Palhinha, Casagrande, Biro Biro e tantos outros. Não esqueço
anos 80 e este escriba envolvido no movimento estudantil na busca
do processo de democratização do pais. Veio então o Movimento das
Diretas Já e aí os atletas do Corinthians liderados pelo Dr. Sócrates
foram para os palanques dizer: “Eu quero votar para Presidente”. Todo time tem uma torcida, com o Corinthians é diferente, a torcida tem um time. Em plena ditadura a nação corintiana desfraldou uma faixa “Anistia ampla e irrestrita”. Outro fator quando o “Bando de loucos” começa a cantar e o Pacaembú ruge, os adversários sentem o “puaço”. Tentar explicar a paixão da fiel não é fácil.
Democracia Corintiana
Após
uma pífia campanha no Brasileirão de 1981, Vicente Matheus deixa a
presidência, após o vencimento de seu mandato, assumindo Waldemar Pires.
Após a posse de Pires é nomeado Diretor de Futebol o sociólogo Adilson
Monteiro Alves, que adotou como política de gestão a participação ativa
dos jogadores. Nasce a Democracia Corintiana, um sistema de autogestão,
ou auto-organização, onde os jogadores, comissão técnica e diretoria
decidiam os rumos do departamento de futebol pelo voto direto.
Contratações, demissões, escalação, concentração, enfim, tudo era
decidido pelos trabalhadores, um homem, um voto, do presidente ao
roupeiro todos os votos tinham o mesmo peso nas decisões. Em plena
Ditadura Militar, o time do povo, com a maior torcida do país, começa a
discutir política e por em debate o porquê de uma ditadura, utilizando o
futebol, caracterizado pelo conservadorismo até os dias de hoje.
Outro
ponto não menos relevante, foi a desmistificação da dependência direta
dos patrocínios de camisa, durante a democracia as camisas carregavam
dizeres políticos como “diretas já” ou “eu quero votar para presidente”,
trazendo para o futebol a consciência política que já se desenvolvia há
anos em outros setores da sociedade ligados a diversos movimentos
sociais durante a ditadura militar brasileira.
Tite: um gaúcho vencedor
O
Coringão tem profunda ligações com o Rio Grande do Sul. Em 1977 Osvaldo
Brandão; gaúcho de Taquara deu o título após um jejum de mais de vinte
anos sem taça no Parque São Jorge. Mano Menezes; gaúcho com passagem
pelo 15 de Campo Bom tirou o Coringão da segundona e deu o título. Agora
Adenor Bach (Fala demais) este gaúcho que está fazendo escola,
mostrando que é possível vencer com um time comum, com disciplina tática
e marcação. Tite além de ter o time na mão provou que o coletivo pode sobrepujar a individualidade. Um time comum que marca como se fosse alguém
que faz três dias que não almoça. Uma equipe que assimilou a mística da
República Popular Corintiana Um time de operários que venceu. O
Corinthians é o único time do Brasil que marca a saída de bola. Tite
tem o time na mão e tem Alex um predestinado que aprendeu a ser vencedor
no Internacional, onde conquistou a Libertadores – 2006, o Mundial
2006, a Recopa 2007, o gauchão 2008 e a Sul-Americana 2008. O Coringão é
campeão da America, ou seja, o Bando de Loucos acabou de conquistar a
America, daqui para frente tudo que vier é lucro. Em dezembro o Japão
vai tremer!.
Tite: mais um gaúcho na vida do timão; campeão da Libertadores 2012, rumo ao mundial de clubes no Japão. |
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