O caminho passa pela educação, esporte e a criação de Centros Públicos Municipais de Tratamento de Dependentes Químicos
Num muro da cidade, num prédio abandonado a frase escrita em letras vermelha “se maconha fosse bala, maconheiro fosse fuzil na guerra Campo Bom defenderia o Brasil”. A
frase poderia ser escrita no muro de Sapiranga, Novo Hamburgo, ou
Garanhuns em Pernambuco. A verdade é que as drogas são uma epidemia
mundial, principalmente o crack que assola as cidades, dilacera famílias
e ceifa vidas jovens que perambulam como zumbis; verdadeiros mortos
vivos nas cracolandias da grande aldeia global. Um exército de doentes
que precisam ser tratados como doentes. As drogas e os “craqueiros ou
pedreiros” são um caso de saúde pública e não de
policia. Os delitos cometidos em Campo Bom e região, podem ter certeza
que 90% estão associados ao consumo de drogas. A violência aumenta e
campeia solta para sustentar este exército de zumbis. Junto com as
drogas estão as irmãs univitelinas: a violência, a prostituição e outras atrocidades. Nós enquanto sociedade necessitamos enfrentar esta epidemia. O pleito de outubro próximo passa impreterivelmente pela discussão deste tema. Na agenda de debates dos candidatos a
prefeito e vereadores das cidades do Vale deverá constar este grande
debate. È imperioso que nós enquanto sociedade organizada venhamos buscar
alternativas para equacionar esta mazela social. Precisamos fazer uma
cruzada cívica, pelos bairros, escolas, igrejas, associações, clubes de
serviço e empresas alertando as famílias, os jovens para o perigo do
consumo de drogas. As drogas são um caminho que na maioria das vezes
termina na Metzler (Cemitério) ou em Charqueadas (Pasc). As famílias precisam conhecer o inimigo que estão enfrentando. A
questão drogas também é um caso de educação, ou melhor é preciso
investir pesado em projetos educacionais no chamado contra-turno ou
turno oposto, ocupando as crianças o dia inteiro em oficinas de
cidadania. Alimentar a criança, oportunizar uma qualificação
profissional vai afastá-las dos traficantes e evitar que ali na frente
tenhamos que punir o adulto que enveredou para a marginalidade. Recordo
que Leonel Brizola; um dos maiores estadistas da America Latina e o
professor Darci Ribeiro criaram os Brizolões; escolas em turno integral
no Rio de Janeiro onde a criança saia no final de tarde com banho tomado
e jantada, porém os governadores que entraram depois acabaram com este
modelo, porque era o Brizola quem tinha criado. Pode isso? A
educação, a educação e a educação, somente ela pode dar um norte para a
nossa juventude. Outro fator que pode retirar os jovens desta epidemia é
o esporte. Escolinhas de futebol, vôlei, futsal, basquete, handebol,
natação e outros são instrumentos poderosos para impedir que nossas
crianças se tornem usuários de drogas. Sempre digo nas palestras –
Um menino correndo atrás de uma bola hoje será um craque amanhã, craque
no campo, ou mesmo não sendo profissional será craque como pai, filho,
trabalhador, amigo e um show de bola como cidadão! Craque que é craque
não é chegado em “crack”. O menino que tem uma
bola no pé hoje, não terá no futuro um “três oitão” na cintura. O
moleque que corre no campinho atrás da bola, não vai correr do camburão
da Brigada Militar quando adolescente ou adulto.
Portanto senhores prefeitos (candidatos) invistam na educação e esporte.
Outro aspecto a ser pensado é o tratamento dos que já estão doentes
(dependentes químicos). E não existe outro caminho a não ser a
implantação de Centro Públicos Municipais de Tratamento de Dependentes
Químicos. E nós precisamos estar conscientes: ou enfrentamos esta
epidemia de frente com projetos e trabalhos harmônicos ou vamos perecer
nesta guerra. Ou educamos o menino e a menina de
hoje, dando um caminho seguro ou teremos que punir o adulto de amanhã.
Não sei se disse, mas tentei...
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