Veja o que é estudo, tio Dino é
marqueteiro mesmo. Dá só uma olhada na chamada para o mocotó. |
“Gente da cidade grande é grossa barbaridade”
Já escrevi que toda a produção do sítio do velho Dino aí na Morungava era vendido em Porto Alegre na Ceasa, mas o velho Dino também tinha um cliente forte que comprava toda produção do queijo confeccionado com leite de cabra. O cliente era um hotel alí próximo a Coronel Vicente e a Alberto Bins na capital. Tio Dino dirigia sempre em alta velocidade e quando jovem não respeitava muito, aliás, gostava de uma encrenca. E não é que um guarda de trânsito pára o velho Dino por excesso de velocidade: - Posso ver a sua carteira de habilitação?” pergunta o guarda. Tio Dino mais esperto que cigano vendendo panela disse de pronto: - Não tenho. Foi suspensa na última vez em que fui processado!"O guarda argumenta: - Muito bem! Então posso ver o registro de propriedade do veículo? O velho Dino mais sério que nenê cagado aplica: “O carro não é meu... Eu roubei!” O guarda já assustado destaca: “ O carro é roubado?” “Sim, é roubado! Mas espere! Acho que vi o registro de propriedade no porta-luvas quando fui guardar o meu 38...” observou tio Dino fazendo cara mau. O guarda deu um grito: “O quê? Tem uma arma no porta-luvas?” questiona o guarda que na época não era chamado de azulzinho: “Sim... Eu guardei lá depois de matar a dona do carro e jogar o corpo dela no porta-malas!”, informa tio Dino ao apavorada guarda que retruca: “Não acredito! Tem um corpo no porta-malas?” “Sim senhor...”Ao ouvir isto, o agente chama imediatamente o seu superior, que começa o interrogatório:”Senhor, posso ver a sua carteira de habilitação?”, pergunta o chefe. “Claro, aqui está ela!”, observa tio Dino.
Apreensivo, o policial examina o documento e vê que tudo está em ordem!
“A quem pertence este veículo?” - prossegue ele.
“É meu, seu guarda. Aqui está o registro de propriedade - diz o velho morungavense entregando o outro documento ao policial, que checa e constata que realmente o veículo pertence ao condutor; Arcedino Vieira Nunes.
“O senhor faria o favor de abrir lentamente o seu porta-luvas?”, pergunta o chefe.
- Sim senhor - diz o tio Dino, tranqüilamente, mostrando que o porta-luvas estava vazio. “Agora quero ver o porta-malas” - diz o oficial, confuso.
O tio Dino sai do carro e abre o porta-malas, mostrando que lá não havia corpo algum. Perplexo, o policial exclama:
“Não compreendo... O meu agente me disse que você não tinha carteira de habilitação, o seu carro era roubado, tinha uma arma no porta-luvas e um corpo no porta-malas...” “Ah, claro. E aposto que o mentiroso também lhe disse que eu andava em excesso de velocidade, não é?”, questiona tio Dino que foi liberado e quando andou uns dois quarteirões, olhou no painel para a foto da tia Miúda filosofou: é Miúda velha, esta gente da cidade grande é grossa uma barbaridade. Morungavense que se preze conhece o cego dormindo, o rengo sentado e a cabeça que tem piolho.
100% Morungava- Tem que ter concurso!