quinta-feira, 28 de agosto de 2014

TIO DINO E O CEMITÉRIO

Bar de frente pro futuro ficava na beira da estrada bem na frente do cemitério de Morungava
Se tem um ponto turístico em Morungava além é obvio das cascatas, matas preservadas, sítios de lazer e o Morro do Itacolomi  é o cemitério. Nos dias de finados é uma “festa” de tanta gente viva em romaria para acender velas e levar flores aos seus mortos, aliás, os mortos de Morungava a maioria tem mais de 80 anos. Lá ninguém morre jovem, de ataque cardíaco, derrame e outras doenças do mundo consumista. Depressão? Só a de 1929 que quebrou os Estados Unidos. Estresse? Para que estresse se a vida é bela. Em Morungava ninguém sofre por antecipação e após o almoço a ciesta é certa e reparadora. Nos finados, barracas comercializando flores, ambulantes vendendo pasteis, água mineral e outros produtos que ajudam no aumento do colesterol, triglicerídeos e outras doenças modernas. Bem na frente no cemitério tio Dino era proprietário de um bar que tinha um nome sugestivo especialmente aos pinguços “Bar de frente pro futuro” que apontava justamente para o “campo santo”, última morada, lugar dos pés juntos, lugar onde o pobre e o rico fedem iguais, às vezes o rico fede mais ainda. Esta semana o velho Dino me ligou e quando ele telefona quase sempre é indignado. Desta feita sua indignação é com relação ao chamado banho de gelo que os ricos e famosos estão fazendo. Ele já chega atravessando, cuspindo marimbondo, soltando fogo pelas ventas “Tu já viu este negócio que a burguesada está fazendo? Este troço de banho de gelo, isso é viadagem de quem não tem o que fazer. Vão carpir uma roça, ou pintar uma creche ou uma escola. Vão cantar num asilo, vão visitar as crianças com câncer nos hospitais de Porto Alegre. O pior é que esta bosta começou lá na terra do tio Sam e o brasileiro que gosta de imitar já está aderindo e depois ficam bravos que o Maradona nos chama de macacos” alerta tio Dino. Mas depois mais calmo ele contou  uma história pitoresca ocorrida nos tempos do “Bar de frente pro futuro” Lá no Morungava nos anos 70 apareceu um teatino que alguns acreditavam  ter se refugiado na cidade em função da ditadura, outros pensavam que podia ser um espião do “Dops”. Na verdade Feliciano se arranjava trabalhando em sítios e pequenas propriedades de Morungava, ajudando na roça e no campo na lida com o gado. Final de tarde chegava ao bar onde cumpria um ritual, pedia um martelo (copo) com cachaça do Monjolo produzida pelo Antônio Selistre “Toninho Gordão”, pai do Vicente Selistre, com biter. Feliciano na frente do bar e sob o olhar contrariado dos clientes erguia o copo e olhando para o cemitério dizia: “E ai defuntaiada vai um gole aí?” Isso acontecia de segunda a sexta-feira e tio Dino sempre respeitador ficava bravo com a postura do teatino Feliciano do “Dops ou do MR8”. Seguidamente questionava: “Olha Feliciano isso vai dar rolo, tu não respeita os mortos?” Feliciano desdenhava e sorrindo dizia: “Que se ferre esta defuntaiada e mais me sobra para beber” Um dia tio Dino combinou com uns jovens o seguinte: eles se esconderiam atrás do muro do cemitério vestidos com lençóis e munidos de paus e taquaras, no momento em que Feliciano erguesse o copo e gritasse, eles sairiam e pegariam o desaforado, dando-lhe um corretivo. Quinta-feira à tardinha de inverno, a noite chegava e os vaga-lumes na beira da estrada davam brilho colorido, no céu o lusco fusco apontava que mais um dia chegava ao seu final. Feliciano chega ao bar e repete a cena. Com o copo na frente do bar ele grita: “E ai defuntaiada vai um gole aí?”. Neste instante os guris pulam o muro do cemitério e puxam Feliciano para dentro do cemitério e cagam a pau o malcriado. O teatino gritava e pedia socorro, mas ninguém ajudou o “pobre”. Apanhou pior que o Maguila naquela luta contra o Hollyfield. Passado quatro dias da coça, Feliciano ainda cheio de hematomas se achegou ao bar do tio Dino estilo gato capado, olhando para os cantos, ressabiado e de olho no cemitério. Quieto tipo nenê com fralda cheia, Feliciano pediu o trago, mas bebeu calado. Tio Dino que é mais curtido que pepino em vidro, não perdeu a oportunidade e lascou: “Che Feliciano eu não te falava que esse negócio de mexer com os mortos daria problema?” Feliciano ainda ajeitando os esparadrapos na cabeça observa “Problema eu achava que não daria, mas o pior de tudo é que só aqui em Morungava enterram os mortos com paus e taquara” afirmou o teatino que sorveu o trago e seguiu seu caminho pelo outro lado da rua com os olhos mais arregalados que gato embaixo da casa e mais apavorado que sapo em cancha de bocha. Nunca mais fez piada com a defuntaiada do Morungava e assim como chegou um dia sumiu e nunca mais foi visto naquelas paragens. 100% Morungava – Tem que ter concurso!

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

GETÚLIO: HOJE NO TELA QUENTE!

Getulio Vargas saiu da vida para entrar para história e adiou o golpe por 10 anos.
Nesta segunda-feira no Tela Quente na Globo/RBS TV assista o filme Getúlio. O filme retrata os últimos três dias da vida de um dos maiores presidentes da história do Brasil; Getúlio Vargas que ao lado de Lula se tornaram dois ícones. O papel de Getúlio foi interpretado pelo talentoso Tony Ramos e no papel de Alzira; filha do presidente está a atriz Drica Moraes. Vale a pena assistir!
60 anos da morte de Getúlio Vargas
“Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”. A frase, uma das mais célebres passagens da história política brasileira, encerra a carta-testamento deixada por Getúlio Vargas. Há 60 anos, no dia 24 de agosto de 1954, o então presidente tirou a própria vida em meio à pior crise enfrentada em seus anos de atuação política.  Uma reunião com os ministros no Palácio do Catete varou a madrugada e decidiu que Getúlio se afastaria do governo por três meses para dar lugar ao vice, Café Filho. Após o fim da discussão, já com o dia claro, o político se recolheu ao seu aposento. Por volta das 8h35, o barulho de um tiro ecoou pelo palácio. Seu filho Lutero correu para o quarto, seguido pela esposa de Vargas, Darcy, e a filha Alzira. "Getúlio estava deitado, com meio corpo para fora da cama. No pijama listrado, em um buraco chamuscado de pólvora um pouco abaixo e à direita do monograma GV, bem à altura do coração, borbulhava uma mancha vermelha de sangue. O revólver Colt calibre 32, com cabo de madrepérola estava caído próximo à sua mão direita".  É assim que Lira Neto descreve o cenário da morte de Vargas no terceiro volume da série biográfica Getúlio. A carta-testamento de Getúlio Vargas, que seria transmitida durante aquele dia pelas rádios em todo o território nacional, foi encontrada em um envelope, encostada ao abajur da mesinha da cabeceira da cama do então presidente. Nos apontamentos do biógrafo, o texto, originalmente esboçado por Getúlio, teve sua versão final passada na máquina de escrever pelas mãos de um  amigo, José Soares Maciel Filho, já que o ex-presidente não sabia datilografar. O rascunho da carta havia sido encontrado no dia 13 de agosto pelo major-aviador Hernani Fittipaldi, um dos ajudantes de ordem de Getúlio, enquanto arrumava a mesa do presidente. Assustado com o conteúdo do manuscrito, ele entregou o papel à Alzira, que questionou o pai. “Não é o que estás pensando, minha filha. Não te preocupes, foi um desabafo”, se esquivou Vargas. Essa porém não foi a primeira vez que Getúlio fez menção ao suicídio. Em suas anotações pessoais ele já havia cogitado tirar a vida em outros momentos de sua jornada política. A primeira delas foi quando chegou ao poder em 1930. Naquela data, enquanto se encaminhava para a sede do governo, se disse disposto a não retornar com vida ao Rio Grande caso não obtivesse sucesso na empreitada. Era a primeira anotação pessoal que fazia no diário que carregou para o resto da vida. Lira Neto considera que a diferença em 1954 é que Getúlio se viu encurralado e não conseguiu contornar a crise como das outras vezes. Confira em vídeo trecho da entrevista com Lira Neto.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

OS IPÊS E A VIDA

A vida muitas vezes não  é aquilo que escolhemos e em muitas oportunidades nos sentimos como se nos oportunizasse um papel no teatro da existência, mas antes de adentrar no palco te concedem um papel que tu não quer interpretar, porém és empurrado para dentro do palco da vida e uma voz então grita: abram as cortinas.  E mesmo não querendo interpretar você  é obrigado porque o show não pode parar. Nesta cidade fria e injusta eu já perdi as contas das vezes que morri. Eu ando meio com medo que um dia ainda ache a tristeza normal. Mas por outro lado sei que as angústias, os conflitos e até mesmo as dores vão passar. A pior das dores não é a física que com medicamentos são suprimidas, mas a dor da alma, esta dilacera e rouba aos poucos a seiva da vida que teima em manter o ator da existência com mínimo de fôlego para interpretar seu papel. O fatídico e depressivo mês de agosto está chegando ao seu final e com ele as tardes cinzentas onde nem mesmo o morro de Dois Irmãos aparece em função da neblina. No somatório de perdas e derrotas, restaram apenas cicatrizes de batalha. A primavera começa a dar seus ares, já podemos vislumbrar pela Andradas, Independência e Parcão Arno Kunz a presença mágica dos ipês roxos, mas o teatro prossegue e vem ai  mais uma peça e mais uma para interpretar. Os refletores se acendem, a cortina sobe e a voz grita: interpreta porque o show não pode para! Neste teatro a plateia dificilmente aplaude e não obstante vaia e te cobra precisão e esforço. O mais difícil neste teatro da vida é não ter e ter que ter para dar. O mais difícil é ser você mesmo. As luzes da ribalta, mas quando vão se apagar? Tudo o que muitas vezes o ator  anela  é ver a cortina fechada e no camarim da mediocridade se esconder, tirar a máscara e chorar. Neste teatro árido da nebulosa existência o mais real e verdadeiro são as lágrimas.
*Jair Wingert; jornalista e blogueiro.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O PSB É VERMELHO E AMARELO

A morte de Eduardo Campos nos deixou atônitos, mas não podemos perder o foco, como disse nosso líder: não vamos desistir do Brasil. Sou um homem de partido e que defende sempre o coletivo, porém estou preocupado com a candidatura a presidencia da República por vários motivos primeiro: Marina Silva nunca foi socialista e nem será. Ela não é PSB e sim está usando a sigla e sabida e notoriamente ao passar o pleito deixa a sigla que acolheu para fundar a chamada Rede. Não entro no mérito e defendo o direito de Marina fundar o partido que desejar, assim é o processo democrático. Agora entregar a cabeça de chapa em troca de subir na pontuação para mim é duvidoso e tem nome esta postura. E o projeto de fazer do Brasil uma grande nação?  Segundo: Marina tem enorme dificuldades de relacionar-se com o setor do agronegócio e veja bem não defendo o agronegócio, defendo sim invesimentos na agricultura familiar, mas o agronegócio existe, gera emprego e renda e merece ser tratado com respeito e sobretudo com diálogo. Não podemos jogar a água suja da bacia com a criança dentro. O radicalismo tanto de esquerda como de direita são dois cães iguais, porém com coleiras diferentes. Caso Marina vença a eleição o que acho improvável porque quando começar a falar vai perder votos. Na minha concepção romariana “Marina calada é uma poeta”. Diferente de Eduardo não é aberta ao diálogo e possui um discurso evasivo e vive apenas de divagações. Dentro da hipótese de uma vitória quem garante que Marina não deixará o PSB no meio do caminho acefalando o partido do governo. Quem garante? Não entendo porque o PSB não lançou nomes como de Roberto Amaral ícone do socialismo democrático da América Latina. O próprio Beto Albuquerque poderia ter sido escolhido como candidato a presidência na minha modesta avaliação, ou quem sabe Luiza Erundina. A Marina manteríamos o cargo de vice que está de bom tamanho. Num segundo turno entre Marina e Dilma, quem Aécio vai apoiar? Como vamos administrar um palanque com os neo-liberais e sua prática tacanha de privatizações e defesa do estado mínimo? Já chega a aliança feita aqui no Rio Grande do Sul onde estamos tendo que engolir sapos sem tempero fruto das dificuldades de carregar certas candidaturas que não agregam nem decolam. Elefante só voa em história em quadrinhos. Nós socialistas devemos ser pragmáticos, mas sem abrir mão de princípios básicos que norteam o socialismo democrático e participativo, porque acreditamos que um outro mundo é possível. O Dr. Nicholas Murray Buteer; ex-presidente da Universidade de Columbia afirmou certa vez que existem três tipos de pessoas no mundo: aquelas que não sabem o que está acontecendo; aquelas que observam o que está acontecendo e aquelas que fazem as coisas acontecer. Será que PSB está sabendo fazer a avaliação correta do momento que estamos vivenciando? O tempo dirá, mas quero deixar bem claro: esperava que o Partido Socialista Brasileiro, o PSB de Miguel Arraes, de Eduardo guerreiro do povo brasileiro tivesse uma candidatura madura e não verde, porque como cantava Jorge Mautner: “A bandeira do meu partido é vermelha de um sonho antigo, cor da hora que se levanta, levanta agora, levanta aurora! ... Leva a esperança, minha bandeira tu és criança a vida inteira, toda vermelha, sem uma listra minha bandeira que é socialista! Mas a bandeira do meu Partido vem entrelaçada com outra bandeira a mais bela, a primeira verde-amarela, a bandeira brasileira. Como disse no inicio sou um homem de partido e me curvo a decisão do coletivo, não sem antes repetir o poeta Silvio Brito: “Eu aceito ser carneiro. Mas pelo amor de Deus, deixa eu mujir do meu jeito tá...” Não sei se disse mas tentei. - Escrevo e assino embaixo.
*Jair Wingert; vereador do PSB e jornalista - Campo Bom

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

EDUARDO CAMPOS: “NÓS NÃO VAMOS DESISTIR DO BRASIL”

A notícia chocou e a ficha custou a cair, mas fez refletir. O que é a vida? Sua brevidade e a curvas acentuadas que muitas vezes nos deparamos. A morte de Eduardo Campos é uma das muitas perdas deste ano 2014. Ariano Suassuna, Robin Williams entre tantas, mas o trágico acidente não apenas ceifou a vida de um homem, pai de família, repleto de vida e de esperança. O sentimento do mundo movia este jovem político. È muito cedo para se morrer aos 49 anos e apenas  três dias depois de receber uma das mais lindas homenagens dos filhos. A morte de Eduardo ceifou parte de um sonho. A esperança de um Brasil mais justo e igualitário de certa forma morreu um pouquinho com este nordestino que era o que de melhor havia na política nacional. Numa confraternização na residência do meu amigo Juliano Polidoro no 25 de Julho há duas semanas disse ao grupo que ali estava degustando as famosas pizzas  do “chef” Polidoro de que quando os programas do Eduardo iniciasse com certeza ele aumentaria muito seu índice nas pesquisas.  Melhor governador do Brasil, Eduardo transformou Pernambuco num estado desenvolvido e com justiça social. O nosso líder fazia política com P maiúsculo. Era um gestor que trouxe para sua equipe pessoas de outros partidos, mas competentes. Sanou as contas públicas com austeridade fiscal e choque de gestão, criou programas sociais que erradicaram a fome no sertão, incentivou a micro, pequena e média empresa e enfrentou com coragem e determinação o latifúndio improdutivo, concedendo terra a quem produz. Eduardo tinha um projeto para o Brasil. Diferente do atual projeto capitaneado por Dilma, Eduardo pretendia avançar ainda mais. O que está bom continuaria e avançaria e que está ruim como juros altos, desindustrialização, carga excessiva  de impostos, saúde precária, problemas estruturais tudo isso fazia parte dos quesitos aos quais Eduardo dizia com um sorriso nos lábios e o olhar cheio de esperança; “Isso vai ter que mudar imediatamente”.  Confesso que a tardinha sem a adrenalina e o golpe que a noticia trouxe, no silêncio da minha existência e no frio invernal deste agosto que tomara passe logo cheguei a conclusão: morreu Eduardo Campos, mas seu sonho de construir uma nação fraterna, justa e igualitária continua a embalar os corações e a mente dos socialistas. Eduardo dizia que no PSB todos são titulares e que tem lugar neste time sempre, ninguém é reserva no PSB. Neste momento de dor, de nó na garganta de estar temporariamente sem rumo, lembro da frase de Miguel Arraes, avô de Eduardo na qual ele afirmava que todo socialista deve ser como o cactus do sertão nordestino. No calor do verão, nas agruras da seca, ele se alimenta com as gotículas do orvalho da manhã e resiste. Na estação das chuvas suportava a água sem apodrecer. Morreu Eduardo Campos no dia que fazia  nove anos da morte de seu avô Miguel Arraes, arauto da democracia no Brasil. Perdemos Eduardo Campos quando mais o Brasil precisava de seu patriotismo, seu despreeendimento, seu destemor e sua competência. Não é só Pernambuco e sua gente que perdem seu líder; não é só o PSB que perde seu líder. É o Brasil que perde um jovem e promissor estadista. Não vamos desistir do Brasil, mas contristado faço minha prece Jó.
*Jair Wingert; jornalista e vereador do PSB de Campo Bom.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

MORREU ROBIN WILLIAMS

Em Paych Adams, Robin Williams encantou o mundo com sua doçura e genialidade. Fantástico!
Ator que interpretou Patch Adams em “O amor é contagioso”, morreu na segunda-feira 11.08
Williams nasceu em Chicago, Illinois. Sua mãe, Laura (nascida Smith, 1922-2001) era um ex-modelo de Nova Orleães, Luisiana.5 Seu pai, Robert Fitzgerald Williams (10 de setembro de 1906 – 18 de outubro de 1987), era um executivo-sênior da empresa automotora Ford, em cargo da região do Meio-Oeste. Williams é descendente de ingleses, galeses e irlandeses pelo lado de seu pai, e de franceses pelo lado materno. Cresceu frequentando a Igreja Episcopal, embora sua mãe praticasse a Ciência Cristã. Cresceu em Bloomfield Hills, Michigan, onde estudou na Detroit Country Day School, e em Woodacre, condado de Marin, Califórnia, onde frequentou uma escola pública, a Redwood High School. Também frequentou o Claremont McKenna College (então chamado de Claremont Men's College) por quatro anos. Tem dois meio-irmãos: Todd (morto em 14 de agosto de 2007) e McLaurin.
Williams se descreveu como uma criança quieta, cuja primeira imitação foi a de sua avó, feita para sua mãe. Não foi capaz de superar sua timidez até se envolver com o departamento de dramaturgia, durante o ensino médio.
Em 1973, Williams foi um de vinte estudantes a serem aceitos como calouros na renomada Juilliard School, e um de apenas dois a serem aceitos por John Houseman no programa avançado daquela escola, naquele ano (o outro foi Christopher Reeve) Em suas aulas de dialeto, Williams não teve qualquer problema em dominar rapidamente todos os dialetos lecionados. Deixou a Juilliard em 1976.
Robin Williams faleceu em 11 de agosto de 2014, aos 63 anos. A causa da morte ainda está sendo investigada. Acredita-se que o ator tenha cometido suicídio por meio de asfixia.

Carreira na televisão
Após integrar o elenco do Richard Pryor Show, na NBC, programa de televisão de curta duração do comediante Richard Pryor, Williams foi escalado por Garry Marshall no papel de Mork, na série de sucesso Happy Days. Como Mork, Williams improvisava boa parte de seus diálogos, e criava ágeis cenas de comédia verbal e física, falando com uma voz aguda e anasalada. Sua aparência se tornou tão popular com os espectadores que foi criado um spinoff da série, a sitcom Mork and Mindy, que durou de 1978 a 1982. Embora interpretasse o mesmo personagem que fazia em Happy Days, o programa se passava na atualidade da época, na cidade de Boulder, no Colorado, em vez da Milwaukee do final da década de 1950 onde se passava o seriado anterior. Mork foi um personagem extremamente popular, que aparecia em pôsteres, livros para colorir, lancheiras e outras mercadorias.
A partir do fim da década de 1970 e início da década de 1980, Williams passou a atingir um público mais variado com seus espetáculos de comédia stand-up, incluindo três especiais para a HBO, Off The Wall (1978), An Evening with Robin Williams (1982) e Robin Williams: Live at the Met (1986). Ainda em 1986, Williams conquistou mais fama ao se apresentar na 58ª edição do Oscar.
Seu trabalho de stand-up tem sido um fio condutor de sua carreira, como pode se ver pelo sucesso de seu show (e o DVD subsequente) Robin Williams: Live on Broadway (2002). Obteve em 2004 o 13º lugar na lista de "100 maiores [comediantes] stand-up de todos os tempos" do canal Comedy Central.
Após ser encorajado por sua amiga, a também comediante Whoopi Goldberg, decidiu aceitar uma participação especial na série Star Trek: The Next Generation, em 1991, no episódio "A Matter of Time", porém teve que cancelar sua aparição devido a um conflito de calendário; Matt Frewer assumiu seu lugar no papel do professor Berlingoff Rasmussen, um viajante do tempo trapaceiro.
Williams também apareceu, em 2000, num episódio da versão americana de Whose Line Is It Anyway?. Durante um jogo chamado "Scenes from a Hat" ("cenas de um chapéu"), a cena "What Robin Williams is thinking right now" ("O que Robin Williams está pensando agora") foi criada, e Williams declarou: "I have a career. What the hell am I doing here?" ("Eu tenho uma carreira. Que diabos estou fazendo aqui agora?").
Em 4 de dezembro de 2010 apareceu, juntamente com Robert De Niro, no programa Saturday Night Live, no esquete "What Up with That".
Carreira no cinema
A maior parte da carreira de Williams, no entanto, se deu no cinema - embora também tenha tido performances de destaque no teatro (entre as quais o papel mais célebre foi o de Estragon numa produção de Esperando Godot, com Steve Martin). Sua performance em Good Morning, Vietnam (br: Bom Dia, Vietnã), de 1987, lhe rendeu uma indicação para o Oscar de melhor ator. Diversos de seus papéis foram comédias com um toque de pathos.

Robin Williams.
Seu papel como o Gênio no filme de animação Aladdin, de 1992, foi crucial para estabelecer a importância da presença de atores famosos nas dublagens de desenhos animados. Williams também utilizou seus talentos vocais em Fern Gully, como o holográfico Dr. Know no filme A.I. Artificial Intelligence, de 2001, na animação Robots, de 2005, no vencedor do Oscar em 2006, Happy Feet, e numa performance não-creditada em Everyone's Hero, de 2006. Também foi responsável por dublar a voz de Timekeeper, uma antiga atração do parque de diversões Walt Disney World sobre um robô que viaja no tempo, encontra Júlio Verne e o leva para o futuro.
Em 1998 recebeu o Oscar de melhor ator coadjuvante por seu papel como um psicólogo em Good Will Hunting (br: Gênio Indomável; pt: O Bom Rebelde). No início da década seguinte, no entanto, alguns críticos afirmaram que estaria sendo escalado sempre para o mesmo tipo de papel, excessivamente sentimental, em filmes como Patch Adams (br: Patch Adams - O Amor é Contagioso), de 1998, de Bicentennial Man (br/pt: O Homem Bicentenário), de 1999.
Williams também estrelou filmes dramáticos, pelos quais conquistou duas outras indicações ao Oscar: a primeira, por interpretar um professor de inglês em Dead Poets Society (br: Sociedade dos Poetas Mortos), de 1989, e a segunda pelo papel de um mendigo problemático em The Fisher King (br: O Pescador de Ilusões; pt: O Rei Pescador), de 1991;  neste mesmo ano interpretou um Peter Pan adulto no filme Hook (br: Hook - A volta do Capitão Gancho). Entre outros filmes dramáticos consagrados que protagonizou estão Awakenings (br: Tempo de Despertar; pt: Despertares), de 1990, e What Dreams May Come, de 1998. No suspense dramático Insomnia, de 2002, Williams interpretou um escritor/assassino fugindo de um policial de Los Angeles que sofre de insônia, interpretado por Al Pacino, na região rural do Alasca. Também em 2002, no suspense psicológico One Hour Photo, Williams interpretou um funcionário de uma loja de revelação de fotos com distúrbios emocionais que fica obcecado por uma família cujas fotos ele revelou. Em 2006 Williams estrelou The Night Listener, suspense sobre um apresentador de rádio que percebe ter desenvolvido uma amizade com uma criança que pode ou não existir.
Robin Williams é conhecido por suas habilidades de improviso e por suas imitações. Suas apresentações caracterizam-se por um humor não-ensaiado, criado e executado de maneira frenética sobre o palco. De acordo com os comentários especiais do DVD de Aladdin, a maior parte de seus diálogos como o Gênio também teriam sido improvisados.
Em 2006 estrelou cinco filmes, incluindo Man of the Year, e foi o convidado-surpresa da edição de 2006 do Nickelodeon Kids' Choice Awards. Também apareceu num episódio do programa de televisão Extreme Makeover: Home Edition, em 30 de janeiro de 2006.
Williams chegou a ser cotado para interpretar o personagem Riddler (conhecido como Charada, no Brasil, e Enigma, em Portugal) no filme Batman Forever (br: Batman Eternamente; pt: Batman Para Sempre), até que o diretor Tim Burton eventualmente abandonou o projeto. O ator também tinha sido um forte candidato a interpretar o Joker (Coringa, no Brasil) no filme Batman, de 1989, e também teria manifestado interesse em assumir o mesmo papel em The Dark Knight (br: Batman: O Cavaleiro das Trevas; pt: O Cavaleiro das Trevas), sequência de Batman Begins, de 2005,16 embora o papel eventualmente tenha sido interpretado por Heath Ledger, que acabou vencendo o Oscar de melhor ator coadjuvante (póstumo) por ele.
Robin Williams foi interpretado por Chris Diamantopoulos na biografia feita para televisão Behind the Camera: The Unauthorized Story of Mork & Mindy, de 2005, que documenta a chegada do ator em Hollywood como um comediante ainda pouco conhecido.

Conflito com a Disney
Em gratidão por seu sucesso com o filme Good Morning, Vietnam, da Disney/Touchstone, Robin Williams dublou o personagem do Gênio no filme de animação Aladdin pelo pagamento-padrão do Screen Actors Guild (o sindicato dos atores americanos), 75.000 dólares, com a condição de que seu nome e sua imagem não fossem usados para marketing, e que seu personagem não ocuparia mais de 25% do espaço da arte feita para promover o filme, já que a animação Toys seria lançada um mês após a estréia de Aladdin. O estúdio, no entanto, acabou não cumprindo ambas as condições, especialmente na questão do pôster oficial do filme, no qual o Gênio ocupava mais de 25% da imagem, com outros personagens tanto principais quanto coadjuvantes retratados de maneira consideravelmente menor. O livro da Disney, Aladdin: The Making Of An Animated Film, publicado pela Hyperion, listou os dois personagens de Williams, "O Mascate" e "O Gênio", na frente de outros personagens principais, porém foi obrigado a referir-se a ele como "o ator contratado para interpretar o Gênio".
Williams e a Disney tiveram um rompimento sério depois do ocorrido e, como resultado, Dan Castellaneta foi contratado para dublar o Gênio em The Return of Jafar, a série de animação para a televisão de Aladdin, e gravou sua voz para Aladdin and the King of Thieves. Quando Jeffrey Katzenberg foi despedido da Disney, e substituído pelo ex-chefe de produção da 20th Century Fox, Joe Roth (cujo último ato pela Fox foi dar o sinal verde para o filme Mrs. Doubtfire, de Williams), Roth conseguiu que a Disney se desculpasse publicamente com Williams, que por sua vez concordou em atuar em Jack, filme da Hollywood Pictures dirigido por Francis Ford Coppola, e até mesmo aceitou dublar o Gênio novamente para King Of Thieves (embora por um preço consideravelmente mais alto que o padrão), substituindo todos os diálogos já dublados por Castellaneta.
Quando Williams se juntou novamente ao diretor de Doubtfire, Chris Columbus, para o filme Bicentennial Man (br/pt: O Homem Bicentenário), de 1999, a Disney pediu que o orçamento da obra fosse cortado em aproximadamente 20 milhões de dólares; quando o filme foi lançado, no dia de Natal, foi um fracasso de bilheteria. Williams colocou a culpa no marketing feito pela Disney e pelo conteúdo perdido devido aos cortes no orçamento. Novamente, as relações entre o ator e a Disney estavam abaladas, e novamente Castellaneta foi chamado para substitui-lo no papel de Gênio na série de videogames Kingdom Hearts e na série de TV House of Mouse. O lançamento em DVD de Aladdin não tem qualquer participação de Williams no conteúdo extra, embora algumas de suas sessões de gravação originais possam ser vistas.
Recentemente Robin Williams fez as pazes com a Walt Disney Company, e, em 2009, concordou em fazer parte do 'hall da fama' da Disney, sendo designado uma Disney Legend ("Lenda da Disney").

Carreira no teatro
No teatro, Williams tem apresentado seu "show de um homem só", Robin Williams: Live on Broadway, encenado pela primeira vez no Broadway Theatre em julho de 2002.20 Fez sua estreia como ator teatral na peça Bengal Tiger at the Baghdad Zoo, de Rajiv Joseph, que estreou na Broadway, no Richard Rodgers Theatre, em 31 de março de 2011.
Robin Williams apresentou-se em diversos lugares com seus espetáculos de comédia stand-up desde o início da década de 1970. Algumas de suas turnês mais memoráveis foram An Evening With Robin Williams (1982), Robin Williams: At The Met (1986) e Robin Williams LIVE on Broadway (2002). A última quebrou diversos recordes duradouros para shows do gênero; em alguns casos os ingressos se esgotaram depois de estarem à venda por cerca de trinta minutos.
Após um hiato de seis anos, em agosto de 2008, Williams anunciou uma turnê de 26 cidades chamada Weapons of Self Destruction. Segundo ele, esta seria sua última chance de fazer piadas com o governo Bush, embora poucas piadas do set falassem sobre o assunto. A turnê se iniciou no fim de setembro de 2009, e terminou em Nova York em 3 de dezembro, culminando com um especial para a HBO em 8 de dezembro.

Outros interesses
Williams é um ávido entusiasta de videogames (chegando até mesmo a dar o nome de sua filha de Zelda, em homenagem à Princesa Zelda, da série de jogos The Legend of Zelda),24 um apreciador de role-playing games e jogos online, como Warcraft 3, Day of Defeat, Half-Life,25 e o jogo de tiro em primeira pessoa Battlefield 2 (como um sniper).26 Em 6 de janeiro de 2006 apresentou-se ao vivo no Consumer Electronics Show, durante a apresentação da Google.27 Na E3 de 2006, a convite de Will Wright, demonstrou o editor de criaturas do jogo Spore enquanto comentava sobre a aparência da criatura: "Isto aqui vai fazer um ornitorrinco parecer bonito." Também elogiou a versatilidade do jogo, comparando-o a Populous e Black & White. No mesmo ano, foi uma das celebridades a participar do Dia Mundial do Dungeons & Dragons.
Fã do ciclismo profissional, era uma presença constante no ônibus da equipe das equipes americanas US Postal Service e Discovery Channel Pro Cycling durante os anos em que Lance Armstrong dominou o Tour de France.
Também é um entusiasta do rugby union e um grande fã do ex-jogador dos All Blacks (a equipe nacional da Nova Zelândia), Jonah Lomu.
Williams apóia o uso de veículos ecologicamente corretos; dirige um Toyota Prius,31 e está na lista de espera para um veículo elétrico Aptera 2 Series.

Vida pessoal
O primeiro casamento de Robin Williams foi com Valerie Velardi em 4 de junho de 1978, com quem teve um filho, Zachary Pym (Zak), nascido em 11 de abril de 1983. Durante este casamento Williams se envolveu numa relação extra-conjugal com Michelle Tish Carter, uma garçonete que ele conheceu em 1984, e que o processou em 1986 alegando ter sido infectada por ele com o vírus herpes simplex. O processo foi arquivado mediante um acordo feito fora dos tribunais. Williams e Velardi se divorciaram em 1988.
Em 30 de abril de 1989 se casou com Marsha Garces, a babá de seu filho, que já estava grávida de alguns meses da filha do ator. Ambos tiveram dois filhos, Zelda Rae (nascida em 31 de julho de 1989) e Cody Alan (nascido em 25 de novembro de 1991). Em março de 2008, no entanto, Garces pediu o divórcio de Williams, alegando "diferenças irreconciliáveis".
Robin Williams adotou William Reeve (nascido em 7 de junho de 1992), único filho do casal Dana Reeve e Christopher Reeve, de quem Williams sempre foi muito amigo.

Drogas e álcool
Durante o fim da década de 1970 e início da década seguinte, Williams desenvolveu um vício em cocaína; ele desde então declarou ter abandonado o uso da droga. Williams era um amigo próximo do comediante John Belushi, com quem frequentava muitas festas, e afirmou que a morte de seu amigo, por overdose, e o nascimento de seu filho, o levaram a abandonar as drogas: "Se foi um toque de despertar? Oh, sim, em grande escala. O grand jury35 também ajudou."
Em 9 de agosto de 2006, Williams se inscreveu num centro de reabilitação para dependentes químicos localizado em Newberg, Oregon, admitindo posteriormente ser um alcoólatra. Segundo declaração feita por seu publicista:

    "Após 20 anos de sobriedade, Robin Williams voltou a beber, e decidiu tomar medidas proativas para lidar com isto, pelo seu próprio bem-estar e pelo bem-estar de sua família. Ele pede que vocês respeitem a sua privacidade e de sua família durante este período, e anseia em retornar ao trabalho neste outono para promover seus futuros lançamentos cinematográficos."

Problemas de saúde
Williams foi hospitalizado em março de 2009 devido a problemas cardíacos, e foi obrigado a adiar seu espetáculo solo no teatro para passar por uma cirurgia na qual substituiu sua válvula aorta.38 39 A cirurgia foi realizada com sucesso em 13 de março de 2009, na Cleveland Clinic.

Obras de caridade
Williams e sua ex-mulher, Marsha, fundaram a Windfall Foundation, uma organização filantrópica que visa levantar fundos para diversas instituições de caridade diferentes. O ator dedicou muito às obras de caridade, incluindo o arrecadamento de fundos durante eventos como o Comic Relief. Em dezembro de 1999 cantou em francês num videoclipe com celebridades internacionais que faziam uma cover de "It's Only Rock & Roll", dos Rolling Stones, para a instituição Children's Promise.
 Após o terremoto de 2010 na Nova Zelândia, Robin Williams doou tudo o que foi arrecadado em sua performance da turnê Weapons of Self Destruction, em Christchurch, para ajudar no auxílio à reconstrução daquela cidade.

Morte
Robin Williams foi encontrado inconsciente em sua casa, em Tiburon, Califórnia, por volta do meio-dia no dia 11 de agosto de 2014. A polícia estadunidense trabalha com a hipótese de suicídio, visto que o ator lutava contra a depressão e o alcoolismo.
Segundo Mara Buxbaum, agente do ator, Williams estava "lutando contra uma depressão severa".

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

FRITZ E VALDOMIRO: QUE CRUZAMENTO!

Sem querer ser nostálgico em muita oportunidade me sinto um privilegiado e chego aos 5.0 repleto de experiências boas e ruins. Na verdade somos um somatório das experiências que vivenciamos. Tenho pós-graduação na Universidade dos Duros Golpes, mas o que é a vida senão uma eterna caminhada? Cair, levantar e seguir em frente. Criei-me num bairro fantástico, onde todos se conheciam. Onde os vizinhos repartiam o pão, se alguém estava doente não ficava sozinho; desamparado. Criei-me num Rio Branco que há muito não existe. Craque era sinônimo de jogador de futebol. E droga era quando tu errava  uma conta dada pela dona Sally e sentenciava: “Que droga como errei este cálculo?”. Nossas diversões eram os campinhos onde havia embates de rasgar canelas, mas nada que uma salmoura ou o mertiolate não curasse. (Aiiii assooopraaaa...) Não raro os clássicos entre Guarani e Padaria terminavam em pauleiras históricas lembrando Boca e River. Nosso mundo era o Rio Branco e depois da ponte da Andradas havia um mundo desconhecido que só fomos desbravar quando descíamos aos domingos para assistir aos filmes do Teixeirinha no Cine Rio. Onde a gente comprava mentex ou confete no barzinho do seu Armando Dick. Quando passou o Coração de Luto as lágrimas foram tantas que inundaram a Feira Marisa do Tauffic que ficava no andar térreo ao cinema causando sérios danos ao estoque de calças boca de sino e as topecas . Adorávamos assistir ao Canal 100 que mostrava os gols do campeonato brasileiro, isso lá entre 1975 e 79. Fora os campinhos era a televisão e as partidas de bolão no Clube Rio Branco onde ganhávamos uns pilas e refrigerante para armar os pinos, além dos jogos no Oriente nosso time do coração. No bairro vivíamos em comunidade mesmo, onde todos eram filhos de todos, ou seja, todos ajudavam a cuidar, afinal éramos as crianças do Rio Branco. Tive o privilégio de crescer com um grupo de amigos onde a maioria era colorada, exceto, o meu dileto compadre Gilmar Strack; capitão e um dos fundadores do Guarani e o Paulo Vargas outro amigão mais chegado que um irmão, aliás, o Paulinho foi um dos melhores jogadores que tive a oportunidade de jogar. Entendíamos-nos muito, pois ele era inteligente, chutava com os dois pés e só no olhar a gente sabia o que outro iria realizar. Formamos uma bela dupla. Pois este dois eram gremistas, mas sempre nos respeitamos, até hoje é assim, fora a corneta, o resto é amizade plena. Assistíamos muitos e muitos jogos no Beira Rio, inclusive grenais com metade vermelha e metade azul. O ritual era sempre o mesmo alugávamos uma kombi ou então pegávamos o citralão e da Rodoviária seguíamos em romaria rumo ao Beira Rio. Quem organizava tudo era o Remi Cemin “Fritz”; colorado fanático e apaixonado pelo futebol. Lembro que às vezes o Inter perdia um, dois jogos e ai o Fritz dizia: “Nunca mais venho no Beira Rio. Nunca mais estes pernas de pau vão ver a cor do meu dinheiro”. Nós ficávamos apavorados porque o organizador de tudo era ele e como ficaríamos sem ir ao Beira Rio e ver o colorado? Porém chegava o domingo e a gente estava no Bar do seu Arnildo ali na Andradas quase ao lado do estádio do Oriente, onde jogávamos sinuca e lá vinha o Fritz que chamava todo mundo de amarelo. Ele olhava para a gente e perguntava: “E ai amarelo vamos no Beira Rio hoje?” Imediatamente alfinetava “Olha Fritz domingo passado tu disse que nunca mais iria assistir os jogos do Inter” Ele abria um sorriso enorme e dizia: “Tu tá ficando louco amarelo eu não falei nada disso. Como é que vamos deixar o colorado empenhado? Se nós largar o que será do timão? Já aluguei a kombi do seu Otacílio e vamos sair as 13 horas” dizia com sorriso de orelha a orelha. E lá seguíamos nós em direção ao Gigante para assistir as partidas da orquestra comandada pelo maestro Falcão, Carpegiani, Figueroa, Dário, Flávio, Lula e tantos outros.... Um dia memorável, assistíamos Inter e Cruzeiro e a partida estava difícil, inclusive Roberto Batata já tinha chutado uma bola no travessão. O primeiro tempo terminou zero a zero. Fomos ao banheiro e ao retornarmos estava lá o Fritz roendo as unhas, até aí tudo bem, todo mundo ou a maioria roe unhas durante jogos, não, mas nosso herói roía as unhas do pé. Pena que naquela época não havia celular com máquina fotográfica para eternizar este momento lúdico ou “podológico”. Neste mesmo jogo aos 27 minutos da etapa complementar, Valdomiro lançado pela direita correu, venceu o lateral e ao cruzar, o Fritz cruzou junto, o Valdomiro acertou no segundo pau, bem na cabeça do Escurinho, já o Fritz acertou um chute potente bem na “paleta” de um sujeito que mais parecia o Montanha; lutador do Ringue 12 Marinha Magazine (lembra? Estou velho né?) por sorte a bola achou a cabeça certeira do maior cabeceador de todos os tempos: Escurinho que pulou de pernas abertas e cabeceou no canto esquerdo de Raul.  Na comemoração nos abraçávamos e gritávamos e o sujeito que levou o chute nas costas vibrava abraçado no Fritz, ambos chorando de alegria. Após o cachorro quente e o guaraná charrua ou minuano limão, que, aliás, muitas vezes um cachorro quente e um refrigerante era dividido entre cinco ou seis. Sempre desconfiei que praticávamos lições de solidariedade, mas sobretudo, ali tive minha iniciação ao socialismo democrático. No Beira Rio aprendi que a gente cuida dos filhos dos outros enquanto vão ao banheiro. Que a gente abraça e chora com pessoas que você nunca viu antes.  Retornávamos a Campo Bom domingo a noite pela não engarrafada BR 116 de alma lavada, sem esquecer das revistas do Inter produzidas pelo Elmar Bones e o Polidoro, nas quais o L.F Veríssimo, o Érico e o Jockymann escreviam textos geniais e ainda chegávamos a tempo de assistir ao Jogo Aberto com Larry Pinto de Faria, Atayde Viana, Geraldo José de Almeida e tantas outras feras da TV Difusora canal 10 (Hoje Band). Passávamos a semana inteira esperando o domingo chegar. Decididamente éramos felizes e não sabíamos, ou, melhor a gente sabia sim!
*Jair Wingert; jornalista.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

WERNO JAEGER: UM EXEMPLO DE VIDA

Sabe aquele sentimento de orfandade que toma conta do nosso ser? Aquele nó na garganta e aquela lágrima teimosa que quer rolar pela face. Às vezes me pergunto por que será que a vida tem que ser assim marcada de despedidas de pessoas especiais? Na verdade quando sepultamos um amigo, acredito que morremos um pouquinho. Na sexta-feira 1º de agosto Campo Bom amanheceu mais triste, a cidade perdeu uma reserva ética e moral. Morreu Werno Olinto Jaeger um homem na acepção máxima da palavra. Sério, trabalhador, franco e direto. Seu Werno detestava a corrupção, bem como, não compactuava com a maldade e as perseguições que impera hoje no meio político. Seu Werno foi vereador pelo município de São Leopoldo quando Campo Bom ainda pertencia ao município vizinho. Depois da emancipação foi vereador e dos bons. Naquele tempo o parlamentar campo-bonense não recebia salários, mas era movido pelo maior sentimento do mundo; o amor pela nova cidade que começava a trilhar os caminhos até se tornar o Pequeno Gigante do Vale. Naqueles tempos: “Bom era Campo Bom ou Campo Bom não para!” Jaeger  também foi secretário de Obras e daqueles que botava literalmente a mão na massa, ajudando muitas vezes a sentar os canos de esgoto nos bairros de nossa cidade. Partidário fiel e de convicções definidas respeitava a todos. Tinha trânsito livre em todos os partidos por sua postura conciliadora. Morador da Rua Tamoio nos brindava com seu sorriso bonito e palavras de incentivo. Não raro caminhava até a Praça João Blos onde  dialogava com os jovens há mais tempo. Ali debatiam os problemas do município, do 15, Oriente, do Colorado e do Grêmio e seguiam para as incansáveis rusgas do dia a dia da política municipal, estadual e do país. Por volta das 11 horas da manhã nos últimos tempos munidos de sua elegante bengala e de seu charmoso chapéu retornava a passos lentos com destino a seu lar. Como jornalista tive a grata satisfação de entrevistá-lo para um material produzido no mais antigo e conceituado jornal da cidade – O Fato do Vale. Foram duas páginas de pura emoção e resgate de história. Na semana seguinte, a matéria de duas páginas, encontrei seu Werno ali na Praça João Blos onde as flores dos ipês vermelhos contrastavam com a melodiosa sinfonia dos sabiás que lembravam os acordes wagnerianos ou até mesmos os versos de Neruda. Neste cenário bucólico do que ainda restou da Praça João Blos vítima do “progresso” a qualquer preço em detrimento da especulação imobiliária é que encontrei seu Werno. Chapéu estilo panamá, o apaixonado por Tiro ao Rei competição centenária praticada no Clube 15 de Novembro abriu o sorriso do tamanho do mundo e sentenciou: “Seu Wingert foste muito bondoso para comigo” E depois concluiu: “Esta reportagem vai fazer este velho viver um pouco mais” Se tem algo que este domador de letras ou escriba dos tempos modernos não perdeu foi à capacidade de emocionar-se, afinal o que é a vida senão a pura emoção de um amor. A doce emoção do beijo da mulher amada, do vislumbrar do nascimento de uma filha, seu crescimento e o desabrochar para a vida?. O que a vida senão as derrotas e  as vitórias e o constante aprendizado?. Naquele instante parei e fiz o que em muitas vezes não fizera. Não desperdicei a oportunidade e olhei bem nos olhos daquele grande homem: “Seu Werno se tem alguém que merece esta matéria, este alguém é o senhor. Eu gosto muito do senhor e agradeço a Deus ter tido a dádiva de conhecê-lo e mais ainda de entrevistá-lo” Ele apertou a minha mão e com os olhos cheios de lágrimas e a voz embargada disse: “Seu Wingert o coração deste velho já não é mais o mesmo” E seguiu pela Adriano Dias e ao atravessar a avenida em direção ao Largo Irmãos Vetter para se encaminhar a Rua Tamoio, pensei comigo mesmo: ali vai a história viva da minha cidade! Partidário, trabalhador, apaixonado pelo tiro e pelo  15, outra paixão era a família, a qual sempre defendeu como porto seguro e bússola fiel de uma sociedade saudável e equilibrada. Hoje ao caminhar pela Praça João Blos ou pelos arredores da antiga Biblioteca Pública, observo o banco onde muitas vezes ao lado de seus amigos seu Werno contava histórias. Naquele banco está faltando ele e a saudade dele está doendo em mim.Werno Jaeger deixa uma lacuna sem precedentes, mas cumpriu sua missão, assim é o ciclo da vida. Da morte e dos impostos nós não escapamos já afirmou o pensador, mas não estamos preparados para este adeus, até porque nunca foi propósito de Deus que homem viesse a morrer. Aos 94 anos seu Werno nos deixou, porém ficou seu legado. Quando ele nasceu todos a sua volta sorriram, só ele chorou.... Viveu de tal maneira que no dia de sua morte todos a sua volta choraram, só ele sorriu. O corpo de Werno Jaeger foi velado na sala de sessão Getúlio Vargas da Câmara Municipal de Vereadores de Campo Bom.
Texto: Jair Wingert; jornalista – Campo Bom. RS  

sábado, 2 de agosto de 2014

“ACADEMIA É SÓ MANIA DE QUEM TEM PLATA”


Jornalista Jair Wingert na Casa de Cultura Mário Quintana no dia 29 de julho. Ao lado uma frase que nos remete a pensar...

O maior poeta da America Latina ao lado de Pablo Neruda, Mário Quintana; o nosso poetinha se vivo fosse estaria completando 108 anos no dia 30 de julho. Não fez parte da Academia Brasileira de Letras, mas cá para nós aquele negócio já não é a mesma coisa. Já pensou até o Sarney com seus Marimbondos de Fogo está lá junto aos “imortais” me poupe... Na terça-feira (29.07) tive o privilégio de levar minha filha a doce e encantadora Larissa com seu olhar irriquieto e seu sorriso lindo a conhecer alguns pontos turisticos da capital do mundo; Porto Alegre e dentre estes locais, a Casa de Cultura Mário Quintana. Momento belo, mágico e poético que guardarei a sete chaves; dentro do coração. Conheça um pouco da vida e obra do anjo poeta... Quintana e seus quintanares...
Mario de Miranda Quintana nasceu na cidade de Alegrete (RS), no dia 30 de julho de 1906, quarto filho de Celso de Oliveira Quintana, farmacêutico, e de D. Virgínia de Miranda Quintana. Com 7 anos, auxiliado pelos pais, aprende a ler tendo como cartilha o jornal Correio do Povo. Seus pais ensinam-lhe, também, rudimentos de francês.
No ano de 1914 inicia seus estudos na Escola Elementar Mista de Dona Mimi Contino.
Em 1915, ainda em Alegrete, freqüentou a escola do mestre português Antônio Cabral Beirão, onde conclui o curso primário. Nessa época trabalhou na farmácia da família. Foi matriculado no Colégio Militar de Porto Alegre, em regime de internato, no ano de 1919. Começa a produzir seus primeiros trabalhos, que são publicados na revista Hyloea, órgão da Sociedade Cívica e Literária dos alunos do Colégio.
Por motivos de saúde, em 1924 deixa o Colégio Militar. Emprega-se na Livraria do Globo, onde trabalha por três meses com Mansueto Bernardi. A Livraria era uma editora de renome nacional.
No ano seguinte, 1925, retorna a Alegrete e passa a trabalhar na farmácia de seu pai. No ano seguinte sua mãe falece. Seu conto, A Sétima Personagem, é premiado em concurso promovido pelo jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre.
O pai de Quintana falece em 1927. A revista Para Todos, do Rio de Janeiro, publica um poema de sua autoria, por iniciativa do cronista Álvaro Moreyra, diretor da citada publicação.
Em 1929, começa a trabalhar na redação do diário O Estado do Rio Grande, que era dirigida por Raul Pilla. No ano seguinte a Revista do Globo e o Correio do Povo publicam seus poemas.
Vem, em 1930, por seis meses, para o Rio de Janeiro, entusiasmado com a revolução liderada por Getúlio Vargas, também gaúcho, como voluntário do Sétimo Batalhão de Caçadores de Porto Alegre.
Volta a Porto Alegre, em 1931, e à redação de O Estado do Rio Grande.
O ano de 1934 marca a primeira publicação de uma tradução de sua autoria: Palavras e Sangue, de Giovanni Papini. Começa a traduzir para a Editora Globo obras de diversos escritores estrangeiros: Fred Marsyat, Charles Morgan, Rosamond Lehman, Lin Yutang, Proust, Voltaire, Virginia Woolf, Papini, Maupassant, dentre outros. O poeta deu uma imensa colaboração para que obras como o denso Em Busca do Tempo Perdido, do francês Marcel Proust, fossem lidas pelos brasileiros que não dominavam a língua francesa.
Retorna à Livraria do Globo, onde trabalha sob a direção de Érico Veríssimo, em 1936.
Em 1939, Monteiro Lobato lê doze quartetos de Quintana na revista lbirapuitan, de Alegrete, e escreve-lhe encomendando um livro. Com o título  Espelho Mágico o livro vem a ser publicado em 1951, pela Editora Globo.
A primeira edição de seu livro  A Rua dos Cataventos, é lançada em 1940 pela Editora Globo. Obtém ótima repercussão e seus sonetos passam a figurar em livros escolares e antologias.
Em 1943, começa a publicar o Do Caderno H, espaço diário na Revista Província de São Pedro.
Canções, seu segundo livro de poemas, é lançado em 1946 pela Editora Globo. O livro traz ilustrações de Noêmia.
Lança, em 1948, Sapato Florido, poesia e prosa, também editado pela Globo. Nesse mesmo ano é publicado O Batalhão de Letras, pela mesma editora.
Seu quinto livro, O Aprendiz de Feiticeiro, versos, de 1950, é uma modesta plaquete que, no entanto, obtém grande repercussão nos meios literários. Foi publicado pela Editora Fronteira, de Porto Alegre.
Em 1951 é publicado, pela Editora Globo, o livro Espelho Mágico, uma coleção de quartetos, que trazia na orelha comentários de Monteiro Lobato.
Com seu ingresso no Correio do Povo, em 1953, reinicia a publicação de sua coluna diária Do Caderno H (até 1967). Publica, também, Inéditos e Esparsos, pela Editora Cadernos de Extremo Sul - Alegrete (RS).
Em 1962, sob o título Poesias, reúne em um só volume seus livros A Rua dos Cataventos, Canções, Sapato Florido, espelho Mágico e O Aprendiz de Feiticeiro, tendo a primeira edição, pela Globo, sido patrocinada pela Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grande do Sul.
Com 60 poemas inéditos, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, é publicada sua Antologia Poética, em 1966, pela Editora do Autor - Rio de Janeiro. Lançada para comemorar seus 60 anos, em 25 de agosto o poeta é saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita o seguinte poema, de sua autoria, em homenagem a Quintana:
Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.

Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!

Quer livres, quer regulares,
Abrem sempre os teus cantares
Como flor de quintanares.

São cantigas sem esgares.
Onde as lágrimas são mares
De amor, os teus quintanares.
São feitos esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzem estrelas luares.

São para dizer em bares
Como em mansões seculares
Quintana, os teus quintanares.

Sim, em bares, onde os pares
Se beijam sem que repares
Que são casais exemplares.

E quer no pudor dos lares.
Quer no horror dos lupanares.
Cheiram sempre os teus cantares
Ao ar dos melhores ares,
Pois são simples, invulgares.
Quintana, os teus quintanares.

Por isso peço não pares,
Quintana, nos teus cantares...
Perdão! digo quintanares.

A Antologia Poética recebe em dezembro daquele ano o Prêmio Fernando Chinaglia, por ter sido considerado o melhor livro do ano. Recebe inúmeras homenagens pelos seus 60 anos, inclusive crônica de autoria de Paulo Mendes Campos publicada na revista Manchete no dia 30 de julho.
Preso à sua querida Porto Alegre, mesmo assim Quintana fez excelentes amigos entre os grandes intelectuais da época. Seus trabalhos eram elogiados por Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Morais, Cecília Meireles e João Cabral de Melo Neto, além de Manuel Bandeira. O fato de não ter ocupado uma vaga na Academia Brasileira de Letras só fez aguçar seu conhecido humor e sarcasmo. Perdida a terceira indicação para aquele sodalício, compôs o conhecido
Poeminho do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

(Prosa e Verso, 1978)
A Câmara de Vereadores da capital do Rio Grande do Sul — Porto Alegre — concede-lhe o título de Cidadão Honorário, em 1967. Passa a publicar Do Caderno H no Caderno de Sábado do Correio do Povo (até 1980).
Em 1968, Quintana é homenageado pela Prefeitura de Alegrete  com  placa de bronze na praça principal da cidade, onde estão palavras do poeta: "Um engano em bronze, um engano eterno".  Falece seu irmão Milton, o mais velho.
1973. Nesse ano o poeta e prosador lançou, pela Editora Globo Coleção Sagitário — o livro Do Caderno H. Nele estão seus pensamentos sobre poesia e literatura, escritos desde os anos 40, selecionados pelo autor.
Em 1975 publica o poema infanto-juvenil Pé de Pilão, co-edição do Instituto Estadual do Livro com a Editora Garatuja, com introdução de Érico Veríssimo. Obtém extraordinária acolhida pelas crianças.
Quintanaresé impresso em 1976, em edição especial, para ser distribuído aos clientes da empresa de publicidade e propaganda MPM. Por ocasião de seus 70 anos, o poeta é alvo de excepcionais homenagens. O Governo do Estado concede-lhe a medalha do Negrinho do Pastoreio — o mais alto galardão estadual. É lançado o seu livro de poemas Apontamentos de História Sobrenatural, pelo Instituto Estadual do Livro e Editora Globo.
A Vaca e o Hipogrifo, segunda seleção de crônicas, é publicado em 1977 pela Editora Garatuja. O autor recebe o Prêmio Pen Club de Poesia Brasileira, pelo seu livro Apontamentos de História Sobrenatural.
Em 1978 falece, aos 83 anos, sua irmã D. Marieta Quintana Leães. Realiza-se o lançamento de Prosa & Verso, antologia para didática, pela Editora Globo. Publica Chew me up slowly, tradução Do Caderno H por Maria da Glória Bordini e Diane Grosklaus para a Editora Globo e Riocell (indústria de papel).
Na Volta da Esquina, coletânea de crônicas que constitui o quarto volume da Coleção RBS, é lançado em 1979, Editora Globo. Objetos Perdidos y Otros Poemas é publicado em Buenos Aires, tradução de Estela dos Santos e organização de Santiago Kovadloff.
Seu novo livro de poemas é publicado pela L&PM Editores - Porto Alegre, em 1980: Esconderijos do Tempo. Recebe, no dia 17 de julho, o Prêmio Machado de Assis conferido pela Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra. Participa, com Cecília Meireles, Henrique Lisboa e Vinicius de Moraes, do sexto volume da coleção didática Para Gostar de Ler, Editora Ática.
Em 1981, participa da Jornada de Literatura Sul Rio-Grandense, uma iniciativa da Universidade de Passo Fundo e Delegacia da Educação do Rio Grande do Sul. Recebe de quase 200 crianças botões de rosa e cravos, em homenagem que lhe é prestada, juntamente com José Guimarães e Deonísio da Silva, pela Câmara de Indústria, Comércio, Agropecuária e Serviços daquela cidade. No Caderno Letras & Livros do Correio do Povo, reinicia a publicação Do Caderno H. Nova Antologia Poética é publicada pela Editora Codecri - Rio de Janeiro.
O autor recebe o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no dia 29 de outubro de 1982.
É publicado, em 1983, o IV volume da coleção Os Melhores Poemas, que homenageia Mario Quintana, uma seleção de Fausto Cunha para a Global Editora - São Paulo. Na III Festa Nacional do disco, em Canela (RS), é lançado um álbum duplo: Antologia Poética de Mario Quintana, pela gravadora Polygram. Publicação de Lili Inventa o Mundo, Editora Mercado Aberto - Porto Alegre, seleção de Mery Weiss de textos publicado em Letras & Livros e outros livros do autor. Por aprovação unânime da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, o prédio do antigo Hotel Magestic (onde o autor viveu por muitos e muitos anos), tombado como patrimônio histórico do Estado em 1982, passa a denominar-se Casa de Cultura Mário Quintana.
Em 1984 ocorrem os lançamentos de Nariz de Vidro, seleção de textos de Mery Weiss, Editora Moderna - São Paulo, e O Sapo Amarelo, Editora Mercado Aberto - Porto Alegre.
O álbum Quintana dos 8 aos 80 é publicado em 1985, fazendo parte do Relatório da Diretoria da empresa SAMRIG, com texto analítico e pesquisa de Tânia Franco Carvalhal, fotos de Liane Neves e ilustrações de Liana Timm.
Ao completar 80 anos, em 1986, é publicada a coletânea 80 Anos de Poesia, organizada por Tânia Carvalhal, Editora Globo. Recebe o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Vale dos Sinos (UNISINOS) e pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Lança Baú de Espantos, pela Editora Globo, uma reunião de 99 poemas inéditos.
Em 1987, são publicados Da Preguiça como Método de Trabalho, Editora Globo, uma coletânea de crônicas publicadas em Do Caderno H, e Preparativos de Viagem, também pela Globo, reflexões do poeta sobre o mundo.
Porta Giratória, pela Editora Globo - Rio de Janeiro, é lançada em 1988, uma reunião de crônicas sobre o cotidiano, o tempo, a infância e a morte.
Em 1989 ocorre o lançamento de A Cor do Invisívelpela Editora Globo - Rio de Janeiro. Recebe o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Campinas (UNICAMP) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É eleito o Príncipe dos Poetas Brasileiros, entre escritores de todo o Brasil.
Velório sem Defunto, poemas inéditos, é lançado pela Mercado Aberto em 1990.
Em 1992, a editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) reedita, em comemoração aos 50 anos de sua primeira publicação, A Rua dos Cataventos.
Poemas inéditos são publicados no primeiro número da Revista Poesia Sempre, da Fundação Biblioteca Nacional/Departamento Nacional do Livro, em 1993. Integra a antologia bilíngüe Marco Sul/Sur - Poesia, publicada Editora Tchê!, que reúne a poesia de brasileiros, uruguaios e argentinos. Seu texto Lili Inventa o Mundo montado para o teatro infantil, por Dilmar Messias. Treze de seus poemas são musicados pelo maestro Gil de Rocca Sales, para o recital de canto Coral Quintanares - apresentado pela Madrigal de Porto Alegre no dia 30 de julho (seu aniversário) na Casa de Cultura Mario Quintana.
Alguns de seus textos são publicados na revista literária Liberté - editada em Montreal, Quebec, Canadá - que dedicou seu 211o número à literatura brasileira (junto com Assis Brasil e Moacyr Scliar), em 1994. Publicação de Sapato Furado, pela editora FTD - antologia de poemas e prosas poéticas, infanto - juvenil. Publicação pelo IEL, de Cantando o Imaginário do Poeta, espetáculo musical apresentado no Teatro Bruno Kiefer pelo Coral da Casa de Cultura Mário Quintana, constituído de poemas  musicados pelo maestro Adroaldo Cauduro, regente do mesmo Coral.
Falece, em Porto Alegre, no dia 5 de maio de 1994, próximo de seus 87 anos, o poeta e escritor Mario Quintana.
Escreveu Quintana:
"Amigos não consultem os relógios quando um dia me for de vossas vidas... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira".
E, brincando com a morte: "A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos".