terça-feira, 22 de abril de 2014

O GUERREIRO DESCANSOU



A vida sem a presença dos amigos seria como o céu sem estrelas. Os amigos ajudam a continuar a jornada. Os amigos são aqueles que em muitas oportunidades nos falam verdades que parecem duras, mas são pontos fundamentais para a correção de rotas. Na quinta-feira (17.04), recebemos a notícia do falecimento, vítima de um AVC (derrame cerebral) do João Batista do Espírito Santo, o Batista como nós o chamávamos e como ele gostava. Depois de morto todos são redimidos até os maus às vezes passam a ser bons. Definir o Batista é simples, um homem sério, amigo leal, despojado de sentimentos pequenos e alguém que como tantos sonhava com uma Campo Bom para todos. Socialista de primeira hora, ajudou a fundar o partido no inicio dos anos 90 juntamente com a educadora Maria do Carmo, ex-vereadora, Naldo e Maria Carvalho, a também educadora Tereza da Luz Nascimento e outros. Eram tempos difíceis onde como dizia o falecido Xóxi: -“Tinha que bater o escanteio e fazer o gol de cabeça”. Nestes tempos bicudos, os integrantes do PSB tinham que cuidar da parte burocrática, fazer campanha, panfletear, reunir nos bairros, construir núcleos e buscar lideranças nas fábricas, escolas, igrejas, associações. Movidos pelos ditames de Miguel Arraes aquele herói enlouquecido de esperança, os campo-bonenses tinham duas mãos e o sentimento do mundo!  O Batista fazia parte deste grupo e com o nosso guerreiro não havia tempo ruim. Ele ocupou cargos dentro do PSB, inclusive presidente, mas gostava mesmo era de estar na base, lá no bairro, nos campos da várzea, nos bares, nas casas, dialogando e levando as pessoas a pensar. Ele sempre questionava: “A saúde está boa para ti em Campo Bom?”; “A questão moradia está boa?”; “O transporte coletivo é eficiente, de qualidade e barato?”;  “O hospital funciona?”  O Batista amava conversar com as pessoas e afirmava para os novos filiados: “Socialista de verdade não fica em casa, campanha se faz de casa em casa, gastando sapatos e  ouvindo as ansiedades das pessoas”. Outro grande sonho do Batista era presenciar a chegada do PSB ao comando do município. Em 2008, todos sentiam após o maior comício da história de Campo Bom com a presença de mais de 10 mil pessoas na Praça, de que a hora chegara, porém entre a quinta-feira e o domingo que antecede a eleição, existem coisas que a nossa vã filosofia desconhece, ou melhor, conhece muito bem. Em cestas básicas não acredito, mas que elas existem, existem... Em 2008 a bola bateu no poste. Acredito que o sonho apenas foi adiado, pois a história é cíclica e os ciclos tem tempo pré determinado e o de Campo Bom está prestes a se exaurir, pois o universo conspira a favor do sonho. Nós precisamos estar preparados, porque o cavalo vai passar encilhado.
O bom humor era outra magnífica característica do Batista, sempre tinha uma piada, uma frase de efeito e um incentivo para o grupo. Na reunião do partido na quinta-feira (10.04) tive o privilégio de na minha fala enaltecer o papel histórico e a importância do Batista que tinha o ombro calejado de carregar a bandeira do PSB. Tive a alegria de elogiar publicamente o trabalho deste guerreiro sonhador e vi lágrimas de seus olhos. Para mim foi a despedida, ou melhor, um até breve ao meu amigo, Batista guerreiro!  A Maria do Carmo que foi a primeira mulher a ser vereadora na cidade e que prestou relevantes serviços à educação, cultura e a política, pois é uma mulher íntegra, ética, séria que também sonha com uma Campo Bom para todos, ela contou uma das tantas histórias envolvendo o Batista. Reunião no apartamento da Maria, na Avenida João XXIII para fundação do PSB de Campo Bom. Várias pessoas, a maioria trabalhadores, líderes comunitários e professores discutiam política, poesia e a vida, regados à bebida mais democrática do mundo, o chimarrão.  A Maria foi até a cozinha apanhar água para o chimarrão e ao retornar notou que a foto de seu filho Beto Silva estava tapada com uma toalha. O Betão é assessor direto do prefeito Luis Lauermann (PT) de Novo Hamburgo. O Beto é um petista histórico, um excelente ser humano e um profissional altamente competente, com trabalho prestado por longos anos a Prefeitura do Recife, agora voltou ao Rio Grande do Sul para auxiliar o prefeito da cidade vizinha. A foto do Beto na estante tapada fez com que a Maria retirasse a toalha. A água do chimarrão terminou e novamente a Maria vai à cozinha e ao retornar a foto tapada outra vez. “Ela então pergunta: quem é que colocou esta tolha sobre a foto do Beto?” Foi aí que o Batista que estava próximo a estante sorrindo, lascou esta pérola que vai para a história de bastidores da política campo-bonense. “Eu tapei a foto do Beto porque ele é do PT e não precisa ficar vendo e ouvindo as conversas do PSB”, arrancando gargalhadas de todos. Na quinta-feira no velório do Batista pude abraçar sua mãezinha e buscar confortá-la e ouvi dela o seguinte testemunho: “O Batista gostava muito de ti. Em março quando  estavas com o gabinete no centro, no dia internacional da mulher? O Batista esteve lá e tu entregou para ele uma petúnia e pediu para levar para mim. Ele trouxe a plantinha e avisou, “olha foi o vereador do nosso partido quem te mandou”. Plantei no meu jardim e está linda. Obrigado por você estar aqui meu filho”, disse-me a progenitora do Batista. 
 Morreu o Batista do Espirito Santo, sepultado em Santa Maria do Butiá ou dos Caboclos próximo ao túmulo de seu pai. Descansou o guerreiro, mas o sonho não acabou, apenas um até breve, quem sabe 2016 ou 2020, mas nós teremos uma Campo Bom para todos e será o dia em que a esperança vai vencer o medo. Agradeço a Deus pelo privilégio de ter conhecido um ser humano da grandeza de um João Batista do Espírito Santo, porque no dia em que o Batista nasceu todos a sua volta sorriram, só ele chorou, porém o guerreiro viveu de tal modo que no dia da sua morte, todos a sua volta choraram, só ele sorriu. Descansa em paz amigo.

sábado, 12 de abril de 2014

SEMANA SANTA

Adventistas do Sétimo Dia organizam programação da Semana Santa com o tema “Nos passos de Jesus, um caminho de esperança.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia (Central de Campo Bom) está preparando uma mega programação alusiva a Semana Santa que lembra o sacrifício, morte e ressurreição do Senhor Jesus. O evento inicia no domingo (13.04), às 19 horas e 30 minutos e prossegue durante toda semana, ou seja, com programação de domingo (13.04) a sexta-feira (18.04) sempre às 19h e 30min. A Semana Santa será marcada por muitos louvor, oração pelas famílias, pelos doentes, pelas autoridades do município, estado e país e pelo batismo diário do Espíirito Santo, bem como a exibição vídeos, distribuição de brindes aos amigos visitantes e a mensagem que mostra os passos de Jesus rumo ao calvário e evidentemente sua reussurreição dentre os mortos. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é a igreja da Rádio e TV Novo Tempo (Canal 56 ou 44 e na Sky 14) e está localizada na Rua 7 de Setembro, 219 atrás do Estadio Sady Schmidt (15 de Novembro) no centro de Campo Bom. A programação é aberta a toda comunidade campo-bonense.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

PEIXE NA CAMA

Este é um filhote de peixe que foi pescado em Terra de Areia. O Jorge vem perseguindo o pai deste filhote..
A vida é feita de episódios inusitados onde vivenciamos momentos mágicos. A amizade é um grande tesouro, conforme relata com sapiência o ex-vice-prefeito Delmar Teixeira de Moraes “Casquinha”, autor do livro A Menina do Rabicó Azul, na vida ter amigos é fundamental e necessário, segundo Casquinha até para morrer é preciso a presença dos amigos, do contrário quem carregaria o caixão?  Amigos são bênçãos dos céus e muitas vezes são anjos disfarçados que estão aqui para nos mostrar o caminho. Outro detalhe: amizade a gente não escolhe, elas surgem, se fortalecem e não é necessário estar sempre junto para ser um grande amigo, mas é certo que quando a gente necessita aquele amigo se faz presente na hora da tribulação. Aqueles com quem sorriste, estes poderás esquecer, mas com quem chorastes, estes jamais esquecerás! E por falar em amigo, quem não lembra do Jorge Bogowsky, exímio impressor da Caeté e depois da Papuesta. Aposentado, o Jorjão deixou os atropelos da cidade e se bandeou para o litoral, vivendo uma vida sossegada e de paz, ouvindo o barulho do mar, meditando e aproveitando o tempo caminhando na beira da praia, pescando, coçando e passando Hipoglós para não assar. Ao amanhecer, Jorge é acordado pelo canto dos sabiás que numa sinfonia harmoniosa inundam o ambiente. O Jorge vive visceralmente aquilo que o filosofo Domenico de Masi apregoa: o ócio criativo. Adepto a alimentação saudável, Jorge planta alface, cenouras, tomates, moraguinho, temperinho, salça, pepino, rúcula e aipim, tudo sem agrotóxico, ou seja, alimentos orgânicos. No início como não conhecia bem o solo, Jorge exagerou no adubo, oriundo de restos de alimentos, folhas que são produzidos numa composteira. O adubo foi tão forte que alguns pés de alface ficaram tão grandes que quando o Jorge estava na horta acocorado, limpando ao redor das alfaces, a Eni o chamava para almoçar, porém não enxergava o mesmo atrás das folhas de alface. A plantação de aipim gerou quase uma multa, pois a força do adubo foi tanta que estava levantando o asfalto da rua onde os Bogowsky residiam. Inicialmente pensaram se tratar de um quebra molas, mas depois constatou-se que nada mais era que uma raiz de aipim. Um dos passatempos prediletos do campo-bonense que vive próximo a Torres é pescar. Exímio pescador tanto na tarrafa como com rede e até com linha Jorge não se aperta. Segundo Ermelindo Gonzatto “Déco”, cunhado do Jorge,  o último peixe que Bogowsky pescou era tão grande que só a foto pesou cinco quilos. Mas dois episódios protagonizados pelo nosso herói Jorge são inéditos e verdadeiros. O primeiro deles aconteceu aqui em Campo Bom. Nas férias Jorge visitando os parente se deslocou até a barranca do Sinos, ali próximo a parte das Bombas da Corsan no Recanto, mais precisamente na Rua João Goulart, onde juntamente com o Ermelindo foram pescar de linha.  Não demorou muito para o grumatã puxar a linha e para surpresa da dupla, o peixe era enorme, mas o estranho era que não pesava muito, mas, no entanto o mesmo apresentava algumas anomalias, pois era enorme, com quase um metro de cumprimento por 70 centímetros de diâmetro. A dupla na barranca do Rio dos Sinos optou por limpar as vísceras do grumatã anômalo, quem sabe fruto da poluição química, mas para surpresa dentro do ventre do peixe havia duas garrafas (litrões pet) de refrigerante. Eles garantem que é verdade.  Outro dia Jorge chegou em Campo Bom e me presenteou com duas tainhas uma de dois quilos e meio e outra de quatro quilos e me contou a boca pequena que quando foi morar no litoral pensou que sua casa fosse mal assombrada. Toda noite a Eni, esposa do Jorge, ouvia barulhos embaixo do assoalho de cabriúva. Um dia Jorge ficou escutando e percebeu que a esposa tinha razão, estrondos tipo: toc...toc.. bum...bum... bum. No outro dia de posse de uma lanterna, espingarda, granada de fabricação caseira, celular e GPS, o super Jorge entrou embaixo da casa, preparado quem sabe para enfrentar uma anaconda, um animal tipo chupa cabra... Para surpresa, o inusitado aconteceu. O campo-bonense  constatou que por baixo de sua residência havia um canal de ligação direta com o mar e que o barulho que ouviam a noite embaixo do quarto, nada mais era que peixes migratórios maiores que se dirigiam quem sabe para a parte mais ao sul do Atlântico e que batiam no assoalho, perturbando o sossego dos Bogowsky.  Como bom campo-bonense, Jorge uniu o útil ao agradável, fez um alçapão no quarto e toda vez que precisa de peixes, abre o alçapão e os peixes pulam em cima de sua cama. Aliás, as duas tainhas presenteadas a este jornalista foram pescadas assim.  E tem gente que ainda não acredita em histórias de pescador.... Que povo incrédulo...!