segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

UM NATAL INESQUECÍVEL.

Corria o ano de 1975 e nós colonos perdidos no asfalto, vivíamos em Campo Bom o período de ouro das exportações de calçados. Viemos da roça em busca de dias melhores movidos pelo sentimento dos retirantes: a esperança. Em Campo Bom após alguns anos a família Wingert conseguiu adquirir a tão sonhada casa própria na Rua Tapajós, no bairro Rio Branco graças ao esforço abnegado do meu irmão Gilberto que trabalhou 45 anos na mesma empresa, a saudosa Fillis Neste bucólico bairro eu e meus sobrinhos vivenciamos os melhores anos de nossas vidas. Vivíamos com extremas dificuldades, mas na beira do fogão a lenha a família estava unida, ouvindo ao anoitecer as histórias contadas pela avó e pelos pais. O rádio nosso companheiro inseparável, onde ouviamos - Sala de Redação, Não diga não ao Sayão na extinta Rádio Itaí e depois na Caiçara (onde a música não para). Aos domingos ouvíamos os grenais narrados pelo Ranzolin na Guaíba ou pelo Haroldo na Gaúcha (hoje o magrão empolga na Rádio Grenal 95,70 FM ou 1.020 AM, aliás, uma emissora que veio para ficar e com estilo diferenciado). Nossa família sempre teve uma tradição colorada, aliás, os Wingert são colorados e os que não são tem que verificar porque talvez não sejam Wingert. Na década de 70 o Inter tinha um dos melhores times do mundo com Falcão, Figueroa, Manga, Flávio, Lula, Valdomiro e outros expoentes. Lembro que os natais em nossa casa sempre eram marcados pelo amor e união da família. Não fazíamos ceia com peru, mas o almoço de natal com bife, salada de maionese e uma “Coca família”, numa garrafa de litro comprada no Bar do seu Moraes era um verdadeiro manjar. Presentes eram raros em função das dificuldades, mas o natal de 1975 foi inesquecível, pois minha vó perguntou o que gostaríamos de ganhar e ouviu de mim e de meus dois sobrinhos (Laone e Everaldo) que queríamos muito uma bola número 5 e eu afirmei que gostaria muito de ganhar do Papai Noel a camisa número 3 do Figueroa, o Laone pediu a número 8 do Caçapava e o Everaldo a número 5 do Falcão. Lembro que minha avó disse que era preciso sonhar e que talvez Papai Noel trouxesse tais presentes. Na véspera de natal na casa dos Wingert o ritual era o mesmo, minha mãe retirava do forno de barro os doces de natal e na mesa da cozinha sentávamos para ajudar a pintá-los. Um prato repleto de merengue e um copo cheio de confeitos tipo chumbinhos coloridos. Minha mãe passava o merengue branquinho com uma colher nos doces e nós polvilhávamos os doces com confeitos coloridos. Para nós eram verdadeiras obras de arte tipo os quadros de Picasso ou Portinari salvo é obvio as devidas proporções. A seguir os doces permaneciam na mesa até o amanhecer para secar. Mas naquele natal observei que minha vó não estava participando do ritual de pintar os doces, foi aí que ouvi um barulho vindo de seu quarto, uma máquina de costura trabalhando. Disfarcei e me esgueirando pelo corredor da casa de madeira na Tapajós, aproximei-me do quarto da Vó Guina e olhando por uma fresta da porta, a vislumbrei junto à máquina de costura manual e sob luz de lamparina a costurar uma camisa. Uma camiseta!!! Meu coração acelerou, pois o número era o 3 e a camisa era vermelha. Fiquei ali aguardando astutamente a velha matriarca virar a camiseta e costurar o distintivo do Sport Club Internacional. Naquele instante descobri que Papai Noel existia sim, e não era só um, eram vários. Papai Noel era o meu pai, minha mãe, meus irmãos mais velhos, minha vó e minha cunhada, pois aqueles presentes eram fruto do sacrifício de cada um deles. Fui dormir feliz porque o natal de 1975 foi o melhor natal de todos os tempos, principalmente porque estávamos todos juntos. No dia seguinte munidos da bola número 5 e das camisetas do Colorado, eu e meu sobrinhos desafiávamos os meninos gremistas do Morro a um embate no campinho próximo a casa. A camiseta do Figueroa, a monumental número 3 tinha um sentido de natal que na verdade é o sentido de amor, esperança, fé e sacrifício de uma família. Dezembro de 1975, um dos melhores natais de todos os tempos!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

UM CASO DE POLÍCIA EM MORUNGAVA

Morungava foi abalada com um caso que parou nas páginas nos periódicos nacionais. O ano de 1975 foi marcado em termos futebolístico com o primeiro título brasileiro do Internacional na decisão no Beira Rio (estádio da Copa 2014), na tarde de 14 de dezembro com o gol iluminado “Capitão Brander, Elias Figueroa, o três do Beira Rio estufa os cordéis da cidadela de Raul e agora tchê as bandeiras estão tremulando, tremulando...” Narração do Magrão Haroldo de Souza,  hoje na super Rádio Grenal, contra o Cruzeiro de Dirceu Lopes, Raul, Piazza, Palhinha, Roberto Batata e Nelinho, já o técnico era Zézé Moreira. O Inter de Rubens Minelli havia eliminado a máquina tricolor “Fluminense” em pleno Maracanã por 2 a 0 com gols de Lula e Carpegiani, um dos gols mais lindos do futebol brasileiro. A Academia do Povo tinha um dos melhores times do mundo com Manga, Claudio, Figueroa, Vacaria, Falcão, Caçapava, Paulo Cesar, Valdomiro Flávio e Lula. Se o Brasil ficou vermelho em 75, depois 76 e em 79 de forma invicta, no Brasil da ditadura militar patrocinada pelos Estados Unidos a coisa estava preta com muitos de nossos irmãos nossos sendo presos, torturados ou mortos nos porões do DOI-CODI sob a chancela do famigerado Paranhos Fleury. O sargento Raymundo um brasileiro que não concordava com o regime apareceu morto, boiando no Guaíba morto por agentes do Dops. Em São Paulo os facínoras golpistas e torturadores mataram Wladimir Herzog, o Wlado jornalista numa sessão de torturas e depois aplicaram que ele se enforcou. Na musica, Chico Buarque canta a Augusto Boal “a coisa aqui está preta” e a Elis Regina sonhava com a volta do irmão do Henfil e tanta gente que sumiu num rabo de foguete.  Em Porto Alegre, os Almôndegas faziam sucesso, bem como, o Hermes Aquino cantava nuvem passageira. Os manos Kleiton e Kledir iniciavam uma trajetória de sucesso e nos altos da Borges, o velho Jairo de Andrade e seu Teatro de Arena era um dos berços da resistência ao tirano regime aqui no Rio Grande do Sul.  A operação Condor que na verdade era um intercâmbio entre as ditaduras da America Latina vigiava Jango e quem sabe preparava aquela pilulazinha mágica para resolver um problema que teriam resolvido em 1976 e quanto a JK  também teria uma solução caseira, um “acidente” também em 1976 (que coincidência) até hoje não explicado tiraria a vida do ex-presidente Juscelino. Mas em Morungava muitos sonhavam com a volta do Brizola e com a democracia plena. A vida na bucólica Morungava corria tranqüila com o comércio vendendo, as vacas dando leite na hora de sempre, o Morungava jogando aos domingos e vencendo a maioria das vezes com os gols do maior atacante de todos os tempos, o grande Sula. Nesta época o único taxista que havia na cidade era ele, quem? Quem poderia ser? Tio Dino com seu opala bordô, quatro portas. Naquele mês a comunidade morungavense estava atônita, pois havia um caso ocorrido no Passo do Hilário, onde supostamente uma Kombi havia capturado duas crianças e retirado o sangue das mesmas. Verdade ou mentira ninguém sabia, naquela época a comunicação era rudimentar. Os vampiros das Kombi eram noticia em todas as cidades do Rio Grande do Sul. Tempos depois em Estância Velha de forma “mágica” um urubu extirpou os dois olhos de um colono que voltava para casa numa estrada vicinal. O Pronto Socorro de Porto Alegre tentou descobrir o urubu para contratá-lo tamanha eficiência cirúrgica do mesmo. O caso não evoluiu e nada foi apurado, mistérios da magia e das forças ocultas? À tardinha as mães precavidas de Morungava recolhiam as crianças cedo. Havia um pânico velado com relação aos vampiros. E não tem nada a ver com o Serra. Uma sexta-feira pela manhã tio Dino atendeu uma passageira que solicitou que o mesmo a levasse até a Rodoviária de Gravataí. O velho Dino que é mais ladino que apostador de carreira ou lagarto espreitando caixa de abelhas, desconfiou da cliente, pois mesmo com calor de quase 30 graus a  referida passageira estava de casaco, chapéu e óculos escuro. Mulher estranha e de poucas palavras. A passageira falando baixo, quase inaudível,  apenas indicou o destino e pediu que tio Dino colocasse uma sacola no porta-malas do Opala. A viagem até Gravataí foi marcada pelo silêncio. O velho Dino escutava o Repórter Esso, diminuiu o volume do rádio e puxou uma conversa sobre um assunto trivial, porém a senhora não deu saída e a viagem seguiu em silêncio. Na frente da Rodoviária de Gravataí a passageira pagou a corrida e solicitou que tio Dino esperasse uns minutos, pois iria ao banheiro e voltaria para pegar a sacola. Passado uns 15 minutos, tio Dino ficou apreensivo, pois a senhora não retornava. O velho Dino a principio pensou que a mulher pudesse ter um passado mal no banheiro. Aguardou 30 minutos e como à senhora não apareceu foi até o banheiro das mulheres e questionou sobre a mesma, para sua surpresa uma mulher que cuidava da limpeza e manutenção do mesmo, confirmou que a passageira descrita esteve no banheiro e foi embora, mostrando a direção. Tio Dino ficou preocupadíssimo, retornou ao Táxi, abriu o porta- malas e observou que ao lado da sacola havia uma enorme mancha vermelha, o que seria? Sangue? Bateu  um pavor no velho Dino que decidiu não abrir a sacola. Precavido como barata que não atravessa galinheiro foi até a Delegacia de Polícia e contou o episódio ao Duarte; inspetor de plantão naquela  fatídica sexta-feira. O policial com olhar desconfiado, remexeu  as gavetas, coçou o queixo e efetuou várias perguntas. Logo após decidiu ir até o opala bordô e solicitou que tio Dino abrisse o porta-malas do táxi.  A sacola branca  estava ali com uma enorme mancha vermelha ao lado e dentro um grande volume. O policial solicitou que tio Dino se afastasse um pouco e encarnando um dos policias da dupla “Starcks e Hutch” avançou em direção a sacola e ao abrir a mesma de forma assustada não escondeu a emoção e a surpresa: “Minha nossa, uma cabeça”, vociferou o policial com os olhos assustados. Tio Dino também preocupado se aproximou passos lentos e comprovou o que o policial havia dito: Uma cabeça!!! E agora? Uma cabeça dentro do carro do velho Dino.... Como a crônica esta ficando muito grande acho que vamos continuar somente em 2014, o que vocês acham? Não vale dizer isso que você esta pensando, minha mãe era uma pessoa boa! O que vocês acham daquele suspense tipo “Quem matou Odete Roytmann?” Quem matou Salomão Ayala? Mas como aqui é a vida real vamos lá: Estava ali na frente do policial e do taxista aquela cabeça e agora? Você está se perguntando seria uma cabeça de homem ou de mulher? Calma como diria Jack um famoso açougueiro de Londres “Vamos por parte”. O caso da cabeça como ficou famoso na região tinha como protagonistas  uma passageira estranha, um taxista, um policial e uma sacola com uma cabeça e uma mancha vermelha, seria sangue? Estava ali tio Dino e o inspetor Duarte pasmos com a tétrica visão de uma sacola semi-aberta e uma cabeça exposta: O cheiro não era dos melhores e moscas começavam a sobrevoar cabeça. Cabeça de gente? De homem ou mulher? Não apenas uma cabeça de repolho! Pode  xingar, pode mandar e-mail, mas não vale enviar palavrão.Nem dizer que não vai mais acessar o Blog. Não esqueçam eu amo vocês meus leitores. Graças a vocês atingimos em 2013 quase 50 mil acessos neste Blog.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

MORRE NELSON MANDELA, ÍCONE DA LUTA PELA IGUALDADE RACIAL

Mandela fará muita falta neste planeta onde impera a corrupção, o ódio e a mentira. O legado
do Madiba serve como combustível para a construção de mundo mais solidário e fraterno.
Madiba pacificou a Africa do Sul, não guardou ódio e se tornou um dos maiores lideres politicos do planeta

O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela morreu aos 95 anos em Pretória, nesta quinta-feira (5), Mandela ficou internado de junho a setembro devido a uma infecção pulmonar. Ele deixou o hospital e estava em casa. Morreu às 20h50, no horário local de Pretória – 16h50 do horário brasileiro de verão.

"Ele partiu, se foi pacificamente na companhia de sua família”, afirmou o presidente Zuma. “Ele descansou, agora está em paz. Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso povo perdeu seu pai.” O funeral de Mandela deve durar 12 dias.

O corpo será enterrado, de acordo com seus desejos, na aldeia de Qunu, localizada na província pobre do Cabo Leste, onde Mandela cresceu. Os restos mortais de três de seus filhos foram sepultados no mesmo lugar, em julho, após ordem judicial.

Conhecido como "Madiba" na África do Sul, Mandela foi considerado um dos maiores heróis da luta dos negros pela igualdade de direitos no país e foi um dos principais responsáveis pelo fim do regime racista do apartheid, vigente entre 1948 e 1993.

Foram quatro internações desde dezembro. Em abril, as últimas imagens divulgadas do ex-presidente mostraram bastante fragilidade – ele foi visto sentado em uma cadeira, com um cobertor sobre as pernas.

Seu rosto não expressava emoção. Em março de 2012, o ex-presidente sul-africano havia sido hospitalizado por 24 horas, e o governo informou, na ocasião, que Mandela tinha sido internado para uma bateria de exames de rotina.

Em dezembro, porém, ele permaneceu 18 dias hospitalizado, em decorrência de uma infecção pulmonar. No fim de março de 2013, passou 10 dias internado, também por uma infecção pulmonar, provavelmente vinculada às sequelas de uma tuberculose que contraiu durante sua prisão.

Sua saúde frágil o impedia de fazer aparições públicas na África do Sul – a última foi durante a Copa do Mundo de 2010, realizada no país. Mas ele continuou recebendo visitantes de grande visibilidade, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton.

Ao todo, Mandela ficou preso durante 27 anos – passou mais 6 anos e 9 meses em uma prisão no subúrbio da Cidade do Cabo, até dezembro de 1988, e pouco mais de dois anos na prisão Victor Verster, entre as cidades de Paarl e Franschhoek. Em 1985, Mandela passou por uma cirurgia de próstata, quando ainda estava preso, e é internado com tuberculose em 1988. Em 2001, foi diagnosticado com câncer de próstata e hospitalizado por problemas respiratórios, sendo liberado dois dias depois.

No dia 11 de fevereiro de 1990, o líder sul-africano foi solto e, em um evento transmitido mundialmente, disse que continuaria lutando pela igualdade racial no país. Em 1993, ganhou o Prêmio Nobel da Paz. No ano seguinte, foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, nas primeiras eleições multirraciais do país.

Mandela é alvo de um grande culto no país, em que sua imagem e citações são onipresentes. Várias avenidas têm seu nome, suas antigas moradias viraram museu e seu rosto aparece em todos os tipos de recordações para turistas.

Biografia
Nelson Mandela nasceu em 18 de julho de 1918, no clã Madiba, no vilarejo de Mvezo, antigo território de Transkei, sudeste da África do Sul. Seu pai, Henry Gadla Mphakanyiswa, era chefe do vilarejo e teve quatro mulheres e 13 filhos – Mandela nasceu da terceira mulher, Nosekeni. Seu nome original era Rolihlahla Mandela.

Após seu pai morrer, em 1927, ele foi acolhido pelo rei da tribo, Jongintaba Dalindyebo. Mandela cursou a escola primária no povoado de Qunu e recebeu o nome Nelson de uma professora, seguindo uma tradição local de dar nomes cristãos às crianças. Conforme as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou a cultura ocidental. Na adolescência, praticou boxe e corrida.

Mandela ingressou na Universidade de Fort Hare, na cidade de Alice, para cursar artes, mas foi expulso por participar de protestos estudantis. Ele completou os estudos na Universidade da África do Sul. Após terminar a faculdade, o rei Jongintaba anunciou que Mandela devia se casar, o que motivou o jovem a fugir e se mudar para Johanesburgo, em 1941.

Na nova cidade, ele trabalhou como segurança de uma mina e começou a se interessar por política. Lá, também conheceu o corretor de imóveis Walter Sisulu, que se tornou seu grande amigo pessoal e mentor no ativismo antiapartheid. Por indicação de Sisulu, Mandela começou a trabalhar como aprendiz em uma firma de advocacia e se inscreveu na faculdade de direito de Witwatersrand.

O jovem então começou a frequentar informalmente as reuniões do Congresso Nacional Africano (CNA), em 1942. Dois anos mais tarde, ele fundou a Liga Jovem do Congresso e se casou com a prima de Walter Sisulu, a enfermeira Evelyn Mase. O casal teve quatro filhos (dois meninos e duas meninas) – uma das garotas morreu ainda na infância.

Em 1948, Mandela se tornou secretário nacional do CNA – no mesmo ano, o Partido Nacional ganhou as eleições do país e começou a implementar a política do apartheid (segregação racial). O estudante conheceu futuros colegas da política na faculdade de direito, mas abandonou o curso em 1948, admitindo ter tido notas baixas – ele chegou a retomar a graduação na Universidade de Londres, mas só se formou em 1989 pela Universidade da África do Sul, quando estava preso.

Em 1951, Mandela se tornou presidente do CNA. Em 1952, abriu com o amigo Oliver Tambo o primeiro escritório de advocacia do país voltado para negros. No mesmo ano, ele foi escolhido líder da campanha de oposição encabeçada pelo CNA e viajou pelo país, em protesto contra seis leis consideradas injustas. Como reação do governo, Mandela e 19 colegas foram presos e sentenciados a 9 meses de trabalho forçado, acusados sob a Lei de Supressão do Comunismo.

O jovem negou ser comunista, embora livros recentes do historiador britânico Stephen Ellis mostrem documentos que indicam que Mandela fez parte do Partido Comunista. Além disso, o CNA tem uma aliança histórica com o partido.

Em 1955, ele ajudou a articular o Congresso do Povo e citava a política pacifista do indiano Mahatma Gandhi como influência. A reunião uniu a oposição e consolidou as ideias antiapartheid em um documento chamado "Carta da Liberdade". No fim do ano, Mandela foi preso juntamente com outros 155 ativistas, em uma série de detenções pelo país – todos foram absolvidos em 1961.

Em 1958, Mandela se divorciou da enfermeira Evelyn Mase e se casou novamente, com a assistente social Nomzamo Winnie Madikizela. Os dois tiveram dois filhos.

Em março de 1960, a polícia matou 69 manifestantes desarmados em um protesto contra o governo em Sharpeville. O Partido Nacional declarou estado de emergência no país e baniu o CNA. Em 1961, Mandela se tornou líder da guerrilha Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação), após ser absolvido no processo da prisão de 1955. Logo após a absolvição, ele e colegas passaram a trabalhar de maneira escondida para planejar uma greve geral no país.

Mandela deixou o país ilegalmente em 1962, usando o nome de David Motsamayi, para viajar pela África para receber treinamento militar. Ele ainda visitou a Inglaterra, o Marrocos e a Etiópia, e foi preso ao voltar, em agosto do mesmo ano. De acordo com o jornal inglês "Telegraph", a organização perdeu o ideal de protestos não letais com o tempo e matou pelo menos 63 pessoas em bombardeios nos 20 anos seguintes.

Mandela foi acusado de deixar a África do Sul ilegalmente e incentivar greves, sendo condenado a cinco anos de prisão. A pena foi cumprida inicialmente na prisão de Pretória. Em março de 1963, ele foi transferido à Ilha Robben, voltando a Pretória em junho. Um mês depois, diversos companheiros de partido foram presos.       

Mandela e outras nove pessoas foram julgados por sabotagem, naquele que ficou conhecido como Julgamento Rivonia, ocorrido entre 1963 e 1964. Sob o risco de ser condenado à pena de morte, Mandela fez um discurso à corte que foi imortalizado.

“Lutei contra a dominação branca, e lutei contra a dominação negra. Cultivei o ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas em harmonia e com oportunidades iguais. Esse é um ideal pelo qual eu espero viver e alcançar. Mas, se for necessário, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer”, afirmou.

Em 1964, Mandela e outros sete colegas foram condenados por sabotagem e sentenciados à prisão perpétua. Um deles, Denis Goldberg, foi preso em Pretória por ser branco. Os outros foram levados para a Ilha Robben, que após a libertação de Mandela acabou virando um ponto turístico.

27 anos de prisão
Mandela passou 18 anos detido na ilha Robben, na costa da Cidade do Cabo, e nove na Prisão Pollsmoor, no subúrbio da Cidade do Cabo – a transferência ocorreu em 1982. Enquanto esteve preso, Mandela perdeu sua mãe, que morreu em 1968, e seu filho mais velho, morto em 1969. Ele não foi autorizado a participar dos funerais.

Durante o período em que ficou preso, sua reputação como líder negro cresceu e sedimentou a imagem de liderança do movimento antiapartheid. A partir de 1985, ele iniciou o diálogo sobre sua libertação com o Partido Nacional, que exigia que ele não voltasse à luta armada. Nesse ano, Mandela passou por uma cirurgia na próstata e, ao voltar para a prisão, passou a ser mantido em uma cela sozinho.

Em 1988, Mandela passou por um tratamento contra tuberculose e foi transferido para uma casa na Prisão Victor Verster, entre as cidades de Paarl e Franschhoek. Em 2 de fevereiro de 1990, o presidente sul-africano Frederik Willem de Klerk restituiu o CNA. No dia 11 de fevereiro de 1990, Mandela foi solto e, em um evento transmitido mundialmente, disse que continuaria lutando pela igualdade racial no país.

Prêmio Nobel e presidência
Em 1991, Mandela foi eleito novamente presidente do CNA. Ele e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz em 1993, por seus esforços para trazer a paz ao país.

Mandela encabeçou uma série de articulações políticas que culminaram nas primeiras eleições democráticas e multirraciais da África do Sul, em 27 de abril de 1994.

O CNA ganhou com 62% dos votos, enquanto o Partido Nacional teve 20%. Com o resultado, Mandela tornou-se o primeiro líder negro do país e também o mais velho, com 75 anos. Ele tomou posse em 10 de maio de 1994. A gestão do presidente foi marcada por políticas antiapartheid, reformas sociais e na área da saúde.

Em 1996, Mandela se divorciou de Nomzamo Winnie Madikizela, por divergências políticas que se tornaram públicas. Em 1998, no dia de seu 80º aniversário, ele se casou com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano.

Em 1999, não se candidatou à reeleição e se aposentou da carreira política. Desde então, passou boa parte do tempo em sua casa no vilarejo de Qunu, onde cresceu.

Em 2001, Mandela foi diagnosticado com câncer de próstata e hospitalizado por problemas respiratórios, sendo liberado dois dias depois.

Causas sociais
Após o fim da carreira política, o ex-presidente sul-africano se voltou para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Participou de uma campanha de arrecadação de fundos para combater a Aids que tinha como símbolo o número 46664, que o identificava quando esteve preso.

Em 2008, a comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows em Londres, que contou com a presença de artistas e celebridades engajadas na campanha. Uma estátua de Mandela foi erguida na Praça do Parlamento, na capital inglesa.

Em novembro de 2009, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que o dia de seu aniversário seria celebrado em todo o mundo como Dia Internacional de Mandela, iniciativa para estimular todos os cidadãos a dedicar 67 minutos – 1 minuto por ano – a causas sociais.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Alô amigos e amigas, fiéis leitores deste Blog preferido por pessoas inteligentes e de bom gosto. Pois esta semana a gente está convidando vocês a darem uma “espiada” em um jornal de prestação de contas que confeccionamos e está sendo distribuido em todos os bairros da cidade, no comércio e nas empresas. É um relato de todo o nosso trabalho desenvolvido no ano de 2013; no primeiro ano de mandato. Você poderá acompanhar clicando no link abaixo e visualizar cada matéria. O jornal do trabalho esmerado e profissional de nosso colaborador, Cláudio Cunha. A todos uma boa leitura e não esqueça: somos anjos de uma asa só, precisamos nos encostar uns nos outros para voar! Um abraço fraternal, Jair Wingert; jornalista e vereador.
 
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