segunda-feira, 24 de junho de 2013

TIO DINO: O MOCOTÓ QUE ENGARRAFA A RS 020

Veja o que é estudo, tio Dino é marqueteiro mesmo. Dá só uma olhada na chamada para o mocotó.
Pois não é que o telefone celular toca e do outro lado da linha Arcedino Nunes, popular tio Dino mais apavorado que sapo em cancha de bocha, pedindo conselhos para o sobrinho preferido. Tio Dino agora  depois de  82 anos de labuta resolveu voltar a ativa e deixou o sítio, adquirindo um bolicho ali na beira da RS 020, aquela que liga Taquara a Porto Alegre. Bem na entrada do Morungava o velho Dino oferece comida caseira, pinhão cozido, assado, lenha de nó pinho, quentão (só escondido), pastel, o famoso chicho ou “espetinho de gato”, além é óbvio do café  passado na hora, ovo cortido, rosca com nata, pão de milho, chimia, refrigerante, broa de polvilho e as deliciosas ambrosias em vidro de nescafé, produção Made in tia Miúda. Outra especialidade é o famoso Mocotó (eu particularmente não sou muito chegado, porque vai carne suína). Segundo o velho Dino o mocotó em sexta-feira a noite chega a dar congestionamento na RS 020 e se pela manhã na Rádio Gaúcha, o Macedo fala do congestionamento na BR 116, as sextas-feiras  chega a ter 35 quilômetros de congestionamento na 020, tudo em função da procura ao mocotó do Dino velho de guerra. Em Taquara o trânsito tranca alí nas proximidades do Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (IACS). E para provar que está investindo pesado em marketing, me mandou uma foto da publicidade que faz de seu mocotó alegando: “Propaganda é a alma do negócio meu sobrinho e dento do foco de marketing de agressividade, bolei este anúncio que tem feito o maior sucesso por aqui” (Dá uma olhada na foto). Agora com a crise do leite, tio Dino está fazendo um estudo cientifico lá no sitio está dando diariamente duas latas de Nescau para a  barrosa, o objetivo é ver se a vaca consegue dar leite achocolatado. “Se der certo tamo rico guri e ai tu larga este negócio de política ai por Campo Bom e vou te pagar uns 8 mil por mês para tu ser meu assessor de imprensa”,  informa tio Dino mais faceiro que gordo de camisa nova.

“Gente da cidade grande é grossa barbaridade”

Já escrevi que toda a produção do sítio do velho Dino aí na Morungava era vendido em Porto Alegre na Ceasa, mas o velho Dino também tinha um cliente forte que comprava toda produção do queijo confeccionado com leite de cabra. O cliente era um hotel alí próximo a Coronel Vicente e a Alberto Bins na capital. Tio Dino dirigia sempre em alta velocidade e quando jovem não respeitava muito, aliás, gostava de uma encrenca. E não é que um guarda de trânsito pára o velho Dino por excesso de velocidade: - Posso ver a sua carteira de habilitação?” pergunta o guarda. Tio Dino mais esperto que cigano vendendo panela disse de pronto: - Não tenho. Foi suspensa na última vez em que fui processado!"O guarda argumenta:  - Muito bem! Então posso ver o registro de propriedade do veículo? O velho Dino mais sério que nenê cagado aplica:  “O carro não é meu... Eu roubei!” O guarda já assustado destaca: “ O carro é roubado?” “Sim, é roubado! Mas espere! Acho que vi o registro de propriedade no porta-luvas quando fui guardar o meu 38...” observou tio Dino fazendo cara mau. O guarda deu um grito: “O quê? Tem uma arma no porta-luvas?” questiona o guarda que na época não era chamado de azulzinho: “Sim... Eu guardei lá depois de matar a dona do carro e jogar o corpo dela no porta-malas!”, informa tio Dino ao apavorada guarda que retruca: “Não acredito! Tem um corpo no porta-malas?” “Sim senhor...”Ao ouvir isto, o agente chama imediatamente o seu superior, que começa o interrogatório:”Senhor, posso ver a sua carteira de habilitação?”, pergunta o chefe. “Claro, aqui está ela!”, observa tio Dino.
Apreensivo, o policial examina o documento e vê que tudo está em ordem!
“A quem pertence este veículo?” - prossegue ele.
“É meu, seu guarda. Aqui está o registro de propriedade - diz o velho morungavense entregando o outro documento ao policial, que checa e constata que realmente o veículo pertence ao condutor; Arcedino Vieira Nunes.
“O senhor faria o favor de abrir lentamente o seu porta-luvas?”, pergunta o chefe.
- Sim senhor - diz o tio Dino, tranqüilamente, mostrando que o porta-luvas estava vazio. “Agora quero ver o porta-malas” - diz o oficial, confuso.
O tio Dino sai do carro e abre o porta-malas, mostrando que lá não havia corpo algum. Perplexo, o policial exclama:
“Não compreendo... O meu agente me disse que você não tinha carteira de habilitação, o seu carro era roubado, tinha uma arma no porta-luvas e um corpo no porta-malas...”  “Ah, claro. E aposto que o mentiroso também lhe disse que eu andava em excesso de velocidade, não é?”, questiona tio Dino que foi liberado e quando andou uns dois quarteirões, olhou no painel para a foto da tia Miúda filosofou: é Miúda velha, esta gente da cidade grande é grossa uma barbaridade. Morungavense que se preze conhece o cego dormindo, o rengo sentado e a cabeça que tem piolho.

100% Morungava- Tem que ter concurso!