sábado, 14 de julho de 2012

TIO DINO E OS PEIXES EM ÁRVORES

Tio Dino mata a cobra, ou melhor, pesca o peixe, ou melhor... sei lá. Mas na lagoa dos Schreiber em 1978, a foto prova, tio Dino fisgou um táxi.
Em Morungava no mês de julho  costuma chover muito como em toda região e a Lagoa dos Schreiber normalmente  enche bastante. Naquela ocasião estava tio Dino e  seu parceiro de pescaria seu  Artidor. Os dois Estevam na barranca desde cedo, esperando pelas grumatãs, mas, já era perto das 14 horas, e nada das danadas. Foi quando tio Dino teve a feliz idéia de convidar o Artidor para entrar em uma lagoa ali  e tentar capturar algumas trairas para salvar a pescaria. Ele aceitou na hora, mas ao chegar à entrada da lagoa, devido aos muitos aguapés ali existentes, não conseguiram  passar com o caíco. Então, resolveram amarrá-lo no barranco, apanharam varas, algumas artificiais matadeiras e lá foram em direção à lagoa. No trajeto, andando com bastante dificuldade por causa do  lamaçal ainda existente, ouviram um barulho que vinha da direção de  uma enorme figueira; novamente o barulho se repetiu, como se fosse algo se debatendo na água; então aguçaram o ouvido, quando o Artidor falou baixinho: “Dino acho que é uma capivara”, no que Dino respondeu: “Não, não é não! Deve ser um jacaré”. Mas ao se aproximar mais da figueira, cujas raízes estavam  à mostra, constatamos tratar-se de um peixe que estava atolado em um buraco de tatu, em meio às raízes, com apenas o rabo de fora, se debatendo. Puxaram o peixe para fora, e, para surpresa, era um pintado de aproximadamente uns 8 quilos. Mas a surpresa não parou aí: ouviram novamente barulhos idênticos ao redor da figueira, quando o Artidor deu a volta e já gritou para o tio Dino: “Dino, você não acredita, aqui cada buraco tem peixe!”. Resumindo: tiveram que fazer várias viagens para transportar os peixes até o barco.  Eles Confessam  que, de todas as pescarias que fizeram essa foi a mais fácil e produtiva, a não ser aquela em que um dourado de 15 quilos saltou, e caiu dentro do barco, mas essa eu conto  em outra ocasião.

Um  peixe de 100kg
Ancelmo voltava de uma  pescaria, contando que tinha pegado um peixe de 100kg numa lagoa do banhado do Chico Lumã, já o tio Dino falou que tinha pegado uma lamparina acesa dentro da mesma lagoa. O Ancelmo falou:
- Como compadre uma lamparina acesa?
E o tio Dino de bate pronto lascou:  Ancelmo diminui o tamanho do peixe que eu apago a lamparina!!!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A AMÉRICA É CONQUISTADA POR UM "BANDO DE LOUCOS"

Corinthians um time politicamente correto: em plena ditadura a fiel mostrava engajamento político.
Nasci num lar epidermicamente futebolístico, filho menor de uma família de pessoas felizes todos colorado; Judeus/alemães. Anos 70 e uma pilha de títulos e um dos melhores times do mundo com Figueroa, Falcão, Manga, Lula, Carpegiani e Cia. ltda. A primeira palavra que disse foi “gol do Colorado”.  Ou seja desde tenra idade me tornei colorado.  Na verdade torço para o Inter, Oriente (Campo Bom), Brasil de Pelotas (Xavante) e Corinthians.  Mas explicar esta paixão pelo Corinthians? Sei que muitos gaúchos não gostam do timão por várias circunstâncias as quais respeito. Aprendi a gostar do “Corintia”  a partir de  13 de outubro de 1977 com a quebra do jejum com o gol histórico do Basílio contra a Ponte Preta. Depois veio o grande time com: Sócrates, Zenon, Vladimir, Palhinha, Casagrande, Biro Biro e tantos outros. Não esqueço anos 80 e este escriba envolvido no movimento estudantil na  busca do processo de democratização do pais. Veio então o Movimento das Diretas Já e aí os atletas do Corinthians liderados pelo Dr. Sócrates foram para os palanques dizer: “Eu quero votar para Presidente”. Todo time tem uma torcida, com o Corinthians é diferente, a torcida tem um time.  Em plena ditadura a nação corintiana  desfraldou uma faixa “Anistia ampla e irrestrita”. Outro fator quando o “Bando de loucos” começa a cantar e o Pacaembú  ruge, os adversários sentem o  “puaço”. Tentar explicar a paixão da fiel não é fácil.

Democracia Corintiana
Após uma pífia campanha no Brasileirão de 1981, Vicente Matheus deixa a presidência, após o vencimento de seu mandato, assumindo Waldemar Pires. Após a posse de Pires é nomeado Diretor de Futebol o sociólogo Adilson Monteiro Alves, que adotou como política de gestão a participação ativa dos jogadores. Nasce a Democracia Corintiana, um sistema de autogestão, ou auto-organização, onde os jogadores, comissão técnica e diretoria decidiam os rumos do departamento de futebol pelo voto direto. Contratações, demissões, escalação, concentração, enfim, tudo era decidido pelos trabalhadores, um homem, um voto, do presidente ao roupeiro todos os votos tinham o mesmo peso nas decisões. Em plena Ditadura Militar, o time do povo, com a maior torcida do país, começa a discutir política e por em debate o porquê de uma ditadura, utilizando o futebol, caracterizado pelo conservadorismo até os dias de hoje.
Outro ponto não menos relevante, foi a desmistificação da dependência direta dos patrocínios de camisa, durante a democracia as camisas carregavam dizeres políticos como “diretas já” ou “eu quero votar para presidente”, trazendo para o futebol a consciência política que já se desenvolvia há anos em outros setores da sociedade ligados a diversos movimentos sociais durante a ditadura militar brasileira.

Tite: um gaúcho vencedor
O Coringão tem profunda ligações com o Rio Grande do Sul. Em 1977 Osvaldo Brandão; gaúcho de Taquara deu o título após um jejum de mais de vinte anos sem taça no Parque São Jorge. Mano Menezes; gaúcho com passagem pelo 15 de Campo Bom tirou o Coringão da segundona e deu o título. Agora Adenor Bach (Fala demais) este gaúcho que está fazendo escola, mostrando que é possível vencer com um time comum, com disciplina tática e marcação.  Tite além de ter o time na mão provou que o coletivo pode sobrepujar a individualidade. Um time comum que marca  como se fosse  alguém que faz três dias que não almoça. Uma equipe que assimilou a mística da República Popular Corintiana Um time de operários que venceu.   O Corinthians é o único time do Brasil que marca a saída de bola. Tite tem o time na mão e tem Alex um predestinado que aprendeu a ser vencedor no Internacional, onde conquistou a Libertadores – 2006, o Mundial 2006, a Recopa 2007, o gauchão 2008 e a Sul-Americana 2008. O Coringão é campeão da America, ou seja, o Bando de Loucos acabou de conquistar a America, daqui para frente tudo que vier é lucro. Em dezembro o Japão vai tremer!.
Tite: mais um gaúcho na vida do timão; campeão da Libertadores 2012, rumo ao mundial de clubes no Japão.