quarta-feira, 25 de abril de 2012

O AMIGO

A amizade é uma das coisas mais importantes na vida, o ex-vice-prefeito e ex-vereador Delmar Teixeira de Moraes “Casquinha”, até para morrer é preciso dos amigos, pois do contrário quem carregará o caixão? Os amigos, aqueles que te são leais estes são anjos disfarçados que o criador enviou para iluminar nossos dias com suas presenças. Não são muitos, quem sabe não encham uma mão, mas são amigos. E amizade independe da distância.  Nas minhas muitas lembranças das férias que passava no sitio do tio Dino lá em Morungava, onde tomava banho na lagoa dos Schreiber, assistia as partidas do Morungava encostado do para-peito e quando terminava o primeiro tempo, tio Dino trazia uma sódinha cassel ou uma água da pedra; refrigerante de laranja produzido no Riozinho, acompanhando o refri sempre vinha um pastel ou o cachorro quente. Aos domingos era certo ou estávamos no campo do Morungava ou na cancha de carreira. A noitinha seguíamos para casa e a tia Miúda já esperava com o chimarrão pronto, depois um café daqueles, repleto de iguarias – pão, nata, ambrosia, salame, pedaços de carne assadas no forno, merengue, café, leite, queijo. Durante o dia corríamos pelo campo eu e meus primos, pagávamos carona na carroça carregada de pasto conduzida pelo tio Gomerço; negro velho, lenço vermelho maragato que morava lá por aquelas paragens. Andávamos a cavalo no lombo do bainho, cavalo mansinho e trote tranqüilo. À noite os empregados do tio Dino ficavam no galpão, mateando, contando causos de assombração, falando de política e da volta do Brizola. Numa destas noites o céu avermelhado e os prenúncios da chegada do inverno, com um ventito vindo da praia, me encostei próximo ao meu tio e ouvi dele uma história interessante que mostra o quanto a fidelidade entre os amigos é algo elogiável. Tio Dino após fazer a cuia roncar, encheu o mate e passou a cuia para o negro Osório um dos melhores esquiladores da região. Tio Dino contou que lá pelos anos 50 trabalhou numa Churrascaria em São Paulo onde durante meio ano, descobriu que não podia viver longe de Morungava e  sobretudo do Rio Grande. Nesta Churrascaria “Recanto Gaúcho”, Arcedino se tornou amigo de um mineiro chamado Laerte. Ambos ajudavam como garçom e também como assador. Numa sexta-feira tio Dino estava de folga, porém Laerte pediu um favor para o amigo, ou seja, em função de um encontro que teria com uma garota que trabalhava numa casa de família na tal de Avenida Angélica, o mineiro queria que o tio Dino tirasse a folga dele. Tio Dino que é não é enjeitar parada e sabe que rapadura é doce, mas é dura, ficou cismado uma vez que na sexta-feira era o dia de dois irmãos  mudos jantar na churrascaria. Os dois eram riquíssimos e toda sexta-feira jantavam na Recanto Gaúcho, mas o garçom preferido deles era o mineiro Laerte que conhecia suas manias. O mineiro disse para o tio Dino: “Não tem mistério com os dois mudos, eles chegam e  com a mão eles fazem um gesto de faixa e aí é só trazer uma cerveja Antarctica, isso eles fazem umas cinco vezes, depois eles com as mãos fazem o gesto de um espeto sendo virado é só começar o rodízio. Após o jantar eles fazem o gesto da faixa umas três vezes, e é só trazer as Antárticas. Ali pelas 23 horas eles tomam um cafezinho, fazem o sinal de rachar e é só trazer a conta dividida. Não tem mistério”, disse o mineiro que ainda trouxe um alivio ao tio ao dizer: “Vou deixar o telefone da casa da garota que é minha namorada. Se precisar é só ligar” Amigo que é amigo não deixa o outro empenhado.  Chega sexta-feira, 19 horas adentram na churrascaria os dois mudos, sentam no lugar de sempre. Tio Dino os cumprimenta e eles já foram pedindo “a faixa”. Cerveja servida e o ritual se repete em seis oportunidades. Por volta das 20 horas, eles pedem o espeto corrido. Tudo estava transcorrendo como o mineiro havia dito. Depois do jantar os dois irmãos fizeram o gesto da faixa atravessada no peito e tio Dino serviu a Antarctica, uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove e depois da décima segunda cerveja, os dois olhavam um para outro, erguiam a cabeça para o alto e levantavam as mãos. A cena mais parecia duas galinhas bebendo água, erguendo a cabeça  e olhando para o céu, já viu isso?  E aquilo prosseguia deixando tio Dino desesperado. “O que será que eles querem agora? Por que não pedem a conta e vão embora?”. Como eles não paravam e já era quase duas horas da manhã, tio Dino não conseguindo decifrar o que os dois queriam resolve ligar para Laerte e perguntar. O telefone toca e na casa da namorada, Laerte ouve tudo e não contém o riso, porém tio Dino já bravo resmunga. “O mineiro duma figa, o que estes loucos querem? Eles já estão quase duas horas, olhando para o céu igual duas galinhas. O que eles estão fazendo? ”, pergunta. Laerte ainda rindo, diz: “Ah eu esqueci de te dizer, as vezes eles estão muito românticos e começam a cantar, ai tem que ter paciência porque isso vai até o dia amanhecer”, avisa o mineiro que vai logo desligando o telefone para não ouvir os impropérios do tio Dino. Tem que ter concurso – 100% Morungava.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

NESTLÉ: SATISFAÇÃO TOTAL DO CLIENTE.

Tenho buscado a qualificação através de cursos, seminários e simpósios com relação à área de motivação e gestão empresarial. Minha dedicação é tanta e os convites para palestras nesta área como na parte humorística com o Gaudério de Morungava é tanta que por momentos vivo um dilema – Ser ou não ser? Às vezes penso em apenas dedicar-me a esta área de palestras e olha que os convites estão vindo inclusive de fora do Estado para realizar eventos. Sou um apaixonado pela motivação, pela formação de equipe vencedoras, tanto no comércio, como no esporte, ou nas indústrias a diferença são as equipes. Não tem coisa melhor que você chegar numa loja e ser bem atendido. Colaboradores felizes, proativos que expressam no olhar a alegria contagiante e que são motivados, são cartões postais de sucesso. O contrário também acontece quer ver: recentemente num domingo a tarde chegamos a um supermercado aqui em Campo Bom para comprar pão, olha o atendimento não foi ruim em termos de educação só que os atendente não sabiam nada. Você perguntava onde ficava a água mineral gelada, ninguém sabia, até que depois de muito tempo, um terceiro atendente informou que não havia mineral gelada, ou seja, este grupo de pessoas carece de treinamento. Admiro empresas e grupos que apostam em treinamento, motivação e a busca de soluções para ampliar vendas, resolver problemas e melhorar a gestão. As pessoas são a razão de existir de qualquer empresa, porém é preciso que esta visão venha de cima para baixo. Se o diretor, o gerente, a equipe de ponta não abraçar, pode até se iniciar, porém nada acontece. A pior coisa que existe numa corporação são as pessoas furadoras de balões. O furador de balão é aquele camarada que diz: “Isso aí a gente já tentou... Não dá certo” ou “Este negócio não vai funcionar, isso só funciona em empresas grandes” “Este negócio de alegria no atendimento do cliente funciona só em livros” E assim por diante, Você conhece algum furador de balão aí na sua empresa ou comércio? Existem exemplos de empresas que são o que são porque tem visão de mercado e investem na excelência dos serviços e na satisfação total dos clientes, bem como, em  publicidade. Na Páscoa comprei  duas caixas de chocolates (Nestlé) em um mercado aqui da cidade, sim porque, sempre que possível (99,9%), compro em Campo Bom por apostar em nosso comércio e também sei que comprar aqui vai resultar em mais impostos que vão beneficiar minha comunidade. Domingo abrimos os bombons de uma das caixas e para minha surpresa os mesmos estavam esbranquiçados e alguns amassados. Segunda-feira fiz um teste liguei ao Serviço Nestlé ao Consumidor, o número consta na caixa de chocolates. O serviço é 0800 não custa nada e bem ao contrário de algumas empresas de distribuição de energia elétrica, telefonia, bancos, operadoras de cartão de crédito onde eles colocam uma música chata e tu fica... fica... fica... Cansa e desliga. O Serviço Nestlé ao Consumidor foi rápido e fui atendido de forma humanizada, educada e resolutiva por parte de uma atendente de nome Antonia que me prestou todas as informações e ainda explicou-me que o problema poderia ter ocorrido no transporte e armazenamento dos chocolates, uma vez que o controle de qualidade da empresa que existe desde 1866 é extremamente rígido. Na verdade expliquei que a ligação era com intuito de informar e que não estava satisfeito, mas no fundo queria sentir como a Nestlé lidaria com minha reclamação. E não é que após as desculpas, a Antonia solicitou meus dados, nome, endereço, e-mail, telefone e me disse: “A Nestlé vai encaminhar via Sedex até sua residência uma caixa de chocolates sem custo algum para o senhor e pedimos desculpas pelo ocorrido”. Agradeci e fiquei no aguardo e não é que três dias depois, o Correio me entregou no portão de casa via Sedex uma caixa de chocolate da Nestlé e uma correspondência informando que a minha opinião e a minha reclamação era muito importante para eles e reiteravam os pedidos de desculpas. E aí fiquei a pensar: é por esta e outras que a Nestlé é a Nestlé. Eles souberam cativar o cliente, resolver meu problema e ainda me transformaram em um defensor e divulgador da Nestlé. Para mim, por exemplo, chocolate é Nestlé. Por quê? Pelo simples fato deles saberem encantar o cliente e possibilitar a mim a satisfação total. Parabéns Nestlé e que o exemplo sirva de reflexão para todos nós. Vender produtos, roupa, alimentos, carros, artigos esportivos, muitos vendem, o detalhe que faz a diferença é encantar o cliente.   

Palestras Motivacionais
Sua empresa, escola, clube, loja, revenda deseja ampliar as vendas? Nós temos a solução. Palestras, seminários, simpósios, bem como, pesquisa de avaliação, pesquisa e a formação de equipes vencedoras. Ou se desejar rir a vontade poderá contratar o Gaudério de Morungava. Maiores informações podem ser obtidas pelo e-mail: jwingert@ig.com.br ou jairwingert@gmail.com – Entre em contato conosco.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

TIO DINO NO UROLOGISTA

Sempre perguntam, quando a gente chega a uma consulta, a razão da sua visita e
você tem que responder, diante de todos, as perguntas que lhe fazem, o que às vezes é muito desagradável. Não há nada pior que uma recepcionista que te pede para dizer o que está se passando contigo numa sala de espera cheia de pacientes. Tia Miúda me ligou indignada com o que o meu querido tio fez  numa consulta médica. Como homem não vai a médico, sempre são as mulheres que marcam a consulta, tia Miúda depois das muitas queixas do esposo que vivia reclamando de ardência ao urinar, marcou uma consulta no Dr. Libório Pinto especialista em urologia. Muito contrariado, tio Dino fiasquento e mais bravo que marimbondo chegou ao consultório e se aproximou da recepcionista pouco simpática e prendeu um grito daqueles marca touro: “Bom dia, senhorita!” A recepcionista responde: “Bom dia, seu Dino, o que o senhor está sentindo? Por que quer ver o Doutor seu Dino?” “Tenho um problema com o meu aparelho urinário”, respondeu tio Dino dando uma de erudito. Como alguns dos presentes riram, a recepcionista se irritou e foi logo dizendo: “O senhor seu Dino não deveria dizer coisas como estas diante das pessoas” Tio Dino  levou uns quatro beliscões da tia Miúda, mas ficou ainda mais encanzinado e perguntou: “Por que não? Você me perguntou o que eu estava sentindo e eu respondi guria” A recepcionista sem jeito disse: “Poderia ter sido mais dissimulado e dizer por exemplo que teria uma irritação no ouvido e vim discutir o real problema com o Doutor, mais tarde e em particular”. O velho Dino foi ficando bravo, mas manteve a postura e respondeu: “E você não deveria fazer perguntas diante de estranhos, se a resposta pode incomodar”. Então tio Dino saiu do consultório e retornou, sorriu e entrou e disse: “ Bom dia Senhorita!” A recepcionista sorriu meio sem jeito e perguntou: “Sim???" Tio Dino olhou bem no grão dos olhos da guria e disse: “Tenho problemas com meu ouvido" A recepcionista assentiu e sorriu, vendo que o tio havia seguido seu conselho e voltou a me perguntar: “E o que acontece com o seu ouvido, seu Dino?   Tio Dino com olhar aquilineo não perde tempo "Arde quando eu faço xixi"  Tem que ter concurso – 100% Morungava!

terça-feira, 10 de abril de 2012

CENTRO DE TRADIÇÕES ARCEDINO NUNES “TIO DINO”

Tio Dino enviou uma foto de parte (25%) da preparação do churrasco de inauguração do Centro de Tradições
Mas ala puxa tchê, pois não é que o tio Dino agora resolveu criar um Centro de Tradições Arcedino Nunes, mas bah... No auge dos seus 87 anos, o índio tá virado num touro (....). Agora que aprendeu a lidar na internet está usando o e-mail e o MSN para convidar os amigos para se associar na entidade e para participar das tertúlias com janta. Sábado de noite, carne de panela com aipim, salada e depois o fandangaço. Agora o tio como patrão ajeitou a segurança em função dos entreveros. Mandou pintar uma placa e colocar em cima do palco “Proibido atirar nos músicos”. No pátio do sítio, onde funciona o tal Centro de Tradições também foi construído uma cancha de carreira. Nas carreiras até sonrisal embaixo da língua dos cavalos eles colocam para dar a impressão que o bicho está dopado ou louco. O sujeito vê aquela espuma na boca do bicho e não aposta. Tio Dino me mandou um e-mail reclamando que não fui à inauguração do seu salão. Na cozinha tia Miúda se esmera com suas guloseimas. Café com cuca, lingüiça, carne de panela, pinhão na chapa, sopa para quem gosta e agora no inverno vai ter até sopão e 18 tipos de salada, principalmente rabanete curtido. Imagina o sujeito come tudo aquilo e depois sai a bailar. Já avisei o tio Dino: não deixa ninguém fumar dentro do salão sob pena de explodir o ambiente e ter gaudério sendo arremessado lá no Mato Fino. O tio Dino sempre modesto e sem fazer alarde me comunicou que na inauguração vieram apenas 4 mil pessoas. A mesa de jantar que ele mandou construir tem 400 lugares! Acha grande? Mas são 400 lugares de um lado, mais 400 lugares do outro lado e 150 em cada cabeceira num total de 1.100 pessoas na mesa. A tia Miúda  teve que mandar vim de Gravataí, Cachoeirinha e Alvorada 70 motoboy para servir a janta, sim, porque com garçom não dava, quando servia de um lado, no outro lado a comida já estava fria. De moto foi mais fácil. O baile de inauguração lotou, pensa bem, 4 mil pessoas dançando. O movimento era tanto que os músicos tocaram pelo lado de fora do salão. Abriram as janelas, aquelas tipo tampão e por ali colocaram os instrumentos e mandaram brasa. Seu Lautério bailava com sinhá Graciana e lá pelas duas da madrugada teve um infarto daqueles fulminantes, pois não é que segundo tio Dino como seu Lautério estava no meio do salão só caiu morto às 5 horas da manhã quando esvaziou o salão. Arcedino Nunes está mais faceiro que mosca em tampa de xarope com o novo empreendimento. Tem que ter concurso - 100% Morungava
Veja o que a ciência e os avanços tecnológicos de Morungava. O velho Dino de guerra inventou uma churrasqueira e agora quer patentear o produto. Patentear vem de patente, não aquela que tem lá embaixo das laranjeiras no sitio do tio.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

MEU CORAÇÃO É VERMELHO

Internacional 103 anos de glórias e conquistas, o campeão de tudo. O Campeão do Mundo FIFA 2006
Dia 4 de abril o Sport Club Internacional completou 103 anos de fundação. Mais que um clube, o Colorado é uma nação. É uma paixão inebriante que nos enternece e às vezes nos leva aos píncaros da glória, outras vezes nos deixa tristes; abatidos, mas jamais derrotado. Quantas vezes, o Gilmar Ulrich dizia “Nunca mais vou ao Gigante, foi a ultima vez”, após uma derrota, na outra semana, jogo decisivo e o Gilmar ligava “Vamos ver o Colorado Domingo?” E lá seguíamos nós no Corcel II metálico. Fiquei a me questionar quando e por que me tornei Colorado? E sabe que não sei, na verdade 99% dos Wingert que conheço são Colorados, alguns eram do outro lado até dois três meses de vida, mas então o milagre aconteceu e os seus cérebros passaram a funcionar de forma normal e se transformaram em Colorados. Se você que está lendo esta crônica é Wingert e torce para o outro time, aviso: tem alguma coisa errada contigo. Persistindo os sintomas procure um médico, quem sabe o Paulo Bobsin ou a Luciana Benetti Rhoden; dois excelentes profissionais da área de psicologia (depois vai à fatura do comercial neste Blog seleto). Nasci em 1964 ano do golpe militar (golpe sim, não teve nada de revolução) e nesta época o outro time é quem comandava e enfileirou títulos até 68 e em 69 inauguramos o Gigante e aí conquistamos 8 títulos gaúchos seguidos, dois brasileiros, 75 e 76 e em 79 ficamos campeão  brasileiro invictos. Nada acontece por acaso. A vida é feita de momentos e estes são os únicos que ficam guardados na nossa memória, porque, eles é que fazem a vida valer à pena. Aqueles jovens visionários e sonhadores em 1909 não tinham noção do que estavam criando, eles não criaram um time, não criaram um clube e sim uma paixão arrebatadora. Eu acredito sempre, alías, todo Colorado é alguém que acredita sempre... Me pego pensando no gol iluminado, o que será que pensou Dom Elias Figueroa em 14 de dezembro de 1975 quando dentro do facho de luz cabeceou aquela bola alçada pelo Valdomiro, contra o Cruzeiro? O que pensava o Escurinho eterno camisa 14 a cada grenal que entrava e fazia a alegria de um povo? O que pensou Geraldão quando fez cinco gols em dois grenais? Todo Colorado sabe que para nós tem que ser difícil senão não tem graça. Para nós tem que ser no sofrimento. Jogo fácil? Ah só quando acaba. Nossas conquistas têm que ser tipo drama mexicano ou estilo Hamlet de Shakespeare. Sabe, com o Colorado tem que ter lágrimas, roeção de unhas (das mãos e dos pés), quem esquece o jogo contra o Estudiantes em La Plata, o gol da fumaça aos 45 minutos, bendito Juliano “Talismã”? E a vitória em cima do Barcelona em 2006? No último minuto aquela bola chutada pelo Ronaldinho (que estava com a camisa do outro time por baixo, para mostrar no final do jogo), que nós todos colorados tiramos com os olhos junto com o Clemer. Até hoje quando assisto aquela falta tenho a impressão que a bola ainda vai entrar. E o Rolo Compressor? E o que será que sentiu Larry quando fez 4 gols, dos 6 a 2 no grenal de inauguração do estádio do outro time em 1954. Fernandão, nosso capitão campeão do Mundo FIFA estréia num grenal fazendo o gol mil, nada é por acaso. E no ano passado fomos para o estádio do nosso adversário com o campeonato já perdido, mas quem disse que para nós existe lógica e que história é esta jogo ganho, lembro o grenal do século que afirmam, nossos adversários abriram uma champanha no vestiário, o primeiro tempo terminou 1 a 0 para eles e nós com apenas 10 jogadores. Viramos, Nilson fez dois gols e vencemos. Pois em 2011 eles podiam perder por até um gol de diferença e saíram vencendo, viramos de forma heróica, ganhamos o título gaúcho pela 40ª vez. Mérito de Falcão, o grande injustiçado, a exemplo de Fossati.  Todo Colorado é um pouco Manga, Taffarel, Clemer, Sóbis, Tesourinha, Indio, Yarlei, Carlitos, D’Alessandro, Nilmar, Alex, Taysson, Claudiomiro, Bolívar, Fernandão, Gabirú, ídolos, heróis, lendas que ajudaram a construir nossa história. Agora nos preparamos para sediar a Copa do Mundo, uma conquista do nosso povo, da direção do Inter e que contou com o apoio decisivo da nossa Presidente Dilma Rousseff. Temos certeza que o Gigante ficará lindo, um estádio a altura de um clube que terá até final do ano 200 mil sócios, o terceiro maior do mundo em sócios. Não é nada pessoal, mas a obra alí na entrada de Porto Alegre, a nova casa do nosso adversário também está ficando bonita, um estádio a altura de um campo de treinos para os jogos da Copa do Mundo de 2014, uma vez que os jogos oficiais serão no Gigante. Também dentro da política do respeito e do bom relacionamento acredito que seremos, nós o Colorado convidados a inaugurar o novo estádio assim como fizemos em 1954, do mesmo jeito!  Mas o que é ser Colorado? Não sei explicar, é algo mágico, visceral, epidérmico e as vezes me bate uma saudade das tardes no Gigante no final dos anos 70, lembro com nostalgia o Fritz, Claudio, Altemir, Gilmar Ulrich,  Jorge, Careca, Leonel, Sula, Everaldo, Laone, Nata, Schimia, Alcione, Gilberto e o Ferrari, a “turma do Morro”,  saíamos no ar e a festa seguia pela Padre Cacique, Borges em direção a Rodoviária. Íamos a pé para poupar e no caminho juntávamos o dinheiro e não raro a gente tinha que dividir o cachorro quente e o refri, mas Colorado é assim solidário, unidos na hora boa e ruim, unidos até no repartir o cachorro quente. Não esqueço, nestes 103 anos que o Colorado desde 1927 aceitou em seus quadros jogadores negros, mostrando porque é o clube do povo, um clube sem preconceitos. Outros clubes só aceitaram negros muitos anos depois. Dentro do Gigante o ambiente transcende e ali você passa a fazer parte de uma família e quando o bicho pega e da arquibancada o mar vermelho se movimenta, o Gigante ruge “Inter tua és minha paixão.... O Gigante me espera para começar a festa... Sempre estarei contigo...”  “Vamooooo... Vamoooo.... Inteeeerrr...”, neste instante é a regra da  lógica cartesiana e aí ao invés do time ter uma torcida a torcida tem um time e isto é digno até de uma análise por parte do Dr. Rebelatto “O Freud dos Pampas” como diz o jornalista Bibo Nunes, porque lá dentro o time arrepia. No Gigante a gente se transforma numa família, cuida de uma criança para o pai ir ao banheiro, conversa sobre a escalação com quem você nunca viu antes, mas parece que já conhece a “trocentos anos”.  É por isso e muito mais que ao completar 103 anos de fundação, bato no peito e grito: Meu Coração é Vermelho, de vermelho vive o coração!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

TIO DINO E O CRACHÁ

O velho Arcedino Vieira Nunes nunca esteve nos bancos escolares, (ainda bem), porque mesmo tendo estudado só até o terceiro livro como ele costumava dizer, era mais ladino que cobra cruzeira e do que mascate ou cigano juntos. Tio Dino se fazia de morto para ralar o coveiro e de louco para andar de ambulância. Se um dia Morungava se tornar um Principado com certeza a família real vocês já sabem de que linhagem será. Já pensou eu recebendo um título de “Sir” Jair (Nunes) Wingert e sendo condecorado pelo Rei Dino I, sendo observado pelo Sarney o gato “ladrão” e pelo Surtão. Depois da condecoração, tomar chá das 4 com a Rainha Miúda, regado a broas de polvilho, cuca com nata, ambrosia e pão de milho com chimia. Crédo chegou a dar um ronco no “estrombo”. Veja bem, quando falo em Dino não tem nada a ver com o Dino aquele do “Você tem que me amar mamãe” E ufa, ainda bem que o meu primo que seria o sucessor no trono não se chama Fernando, porque como em Morungava todos tem apelidos, já pensou Rei Nando?  Lá havia um colono lindeiro as terras do tio Dino que era plantador de melancia, nós o chamávamos de seu Oscar Melância, depois de muitos anos e com orientação da Emater passou a plantar pepino e então  levava a alcunha de Oscar pepino. Agora soube pelo MSN através do tio Dino que seu Oscar esta pensando em investir em alho.... Mas vamos deixar de embromar e contar esta história que é a mais pura verdade. Tio Dino colorado roxo e Brizolista de quatro costados, só não era mais fanático que sinhá Emerenciana. Pois não é que no final dos anos 50, a UDN ganhou a eleição para prefeito por 6 votos, para desespero do velho Dino que fazia campanha para o PTB. Passada a eleição veio a perseguição política. O prefeito e o sub-delegado que eram udenista e óbvio Lacerdistas mandaram uma viatura da Policia até o sitio do tio Dino para encher o saco. O chefe da Policia no Morungava veio da capital, um almofadinha, cabelo com glostora, gravatinha preta, mais grauzento que o Renato Portalupi em dias de vitória. O tal guri da Policia chegou no sitio pilotando DKW novinha e sem mesmo cumprimentar os tios foi logo dizendo:  “Preciso inspecionar sua fazenda por plantação ilegal de maconha! Tio Dino precavido pois sabia que aquela visita havia sido encomendada pelo lazarento do prefeito Artidor Ornellas, calmamente respondeu ao guri da cidade: “Tudo bem, mas não vá naquele campo ali” diz, apontando para uma área cercada. Porém o engomadinho se mostrando que era “otoridade”, bem galo disse: “O senhor sabe que tenho o poder do governo municipal comigo?”  e tira do bolso um crachá mostrando ao tio Dino. “Este crachá me dá a autoridade de ir onde quero... e entrar em qualquer propriedade. Não preciso pedir ou responder a nenhuma pergunta. Está claro? Fiz-me entender?”, perguntou o guri da cidade. Tio Dino todo educado pede desculpas e volta para o que estava fazendo. Poucos minutos depois tio Dino, tia Miúda e os empregados ouvem uma gritaria e vê o oficial da Policia  correndo para salvar sua própria vida perseguido pelo Santa Gertrudes, o maior touro da fazenda e que tio Dino havia comprado lá no Monjolo de um tal de Antônio Selistre. A cada passo o touro vai chegando mais perto do oficial, que parece que será chifrado antes de conseguir alcançar um lugar seguro. O oficial está apavorado. Tio Dino larga suas ferramentas, corre para a cerca e grita com todas as forças de seus pulmões: “Seu crachá! Mostre o seu CRACHÁ!”.  A gente da  cidade é grossa uma barbaridade.                  Tem que ter concurso – 100% Morungava.

Vote no Maior Brasileiro de todos os tempos
Eu já votei... Falta você escolha o Maior Brasileiro de todos os tempos. È fácil vá até o site do SBT e vote. Não é permitido votar em artistas do próprio SBT. Tenha seu CPF em mãos. Acesse: http://www.sbt.com.br/omaiorbrasileiro/ Ah e não vale votar em mim, nem no Tio Dino, sabe como é a gente não gosta muito da fama.